em Coimbra
Ouvir, debater, esclarecer
Jerónimo de Sousa esteve no dia 16 em Coimbra a participar numa reunião com independentes que travam muitas batalhas em conjunto com os comunistas.
O debate travado ajuda a preparar o XX Congresso
Tal como aconteceu há cerca de um ano, a Direcção da Organização Regional de Coimbra do PCP voltou a apelar aos independentes que têm estado ao lado do PCP, no âmbito da CDU, que intervêm nos movimentos de massas, que participam em iniciativas e nas lutas juntamente com os comunistas, para que participassem numa reunião com o Secretário-geral do Partido e aí dessem as suas opiniões e partilhassem as suas preocupações e aspirações sobre a situação do País e as perspectivas de futuro. Dezenas de homens e mulheres responderam ao apelo e deram corpo a uma proveitosa reunião de trabalho.
As opiniões e contributos recolhidos enriqueceram a reflexão do PCP e o trabalho de preparação do seu XX Congresso (que se realiza de 2 a 4 de Dezembro, em Almada) e foram marcados pela nova correlação de forças na Assembleia da República, que tem permitido concretizar objectivos que, ainda que limitados, conduziram à devolução de rendimentos e direitos roubados e à resposta a aspirações mais imediatas dos trabalhadores e do povo português.
Na discussão valorizou-se o papel determinante assumido pelo PCP após a consumação da derrota eleitoral do PSD e do CDS a 4 de Outubro do ano passado, só possível graças à permanente luta travada durante quatro anos pelos trabalhadores e as populações. Esta derrota, sublinhou-se ainda na sessão, desmentiu a mistificação sobre a natureza das eleições legislativas, que não servem para escolher um qualquer primeiro-ministro, mas sim a composição da Assembleia da República. Confirmado ficou também o papel decisivo do voto na CDU. Foi o Partido que primeiro afirmou a necessidade de serem extraídas consequências políticas e institucionais dos resultados eleitorais.
Diferente na forma e no conteúdo
Na reunião foi ainda sublinhado que os avanços e progressos alcançados, sendo significativos, não escondem as limitações decorrentes das opções de fundo do Governo do PS, que mantém a dívida pública, a submissão ao euro e o domínio dos grupos monopolistas como graves constrangimentos sobre a vida nacional. Já o PCP assume que estes têm que ser encarados e afrontados, propondo como solução integrada para a sua resolução a renegociação da dívida, a libertação do País da submissão ao euro e o controlo público da banca comercial.
Os desenvolvimentos da situação actual – no País, na Europa e no mundo – evidenciam que os principais problemas nacionais são indissociáveis da natureza exploradora do capitalismo, da sua crise estrutural e do processo de integração capitalista da União Europeia e seu aprofundamento.
A necessidade de valorizar e dar mais visibilidade à forma diferente como o PCP está na política, que se reflecte desde logo no exercício dos cargos públicos pelos comunistas, os poderosos meios de condicionamento ideológico existentes e a necessidade de um PCP mais forte como condição essencial para a defesa dos trabalhadores e do povo foram outras das questões debatidas.