PCP evoca tragédia de 1945

Hiroxima nunca mais!

Lembrar Hiroxima e Nagasáqui é lutar para que jamais uma tal tragédia volte a acontecer. Volvidos 71 anos sobre o lançamento das bombas atómicas nas duas cidades, o PCP exorta à luta pela paz e pela libertação dos povos.

Importa retirar da tragédia ensinamentos contra a guerra

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O 6 de Agosto de 1945 é uma data que as forças progressistas e amantes da paz assinalam em todo o mundo. Para que se não perca a memória desse monstruoso crime que foi o lançamento pelos Estados Unidos de uma bomba atómica sobre a cidade japonesa de Hiroxima (e três dias depois, a 9, outra, sobre Nagasáqui). E para retirar dessa tragédia, que provocou milhares de mortos e sofrimento que perdura até hoje, ensinamentos para a luta contra o militarismo e a guerra.

É necessário defender a verdade histórica, combater todas as tentativas de justificar o recurso à arma atómica, desmistificar o falso argumento de que a sua utilização foi necessária para derrotar o Japão, responsabilizar o imperialismo norte-americano por um crime que visou afirmar o poderio e os objectivos hegemónicos dos Estados Unidos no plano mundial, considera o PCP.

Para os comunistas, é necessário não esquecer que as raízes da guerra e as suas trágicas consequências residem no poder dos monopólios e no ilimitado apetite explorador e predador do capital financeiro e especulativo. Importa, assim, «alertar para os grandes perigos que pairam sobre a Humanidade em resultado do crescimento de forças xenófobas e fascistas, do militarismo, da multiplicação de focos de tensão, de desestabilização e de guerras de agressão imperialistas, numa situação em que a chamada “guerra ao terrorismo” está a ser utilizada como cobertura para o ataque a liberdades e direitos fundamentais, o aumento das despesas militares e a ingerência nos assuntos internos de países soberanos».

Escalada agressiva

Neste quadro, «é motivo da maior preocupação a escalada agressiva do imperialismo bem patente na Síria, Médio Oriente e Norte de África, nas decisões da recente cimeira da NATO realizada em Varsóvia, numa “política de segurança e defesa comum” da União Europeia cada vez mais articulada com os EUA e a NATO, na corrida aos armamentos na região Ásia Pacífico com intensa actividade militar norte-americana, o reforço do tratado nipo-norte-americano e o relançamento do militarismo e do intervencionismo japonês». Particularmente inquietante, porque envolvendo cenários de guerra e a admissão do recurso à arma nuclear, é a instalação pelos EUA e NATO de sistemas anti-míssil no Leste da Europa e na Península da Coreia, junto às fronteiras da Federação Russa e da República Popular da China.

Lembrar Hiroxima e Nagasáqui, como o faz o Partido Comunista Português, é, pois, lutar para que jamais uma tal tragédia volte a acontecer. E mais: «É intensificar a luta contra o fascismo e contra a guerra, contra a política agressiva do imperialismo, pela dissolução da NATO, pela solução política dos conflitos com respeito pela soberania dos povos, pelo desarmamento e em primeiro lugar pelo desarmamento nuclear. É unir todas as forças, que possam ser unidas, na luta pela paz e para afastar definitivamente do horizonte o perigo de holocausto nuclear».

Nunca como hoje a luta pelo progresso social e a paz esteve tão ligada com a luta pela soberania dos estados e o direito de cada povo à livre escolha do seu caminho de desenvolvimento. Em Portugal, o PCP «continuará a intervir com determinação para libertar o País dos constrangimentos externos que comprometem a sua soberania, contra as imposições e chantagens da União Europeia, contra o envolvimento do País em operações de agressão a outros povos, por uma política externa e de defesa de brio patriótico e, no cumprimento da própria Constituição da República Portuguesa, de paz, amizade e cooperação com todos os povos do mundo».
 

Pôr fim às armas nucleares

No 71.º aniversário dos bombardeamentos de Hiroxima e Nagasáqui com armas nucleares, pelos EUA, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reafirma a necessidade de pôr fim às armas nucleares. Hoje, com os actuais arsenais, uma guerra nuclear aniquilaria toda a população do planeta: das cerca de 15 mil ogivas nucleares armazenadas em instalações militares, apenas um por centro chegaria para libertar energia equivalente a quatro mil bombas de Hiroxima.

Os EUA são o único país que usou armas nucleares e que admite a possibilidade de as voltar a usar num primeiro ataque. Responsáveis, nas últimas décadas, por guerras de agressão contra estados soberanos, com bases e instalações militares nos quatro cantos do mundo (e sobretudo em torno da Federação Russa e da República Popular da China), os EUA têm em curso um «programa de revitalização atómica», com um custo estimado de um bilião de dólares a gastar em três décadas.

Motivo de preocupação é também a instalação de sistemas anti-míssil e de armas nucleares por parte dos EUA e da NATO em países europeus próximos da Rússia. Este sistema visa neutralizar a capacidade nuclear russa, procurando um desequilíbrio de forças à escala internacional e concedendo aos EUA o monopólio da possibilidade de utilização de armas nucleares.

Para o CPPC, o destino dos povos, a salvaguarda da Paz e a oposição a uma nova guerra mundial «chamam todas as mulheres e homens, em qualquer parte do mundo, a mobilizar-se para uma luta que, sendo pela paz, é necessária e indispensável e será decisiva para o nosso futuro colectivo».

 



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