Novidades que não se ficam apenas
pelas páginas dos livros

Visita obrigatória à Festa do Livro

Nova Festa, Festa nova e um es­paço novo também para a Festa do Livro. Mais cen­tral, o novo local vai deixar mi­lhares de tí­tulos de de­zenas de edi­toras ainda mais perto dos vi­si­tantes da Festa.

A Festa do Livro situa-se, este ano, junto ao palco 25 de Abril

Todos os gé­neros marcam pre­sença, dos grandes clás­sicos aos novos ro­mances, da li­te­ra­tura in­fanto-ju­venil à po­esia, da fi­lo­sofia à eco­nomia, li­vros de au­tores na­ci­o­nais e es­tran­geiros. Mas a Festa do Livro traz, neste ano, no­vi­dades que não se ficam apenas pelas pá­ginas dos li­vros.

No Au­di­tório da Festa do Livro vão re­a­lizar-se três tipos de ses­sões di­fe­rentes: «A es­crita em luta», que con­siste em de­bates em torno de li­vros; «A es­crita em dia», as já ha­bi­tuais ses­sões de apre­sen­tação; e «A es­crita em pessoa», uma con­versa dos au­tores com os seus lei­tores.

São três os de­bates nas ses­sões «A es­crita em luta». O pri­meiro as­si­nala os 80 anos da aber­tura do Campo do Tar­rafal, com Do­mingos Abrantes, Rui Mota e José Pedro So­ares a falar sobre a mais brutal ex­pressão da vi­o­lência re­pres­siva da di­ta­dura fas­cista e a re­sis­tência dos co­mu­nistas no «Campo da Morte Lenta», par­tindo dos li­vros «Dos­sier Tar­rafal» e «Acon­te­ci­mentos Vi­vidos», de Ga­briel Pedro, «Es­critos Po­lí­ticos», de Pedro So­ares, e «Me­mória Viva do Tar­rafal», de Gil­berto de Oli­veira.

No sá­bado, é a vez de An­tónio Avelãs Nunes, Ri­cardo Oli­veira e José Lou­renço dis­cu­tirem a crise do ca­pi­ta­lismo, a eco­nomia e a po­lí­tica, e como desde o seu início houve fi­ló­sofos a tentar ex­plicar o mundo e ou­tros a tentar trans­formá-lo. Será uma sessão plena de ac­tu­a­li­dade, tendo como ponto de par­tida «As Ori­gens da Ci­ência Eco­nó­mica: Fi­si­o­cracia, Smith, Ri­cardo, Marx» e «O Key­ne­si­a­nismo e a Contra-Re­vo­lução Mo­ne­ta­rista», de Avelãs Nunes, «O Im­pe­ri­a­lismo, Fase Su­pe­rior do Ca­pi­ta­lismo», de Lé­nine, e «A Crise do Ca­pi­ta­lismo e Marx», do eco­no­mista ita­liano Do­me­nico Moro.

No do­mingo é o Poder Local De­mo­crá­tico que está em dis­cussão, com Lino Paulo e Jorge Cor­deiro a fazer uso da re­vista Poder Local, em papel e on­line, e dos vá­rios li­vros pu­bli­cados na co­lecção Ca­dernos Poder Local, que abordam temas que vão da água pú­blica à acção das Co­mis­sões Ad­mi­nis­tra­tivas a se­guir ao 25 de Abril.

Apre­sen­ta­ções

As ses­sões de apre­sen­tação são cinco: «Pa­la­vras Que Res­piram», de Do­mingos Lobo, traz-nos, como nos diz o sub­tí­tulo, «30 olhares sobre a li­te­ra­tura por­tu­guesa» num con­junto de «textos de lei­tura crí­tica» do autor em vá­rias pu­bli­ca­ções, entre elas o Avante!; «Hil­lary Clinton: Rainha do Caos», de Diana Johns­tone, um livro de grande uti­li­dade para uma visão crí­tica neste tempo em que nos apro­xi­mamos das elei­ções pre­si­den­ciais ame­ri­canas; «Banif – Uma “Re­so­lução” Feita à Me­dida», um livro que, fa­zendo uso do tra­balho ímpar dos de­pu­tados co­mu­nistas na Co­missão Par­la­mentar de Inqué­rito ao banco, de­monstra no­va­mente a ne­ces­si­dade do con­trolo pú­blico da banca que o PCP tem vindo a exigir há anos; «O Grande Con­luio Contra a Re­forma Agrária», de Mário Mou­tinho de Pádua, uma peça de te­atro em seis actos que lança a re­flexão sobre as con­quistas da Re­forma Agrária e como o grande ca­pital se or­ga­nizou para a des­truir; por úl­timo apre­sentam-se dois vo­lumes de dis­cursos, iné­ditos, de Álvaro Cu­nhal sobre o «Fra­casso e Der­rota do Go­verno de Di­reita do PSD/​Ca­vaco Silva», com dis­cursos que abarcam o pe­ríodo de 1989 a 1992, um pe­ríodo muito com­plexo no plano na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal, fa­zendo destes li­vros obras par­ti­cu­lar­mente ricas de en­si­na­mentos para o fu­turo.

Con­versas

Têm par­ti­cular des­taque também as con­versas com os au­tores que vão estar pre­sentes nesta edição da Festa: Mário de Car­valho e Pa­trícia Por­tela. As duas ses­sões, mo­de­radas por Ze­fe­rino Co­elho, de­correm às 15 horas de sá­bado e do­mingo, res­pec­ti­va­mente.

Mário de Car­valho li­cen­ciou-se em Di­reito mas é como es­critor que se des­taca, tendo pu­bli­cado cerca de trinta tí­tulos dos mais va­ri­ados gé­neros, do ro­mance ao te­atro, pas­sando pelo conto, pelo in­fanto-ju­venil e pelo en­saio. Foi, ao longo dos anos, con­quis­tando vá­rios pré­mios, sendo «Um Deus Pas­se­ando pela Brisa da Tarde» a sua obra mais pre­miada, em­bora o autor con­si­dere «A Sala Ma­genta» o seu me­lhor livro. Pre­fe­rên­cias à parte, é in­con­tor­nável que Mário de Car­valho é um dos nomes mai­ores da li­te­ra­tura por­tu­guesa.

Pa­trícia Por­tela é, nas pa­la­vras de Mi­guel Real, «a au­tora mais des­con­cer­tante da li­te­ra­tura por­tu­guesa re­cente». O seu es­pí­rito cri­ador, con­tudo, não se fica pela li­te­ra­tura, tendo uma rica e di­ver­si­fi­cada obra nas artes per­for­ma­tivas, como ac­triz, en­ce­na­dora ou ce­nó­grafa, e uma ac­tiva par­ti­ci­pação as­so­ci­a­tiva.

Cru­zando bar­reiras ar­tís­ticas, da sua obra des­tacam-se tí­tulos como «Para Cima e Não para Norte», «Ban­quete» e «Was­te­band». O seu úl­timo livro, «A Co­leção Pri­vada de Acácio Nobre», foi pu­bli­cado em Abril deste ano.

To­davia, há muito mais para ver na Festa do Livro. Do es­paço para os mais novos, que além dos li­vros tem ate­liers e um pro­grama de ani­mação pró­prio, que pro­mete con­ti­nuar esse tra­balho de apro­ximar as cri­anças dos li­vros, às muitas pro­mo­ções e des­contos, com um sai-sempre a fun­ci­onar também, a Festa do Livro é uma vi­sita obri­ga­tória, bem per­tinho do Palco 25 de Abril.




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