Migrantes encontram a morte às portas da Europa

Dos cerca de 1200 mi­grantes que per­deram a vida nos pri­meiros três meses do ano, mais de me­tade na­ve­gavam nas águas do Me­di­ter­râneo ten­tando al­cançar as costas eu­ro­peias.

O Mar Me­di­ter­râneo é o maior ce­mi­tério de mi­grantes e re­fu­gi­ados

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Se­gundo o ba­lanço da Or­ga­ni­zação In­ter­na­ci­onal das Mi­gra­ções (OIM) foram re­gis­tadas 1183 mortes de mi­grantes em di­fe­rentes re­giões do mundo, desde o início do ano.

Destas, 664 pes­soas pe­re­ceram no mar Me­di­ter­râneo, a grande mai­oria das quais (90 por cento) ví­timas do nau­frágio das em­bar­ca­ções pre­cá­rias em que se­guiam rumo às costas da Eu­ropa.

O ba­lanço da OIM dá conta da che­gada à Eu­ropa por via ma­rí­tima de 31 993 mi­grantes e re­fu­gi­ados, 80 por cento dos quais ti­veram como país de en­trada a Itália, re­par­tindo-se os res­tantes pela Es­panha e a Grécia.

Apesar de ele­vado, este nú­mero re­pre­senta uma di­mi­nuição acen­tuada do fluxo mi­gra­tório em com­pa­ração com o mesmo pe­ríodo do ano an­te­rior, em que foram re­gis­tadas quase 173 mil en­tradas.

O muro de Me­lilla

A tra­vessia do Me­di­ter­râneo desde a Líbia até Itália é a rota mais uti­li­zada por mi­grantes e re­fu­gi­ados para atin­girem solo eu­ropeu. To­davia, nú­meros di­vul­gados, dia 13, pelo go­verno de Es­panha re­velam que se mantém uma pressão im­por­tante sobre a fron­teira com Mar­rocos em Me­lilla.

Em 2016 quatro mil mi­grantes ten­taram es­calar a enorme ve­dação dupla, dos quais 332 lo­graram en­trar na ci­dade. No ano an­te­rior, foram re­gis­tadas 4500 ten­ta­tivas e 159 en­tradas.

Estes dados não con­ta­bi­lizam os in­di­ví­duos de­tidos dentro dos cha­mados pe­rí­me­tros fron­tei­riços e que são ime­di­a­ta­mente ex­pulsos.

Este pro­ce­di­mento, co­nhe­cido por «de­vo­lu­ções a quente», re­sulta de uma al­te­ração le­gis­la­tiva efec­tuada em 2015, se­gundo a qual os in­di­ví­duos cap­tu­rados na­quela zona ainda não se en­con­tram no ter­ri­tório do país.

As au­to­ri­dades es­pa­nholas re­ferem ainda que as me­didas to­madas nos úl­timos anos, em que se in­clui o re­forço da co­o­pe­ração com as forças mar­ro­quinas, per­mi­tiram re­duzir em 68 por cento as en­tradas face a 2014, ano em que se pro­du­ziram 18 mil ten­ta­tivas de pas­sagem e 2229 en­tradas.




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