Lições e perspectivas do socialismo em debate no Porto

No âm­bito das co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário da Re­vo­lução de Ou­tubro, Al­bano Nunes, da Co­missão Cen­tral de Con­trolo do PCP, par­ti­cipou em de­bates a con­vite das or­ga­ni­za­ções con­ce­lhias de Ma­to­si­nhos e de Vila do Conde du­rante o úl­timo fim-de-se­mana. Essas foram duas ses­sões muito par­ti­ci­padas e vivas, em que os pre­sentes mos­traram o seu in­te­resse e co­nhe­ci­mento pelos as­suntos abor­dados e co­lo­caram in­te­res­santes ques­tões.

Nas in­ter­ven­ções que pro­feriu, Al­bano Nunes sa­li­entou al­guns as­pectos de grande re­le­vância sobre o antes, o du­rante e o pós Re­vo­lução de Ou­tubro de 1917. Desde logo a cons­ta­tação de que essa re­vo­lução ini­ciou uma nova época na his­tória da Hu­ma­ni­dade, a época da pas­sagem do ca­pi­ta­lismo ao so­ci­a­lismo, sendo a pri­meira que, con­cre­ti­zando pro­fundas trans­for­ma­ções de­mo­crá­ticas nos do­mí­nios po­lí­tico, eco­nó­mico, so­cial e cul­tural, as­se­gu­rando a jus­tiça e o pro­gresso so­cial e res­pon­dendo aos an­seios dos tra­ba­lha­dores e dos povos, em­pre­endeu a cons­trução de uma so­ci­e­dade sem ex­plo­ra­dores nem ex­plo­rados.

O membro da CCC re­alçou ainda que a re­vo­lução so­ci­a­lista di­ri­gida pelo Par­tido Bol­che­vique, de Lé­nine, trans­formou a velha e atra­sada Rússia dos czares num país al­ta­mente de­sen­vol­vido, capaz de conter, como con­teve du­rante dé­cadas, o ob­jec­tivo de do­mínio mun­dial do im­pe­ri­a­lismo. A URSS, acres­centou, foi o pri­meiro país do mundo a pôr em prá­tica ou a de­sen­volver como ne­nhum outro di­reitos so­ciais fun­da­men­tais. O lan­ça­mento do pri­meiro sa­té­lite ar­ti­fi­cial no es­paço, o Sputnik, e a co­lo­cação do pri­meiro homem no es­paço, o cos­mo­nauta Iúri Ga­gárin, foram re­a­li­za­ções pi­o­neiras da União So­vié­tica.

O papel de­ci­sivo do povo, do exér­cito e dos co­mu­nistas so­vié­ticos na der­rota do nazi-fas­cismo foi também su­bli­nhado, assim como a so­li­da­ri­e­dade cons­tante da União So­vié­tica aos co­mu­nistas e ao povo por­tu­guês na sua luta contra o fas­cismo e pela li­ber­dade, eman­ci­pação so­cial e in­de­pen­dência na­ci­onal.

Der­rotas, re­sis­tência, pro­jecto

O de­sa­pa­re­ci­mento da URSS e as der­rotas do so­ci­a­lismo no Leste da Eu­ropa, frisou Al­bano Nunes, cujas causas foram ana­li­sadas nos XIII, XIV e XVIII con­gressos do PCP, ti­veram um pro­fundo im­pacto ne­ga­tivo na cor­re­lação de forças mun­dial, na cons­ci­ência das massas e no de­sen­vol­vi­mento da luta pelo so­ci­a­lismo. Ve­ri­ficou-se também um enorme re­tro­cesso nas con­di­ções po­lí­ticas, eco­nó­micas, so­ciais e cul­tu­rais dos povos desses países, como de ou­tros.

Assim, re­alçou o di­ri­gente co­mu­nista, a ac­tual si­tu­ação mun­dial expõe a na­tu­reza ex­plo­ra­dora, opres­sora, agres­siva e pre­da­dora do ca­pi­ta­lismo, que mer­gu­lhado na sua crise es­tru­tural nada mais tem a ofe­recer que não o agra­va­mento da ex­plo­ração, a ne­gação de di­reitos, a con­cen­tração e cen­tra­li­zação da ri­queza, a guerra e a opressão.

O PCP, re­alçou ainda Al­bano Nunes, aponta como ob­jec­tivo su­premo a cons­trução da so­ci­e­dade so­ci­a­lista, par­tindo da re­a­li­dade e da ex­pe­ri­ência da re­vo­lução por­tu­guesa e as­si­mi­lando cri­ti­ca­mente a ex­pe­ri­ência re­vo­lu­ci­o­nária mun­dial. Ao propor o seu Pro­grama «Uma de­mo­cracia avan­çada – Os va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal», con­si­dera que a re­a­li­zação de tal pro­jecto – uma de­mo­cracia eco­nó­mica, so­cial, po­lí­tica e cul­tural – cons­titui um pro­cesso de pro­funda trans­for­mação e de­sen­vol­vi­mento da so­ci­e­dade por­tu­guesa. No en­tanto, como re­fere o Pro­grama, «a li­qui­dação da ex­plo­ração ca­pi­ta­lista é ta­refa his­tó­rica que só com a re­vo­lução so­ci­a­lista é pos­sível re­a­lizar».




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