Médicos ficam de fora da formação especializada e PCP chama ministro
O Grupo Parlamentar do PCP requereu a audição do ministro da Saúde com carácter de urgência na comissão de Saúde para esclarecer a falta de acesso à formação de especialidade de cerca de 700 médicos.
A iniciativa foi formalizada na passada semana após a bancada comunista ter recebido em audiência uma delegação de peticionários designada «Não aos Médicos Indiferenciados», e na sequência da publicação do mapa de vagas para o internato médico 2017/2018 publicado em Diário da República no final de Maio.
Segundo a deputada comunista Carla Cruz, da leitura desse mapa constata-se «mais uma vez que mais de 700 médicos ficarão sem acesso à formação médica especializada».
«Continua assim a política, vinda de 2015, de «ter um conjunto de médicos indiferenciados», lamentou, salientando que tal opção representa um «retrocesso naquilo que é a formação médica», além de ter «repercussões sérias na prestação de cuidados e no Serviço Nacional de Saúde».
Recorde-se que a bancada comunista propôs por diversas vezes nestes últimos dois anos, nomeadamente nos Orçamentos do Estado, a inscrição de normas para resolver esta situação, quer daqueles que já em 2016 e em 2017 não tiveram aceso à formação médica quer como forma de prevenção para que nenhum outro médico fique sem acesso à formação.
«Queremos que o Governo preste esclarecimentos sobre as diligências que tomou para a concretização desta medida, que está inscrita no OE para 2017, bem como todo o processo que levou à conclusão de que apenas 1758 vagas serão abertas e não as 2466, que são aquelas que corresponderiam a todos os médicos em condições para aceder à formação médica especializada», esclareceu Carla Cruz, falando aos jornalista no Parlamento.