Porto de Faro valorizado e público pode servir de alavanca de desenvolvimento

PRODUÇÃO O PCP quer va­lo­rizar o porto co­mer­cial de Faro man­tendo o seu ca­rácter pú­blico, pelo que dará com­bate a qual­quer me­dida vi­sando o seu des­man­te­la­mento e en­trega a pri­vados.

LUSA

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Num co­mu­ni­cado do Exe­cu­tivo da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Al­garve, de dia 8, o PCP exige que o Go­verno cla­ri­fique as suas in­ten­ções re­la­ti­va­mente ao Porto Co­mer­cial de Faro e, con­se­quen­te­mente, para o de­sen­vol­vi­mento da ac­ti­vi­dade pro­du­tiva na re­gião. Em causa está um pro­jecto, en­vol­vendo a Câ­mara Mu­ni­cipal, de des­man­te­la­mento do Porto Co­mer­cial de Faro e de «en­trega desta im­por­tante infra-es­tru­tura e áreas co­nexas (18 hec­tares) a in­te­resses pri­vados li­gados ao sector do tu­rismo e à es­pe­cu­lação imo­bi­liária».

No do­cu­mento, o Par­tido lembra que o Porto Co­mer­cial de Faro dispõe de um cais com mais de 200 me­tros e uma ponta-cais que pode re­ceber na­vios até 120 me­tros de cum­pri­mentos e 7500 to­ne­ladas de porte bruto, es­tando ape­tre­chado de ins­ta­la­ções de apoio à mo­vi­men­tação de mer­ca­do­rias e pas­sa­geiros. A lo­ca­li­zação ge­o­grá­fica pri­vi­le­giada para a mo­vi­men­tação de cargas é outra das van­ta­gens do Porto de Faro, que nos úl­timos anos tem sido uti­li­zado fun­da­men­tal­mente para o trans­porte de ci­mento, sal-gema, sal, al­far­roba, ma­deiras e pes­cado. O seu des­man­te­la­mento, ga­rante o PCP, dei­xaria a re­gião do Sul do País de­pen­dente do porto de Hu­elva, em Es­panha.

Do pro­jecto do Go­verno e da au­tar­quia faz parte uma ma­rina de re­creio, ho­téis, es­paços co­mer­ciais e de res­tau­ração e «ou­tras va­lên­cias deste tipo, que abundam por todo o Al­garve». A ir por di­ante, a obra re­pre­sen­taria mais uma ma­ni­fes­tação do mo­delo de de­sen­vol­vi­mento re­gi­onal «as­sente quase ex­clu­si­va­mente no tu­rismo, na es­pe­cu­lação imo­bi­liária e ac­ti­vi­dades com­ple­men­tares», em de­tri­mento da in­dús­tria, agri­cul­tura e pescas.

Apostar na pro­dução

Para o PCP, esta in­tenção do Go­verno, a ir por di­ante, bem que po­deria servir os in­te­resses eco­nó­micos de al­guns, mas co­lide fron­tal­mente com um pro­jecto de de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico para a re­gião e para o País, que, ga­rante, terá sempre nos portos co­mer­ciais um im­por­tante factor de pro­moção. O que se exige, acres­centa, é um «forte e de­ci­dido in­ves­ti­mento no Porto de Faro que as­se­gu­rasse a sua vo­cação co­mer­cial, po­ten­ci­a­dora do apa­relho pro­du­tivo re­gi­onal e na­ci­onal».

É pre­ci­sa­mente esta a pers­pec­tiva que o PCP tem de­fen­dido em vá­rios pro­jectos de re­so­lução apre­sen­tados na As­sem­bleia da Re­pú­blica vi­sando o de­sen­vol­vi­mento da ac­ti­vi­dade por­tuária na re­gião. A trans­for­mação do Porto Co­mer­cial de Faro numa in­ter­face mul­ti­modal para o trans­porte de mer­ca­do­rias era uma das pro­postas feitas.

Há muito que o PCP se bate para in­verter uma po­lí­tica mar­cada pela falta de in­ves­ti­mento nas barras e portos al­gar­vios, pela pas­sagem da sua gestão para a Ad­mi­nis­tração do Porto de Sines e pela au­sência de uma visão es­tra­té­gica para os portos na­ci­o­nais. A re­cente ameaça de trans­fe­rência para os mu­ni­cí­pios da gestão dos portos também mo­tiva a opo­sição com­ba­tiva dos co­mu­nistas.

O de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico do Al­garve exige o re­co­nhe­ci­mento do papel cru­cial do sis­tema por­tuário para a eco­nomia re­gi­onal e a adopção de um con­junto de ori­en­ta­ções e me­didas de re­lan­ça­mento desta ac­ti­vi­dade, con­cluem os co­mu­nistas al­gar­vios.

 



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