Arrependimentos

João Frazão

Escrevemos, em outro espaço, a afirmação, resultado da apreciação colectiva, que as populações «não tardarão a arrepender-se» pelas perdas de maiorias da CDU.

Voltamos a tema, porque ele tem suscitado não apenas incompreensões sinceras, mas o aprofundamento da campanha contra o nosso Partido, agora acusando-nos de mau perder.

O PCP, no quadro da CDU, candidata-se para concretizar nas autarquias o projecto absolutamente distintivo dos demais, de trabalho, honestidade e competência, que o património de obra nas autarquias geridas pela CDU, ao longo destas quatro décadas de poder local democrático, mostra com toda a evidência.

Ao contrário de outros, alguns bem intencionados, não damos para o peditório de que todas as candidaturas, venham de onde vierem, se apresentam para fazer o bem às populações. Combatemo-las na campanha eleitoral pelo que representariam de negativo para as populações, não nos desdizemos agora.

Sabemos que as populações vão sentir na pele as consequências dessas mudanças e da introdução de políticas que se orientam por interesses particulares.

Ora o que está aqui está em causa não é a nossa vontade de que os problemas dos trabalhadores e do povo, as suas aspirações e direitos, encontrem respostas na acção de quaisquer eleitos. É a certeza de que, com menos força da CDU, essas respostas ficarão mais longe.

Querer transformar a legítima crítica que fazemos ao projecto e à acção de outros partidos em críticas ou ataques à população ou numa atitude de vingançazinha perante os que optaram por dar o seu voto a outros faz apenas parte da operação de manipulação que visa diminuir o PCP. Pelo contrário, as populações sabem que, hoje como ontem, é connosco que contam na defesa dos seus interesses e direitos, do serviço público, dos direitos dos trabalhadores das autarquias, do ambiente, da cultura, da participação democrática, para menorizar, enfim, os efeitos que, mais cedo que tarde, sentirão da pior forma.




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