Pessoas com deficiência exigem direitos

DI­REITOS O 24.º En­contro Na­ci­onal de Pes­soas com De­fi­ci­ência, re­a­li­zado dia 21, no Porto, dis­cutiu a in­ter­venção da CNOD face às po­lí­ticas mais re­centes e aprovou uma carta aberta em que exige a con­cre­ti­zação de di­reitos.

De­fende-se a cri­ação de con­di­ções ma­te­riais, so­ciais e cul­tu­rais para a con­cre­ti­zação de di­reitos

Cerca de 300 pes­soas com de­fi­ci­ência par­ti­ci­param no 24.º En­contro Na­ci­onal pro­mo­vido pela Con­fe­de­ração Na­ci­onal das Or­ga­ni­za­ções das Pes­soas com De­fi­ci­ência – CNOD, que de­correu du­rante o pas­sado sá­bado no Au­di­tório Al­meida Gar­rett, no Pa­lácio de Cristal, Porto. A jor­nada ter­minou com uma con­cen­tração na via pú­blica com o in­tuito de «dar vi­si­bi­li­dade à luta contra a dis­cri­mi­nação e pela efec­ti­vação dos di­reitos das pes­soas com de­fi­ci­ência», in­forma a es­tru­tura as­so­ci­a­tiva em nota de im­prensa.

De acordo com a mesma fonte, a ini­ci­a­tiva re­a­li­zada sob o lema «Vida in­de­pen­dente, in­clu­siva e par­ti­ci­pada» pro­cedeu ao «ba­lanço das po­lí­ticas go­ver­na­men­tais e aprovou uma carta aberta com as rei­vin­di­ca­ções mais pri­o­ri­tá­rias», do­cu­mento que di­rigem «aos di­fe­rentes grupos par­la­men­tares e ao exe­cu­tivo li­de­rado por An­tónio Costa».

No en­contro da CNOD – que junta 38 as­so­ci­a­ções com mi­lhares de fi­li­ados en­glo­bando todos os tipos de de­fi­ci­ência: in­te­lec­tual, mo­tora, sen­so­rial e or­gâ­nica; re­pre­senta em Por­tugal o Fórum Eu­ropeu de De­fi­ci­ência e é membro do Con­selho Eco­nó­mico e So­cial – o único par­tido que se fez re­pre­sentar foi o PCP, através da de­pu­tada Diana Fer­reira.

Ur­gente
No texto rei­vin­di­ca­tivo apro­vado, o mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo de pes­soas com de­fi­ci­ência con­si­dera que, no mo­mento em que se dis­cute o Or­ça­mento do Es­tado para 2018, «é ne­ces­sário que este con­temple mais me­didas que cor­res­pondam ao cum­pri­mento dos di­reitos das pes­soas com de­fi­ci­ência e da sua in­clusão na so­ci­e­dade como ci­da­dãos de pleno di­reito».

De­fende-se, por isso, a cri­ação de «con­di­ções ma­te­riais, so­ciais e cul­tu­rais para a con­cre­ti­zação do di­reito à re­a­li­zação pes­soal e a uma vida in­de­pen­dente, dos di­reitos à edu­cação, à cul­tura e ao des­porto», bem como a cri­ação de con­di­ções para «ga­rantir a va­lo­ri­zação do di­reito ao tra­balho e o acesso ao em­prego com di­reitos por parte das pes­soas com de­fi­ci­ência», de­sig­na­da­mente adop­tando «me­didas de adap­ta­bi­li­dade dos postos de tra­balho, va­lo­ri­zando os seus sa­lá­rios e au­men­tando o sa­lário mí­nimo na­ci­onal».

Entre as me­didas ur­gentes re­cla­madas pela CNOD, estão:

  • Re­visão das con­di­ções da atri­buição da Pres­tação So­cial de In­clusão por forma a torná-la mais abran­gente e justa;

  • Ca­bi­men­tação no Or­ça­mento do Es­tado de verbas para o apoio à vida in­de­pen­dente, vi­sando que as pes­soas com de­fi­ci­ência deixem de estar su­jeitas a fi­nan­ci­a­mentos ex­ternos e pro­jectos-pi­loto, os quais são efé­meros;

  • Au­mento dos re­cursos hu­manos, fi­nan­ceiros e téc­nicos dis­po­ní­veis nas es­colas para levar à prá­tica a ver­da­deira Edu­cação In­clu­siva;

  • Cum­pri­mento da Lei das Aces­si­bi­li­dades, no­me­a­da­mente através do au­mento da fis­ca­li­zação das obras e das novas cons­tru­ções, assim como por via da ca­bi­men­tação no Or­ça­mento do Es­tado de uma verba capaz de su­portar in­ter­ven­ções nos es­paços pú­blicos que as­se­gurem as ne­ces­sá­rias aces­si­bi­li­dades;

  • Me­lhoria do apoio fi­nan­ceiro às Or­ga­ni­za­ções de Pes­soas com De­fi­ci­ência, dando-lhes ga­ran­tias e di­mi­nuindo as bu­ro­cra­cias, para que estas possam exe­cutar o seu tra­balho e focar-se na­queles que são os seus pro­pó­sitos e sa­beres.




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