Pelo direito a viver na Ria Formosa

Baixou à co­missão de Am­bi­ente, Or­de­na­mento do Ter­ri­tório, Des­cen­tra­li­zação, Poder Local e Ha­bi­tação, de­pois de apro­vada na ge­ne­ra­li­dade em ple­nário no pas­sado dia 20, a pro­posta de lei do Go­verno que al­tera o re­gime de atri­buição de tí­tulos de uti­li­zação do do­mínio pú­blico hí­drico.

Este pro­cesso le­gis­la­tivo per­mi­tirá le­ga­lizar pri­meiras ha­bi­ta­ções em nú­cleos re­si­den­ciais pis­ca­tó­rios con­so­li­dados, como a Cu­latra, em Faro. O pro­blema é que essa le­ga­li­zação será apenas para «uma parte» delas e «por um pe­ríodo de tempo li­mi­tado», o que não re­solve de «forma de­fi­ni­tiva o pro­blema», como re­feriu no de­bate o de­pu­tado co­mu­nista Paulo Sá.

O di­ploma go­ver­na­mental apro­vada em con­selho de mi­nis­tros a 28 de Se­tembro prevê que as li­cenças te­nham um prazo, in­cluindo a li­cença ini­cial e as res­pec­tivas re­no­va­ções, que não pode ex­ceder um total de 30 anos, facto que levou Paulo Sá a lem­brar ao mi­nistro do Am­bi­ente que não foi esse o com­pro­misso as­su­mido pelo Go­verno com a po­pu­lação do nú­cleo da Cu­latra.

«O Go­verno tinha pro­me­tido a emissão de li­cenças por 30 anos, re­no­vá­veis e trans­mis­sí­veis aos des­cen­dentes desde que fosse man­tida a ac­ti­vi­dade pis­ca­tória», re­cordou o de­pu­tado do PCP, que voltou a re­jeitar a ex­pulsão das co­mu­ni­dades lo­cais das ilhas bar­reira da Ria For­mosa, re­a­fir­mando a ne­ces­si­dade de ser en­con­trada uma «so­lução de­fi­ni­tiva» para os seus nú­cleos po­pu­la­ci­o­nais.

«É pre­ciso re­co­nhecer a exis­tência destes nú­cleos e tra­duzir esse re­co­nhe­ci­mento na lei», sus­tentou Paulo Sá, de­fen­dendo como passos se­guintes a apro­vação de pro­jectos de in­ter­venção e re­qua­li­fi­cação para todos os nú­cleos, sua con­cre­ti­zação com verbas para o efeito, apoio às ac­ti­vi­dades eco­nó­micas na Ria For­mosa, de­sig­na­da­mente pis­ca­tó­rias e de ma­ris­queio, re­qua­li­fi­cação do sis­tema la­gunar e in­cre­mento de me­didas de pro­tecção da orla cos­teira.

«É pre­ciso afirmar o di­reito a viver e a pro­duzir na Ria For­mosa», con­cluiu o par­la­mentar do PCP.




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