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Baixou por 45 dias à Co­missão de Or­ça­mento, Fi­nanças e Mo­der­ni­zação Ad­mi­nis­tra­tiva, sem vo­tação, o pro­jecto de lei do PCP que visa as­se­gurar a di­vul­gação pú­blica da uti­li­zação de ca­ti­va­ções nos or­ça­mentos das en­ti­dades que in­te­gram a ad­mi­nis­tração di­recta e in­di­recta do Es­tado.

O di­ploma co­mu­nista foi ob­jecto de re­cente apre­ci­ação con­jun­ta­mente com um outro sobre a mesma ma­téria do CDS-PP, que se­guiu igual tra­mi­tação.

Com esta ini­ci­a­tiva le­gis­la­tiva, que al­tera a Lei de En­qua­dra­mento Or­ça­mental, a ban­cada co­mu­nista pre­tende ga­rantir que a AR venha a dispor de «in­for­mação de­ta­lhada que lhe per­mita acom­pa­nhar de forma mais apro­fun­dada a exe­cução or­ça­mental, in­cluindo as ca­ti­va­ções», como ex­plicou no de­bate o de­pu­tado Paulo Sá.

In­for­mação esta que os de­pu­tados co­mu­nistas ga­rantem que será por si uti­li­zada com o ob­jec­tivo de «as­se­gurar que o Or­ça­mento do Es­tado dê uma me­lhor res­posta aos pro­blemas dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País», que as «ca­ti­va­ções serão uti­li­zadas para ga­rantir o rigor or­ça­mental e para as­se­gurar que aquilo que é or­ça­men­tado cor­res­ponde aquilo que será exe­cu­tado».

Na dis­cussão, PSD e CDS apre­sen­taram-se como cam­peões da «trans­pa­rência», ale­gando que as ca­ti­va­ções são «cortes» e que o Go­verno «usou e abusou» desse re­curso que tem à dis­po­sição, pondo em causa a qua­li­dade dos ser­viços pú­blicos.

Paulo Sá es­cla­receu que as «ca­ti­va­ções não são cortes», mas sim um «ins­tru­mento de gestão or­ça­mental que foi uti­li­zado por todos os go­vernos, in­cluindo os go­vernos do PSD e do CDS-PP. Mas não sendo cortes, res­salvou, «também não podem ser uti­li­zadas para des­vir­tuar o OE» e por essa via dar cum­pri­mento a ori­en­ta­ções e im­po­si­ções ex­ternas.

«A gestão or­ça­mental, in­cluindo as ca­ti­va­ções, não pode servir para sa­tis­fazer a União Eu­ro­peia e o seu cor­tejo de im­po­si­ções, con­di­ci­o­na­mento e es­par­ti­lhos à nossa so­be­rania», sus­tentou o par­la­mentar do PCP, de­fen­dendo, pelo con­trário, que a «gestão or­ça­mental deve ter como ob­jec­tivo a res­posta aos pro­blemas dos tra­ba­lha­dores e do povo, a me­lhoria dos ser­viços pú­blicos e das fun­ções do Es­tado, em par­ti­cular das suas fun­ções so­ciais na saúde, edu­cação, cul­tura e pro­tecção so­cial».

Em 2017, as ca­ti­va­ções es­ta­be­le­cidas pelo Go­verno re­pre­sen­taram 12,5% das des­pesas di­ri­gidas a pro­jectos com fi­nan­ci­a­mento na­ci­onal; 15% das des­pesas com aqui­sição de bens e ser­viços; e 25% das des­pesas dos cha­mados con­sumos in­ter­mé­dios (papel, des­lo­ca­ções e es­tadas, pa­re­ceres e pro­jectos de con­sul­toria, entre ou­tros gastos).




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