O PARTIDO NAS EMPRESAS

Factor de esclarecimento e base da unidade

A in­ter­venção junto dos tra­ba­lha­dores, nas em­presas e lo­cais de tra­balho as­sume uma im­por­tância cen­tral em toda a ac­ti­vi­dade par­ti­dária. Desde logo porque es­ti­mula a or­ga­ni­zação dos pró­prios tra­ba­lha­dores onde a ex­plo­ração se faz sentir de forma mais crua e dá sen­tido à luta por rei­vin­di­ca­ções ime­di­atas, in­se­rindo-a num mo­vi­mento mais vasto de luta por pro­fundas trans­for­ma­ções so­ciais. Mas também porque es­pe­ci­fica as aná­lises e ori­en­ta­ções do Par­tido a cada um dos sec­tores e em­presas.

Esta acção é par­ti­cu­lar­mente vi­sível no mo­mento em que está em dis­cussão o Or­ça­mento do Es­tado para 2018, mar­cado por duas di­nâ­micas opostas: por um lado, con­so­lida-se e apro­funda-se a linha de re­po­sição e con­quista de di­reitos; por outro, mantêm-se as enormes li­mi­ta­ções de­cor­rentes das op­ções do PS de sub­missão à União Eu­ro­peia e ao grande ca­pital. É pre­ci­sa­mente das con­sequên­cias destas di­nâ­micas nas di­versas em­presas e sec­tores que se fala em di­versos co­mu­ni­cados e bo­le­tins dis­tri­buídos aos tra­ba­lha­dores.

A cé­lula da Carris, por exemplo, va­lo­riza o que o Or­ça­mento já apro­vado na ge­ne­ra­li­dade in­clui de re­cu­pe­ração de ren­di­mentos e di­reitos e de re­dução de carga fiscal sobre os tra­ba­lha­dores, muito em­bora re­alce que se podia e devia ter ido muito mais longe. Quanto às op­ções er­radas que se mantêm, os co­mu­nistas da em­presa de trans­porte ro­do­viário da ca­pital cri­ticam a ma­nu­tenção de uma «po­lí­tica res­tri­tiva da en­trada de tra­ba­lha­dores para o Sector Em­pre­sa­rial do Es­tado, a mesma po­lí­tica que tanto tem de­gra­dado a ca­pa­ci­dade de res­posta ope­ra­ci­onal». O facto de o Go­verno pre­tender manter o con­ge­la­mento sa­la­rial e a proi­bição de pro­gres­sões re­mu­ne­ra­tó­rias é também alvo da con­de­nação do PCP.

Entre os ob­jec­tivos de luta que o Par­tido aponta aos tra­ba­lha­dores da Carris para o pró­ximo Or­ça­mento conta-se o «fim das res­tri­ções ao fun­ci­o­na­mento das em­presas pú­blicas e o re­gresso do in­ves­ti­mento ao sector». A ma­ni­fes­tação do pró­ximo sá­bado, 18, é um mo­mento de­ci­sivo desta luta.

Do Or­ça­mento fala também o co­mu­ni­cado dis­tri­buído aos tra­ba­lha­dores do Grupo Águas de Por­tugal, no qual se su­blinha os avanços al­can­çados e se cons­tata que «não res­ponde a muitas das justas rei­vin­di­ca­ções dos tra­ba­lha­dores». A proi­bição de va­lo­ri­za­ções re­mu­ne­ra­tó­rias im­plica que «todos os tra­ba­lha­dores che­ga­riam a 2019 com os sa­lá­rios de 2009», en­quanto que as res­tri­ções à con­tra­tação levam a que cada vez mais áreas dos sec­tores ope­ra­ci­o­nais sejam em­pur­radas para a pre­ca­ri­e­dade e a sub­con­tra­tação. Para os tra­ba­lha­dores da EPAL, mantém-se a cláu­sula que «tem sido uti­li­zada como des­culpa para não cum­prir o pa­ga­mento do prémio anual pelos re­sul­tados da em­presa».

Uni­dade e luta

Já fora do âm­bito do Or­ça­mento do Es­tado, o PCP – através da Co­missão Con­ce­lhia do Seixal – dis­tri­buiu aos tra­ba­lha­dores da Delphi um co­mu­ni­cado sobre as ten­ta­tivas da ad­mi­nis­tração da em­presa em impor a jor­nada la­boral de 12 horas «contra a von­tade dos tra­ba­lha­dores e a opo­sição do seu sin­di­cato». A in­tenção de pro­lon­ga­mento do ho­rário, à re­velia da luta se­cular dos tra­ba­lha­dores, não de­corre de qual­quer «exi­gência tec­no­ló­gica ou de or­ga­ni­zação do tra­balho». É, sim, «mais uma in­venção do pa­tro­nato para au­mentar a ex­plo­ração dos tra­ba­lha­dores sem se pre­o­cupar mi­ni­ma­mente com os seus di­reitos, com a sua saúde, com a sua vida fa­mi­liar, com as leis». Ao mesmo tempo que pre­tende alargar a jor­nada, a Delphi mantém cen­tenas de tra­ba­lha­dores com vín­culo pre­cário e pre­tende avançar com um des­pe­di­mento co­lec­tivo.

A uni­dade e a luta são, uma vez mais, ga­rantia de re­sis­tência e vi­tória.

 



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