Projecto da CDU em Almada não acabou a 1 de Outubro

AU­TAR­QUIAS O En­contro Con­ce­lhio da CDU de Al­mada, re­a­li­zado no sá­bado, foi um im­por­tante mo­mento de aná­lise sobre as po­ten­ci­a­li­dades de in­ter­venção e de pre­pa­ração da acção fu­tura no con­celho.

Os eleitos da CDU vão con­ti­nuar a afirmar o seu pro­jecto

No de­bate, que durou mais de cinco horas, largas de­zenas de mi­li­tantes do PCP e do PEV, mem­bros da ID, ac­ti­vistas da CDU, can­di­datos e eleitos au­tár­quicos ava­li­aram os re­sul­tados elei­to­rais de 1 de Ou­tubro no con­celho, su­bli­nharam di­fi­cul­dades e in­su­fi­ci­ên­cias que urge ul­tra­passar e apon­taram ca­mi­nhos para, nas novas con­di­ções, pros­se­guir e re­forçar a in­ter­venção. Muito em­bora a CDU tenha per­dido a pre­si­dência da Câ­mara Mu­ni­cipal, o re­sul­tado que al­cançou não foi tão ne­ga­tivo quanto PS, PSD e BE pro­curam fazer crer, re­alçou-se. A CDU tem os mesmos quatro ve­re­a­dores do que o PS, o maior grupo po­lí­tico na As­sem­bleia Mu­ni­cipal e três das cinco juntas e uniões de fre­guesia.

A abrir os tra­ba­lhos, Mar­ga­rida Bo­telho, da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral do PCP, ga­rantiu que o pro­jecto da CDU em Al­mada «não acabou a 1 de Ou­tubro», pros­se­guindo quer nos ele­vados ín­dices de de­sen­vol­vi­mento do con­celho e nos pro­jectos que a an­te­rior mai­oria deixou prontos, quer na in­ter­venção dos seus eleitos e ac­ti­vistas, que – em con­di­ções mais di­fí­ceis, é certo – con­tinua. Nos pró­ximos anos, os eleitos da CDU apoi­arão o que for de apoiar, com­ba­terão o que es­tiver er­rado e apre­sen­tarão pro­postas al­ter­na­tivas con­sen­tâ­neas com o seu pro­jecto.

Mai­oria PS-PSD
Quanto ao pro­cesso que cul­minou na for­mação da ac­tual mai­oria PS-PSD, foram es­cla­re­cidos os seus con­tornos e de­nun­ci­adas as men­tiras que têm sido vei­cu­ladas por al­guns ór­gãos de co­mu­ni­cação so­cial. Desde o início que o ob­jec­tivo do PS (como do PSD e do BE) é afastar a CDU de quais­quer res­pon­sa­bi­li­dades de gestão do mu­ni­cípio, afirmou-se, acrescen­tando-se que tal ficou claro quer na pri­meira pro­posta de dis­tri­buição de pe­louros feita pela pre­si­dente Inês de Me­deiros, como na total falta de res­posta à con­tra­pro­posta da CDU, que tinha em conta a ex­pressão elei­toral que a po­pu­lação do con­celho deu a cada uma das forças po­lí­ticas.

Falsa é também a acu­sação de que a CDU se re­cusa a co­la­borar com a nova mai­oria, como foi vei­cu­lado por al­guma im­prensa. Não só os ser­viços pas­saram os prin­ci­pais dos­siês à pre­si­dente eleita como os ve­re­a­dores eleitos pela CDU se pu­seram à dis­po­sição para prestar qual­quer es­cla­re­ci­mento. Até hoje nem um foi pe­dido.

Pro­cu­rando ca­rac­te­rizar a ac­tu­ação da nova mai­oria PS-PSD neste pouco mais de um mês que leva de gestão, vá­rios par­ti­ci­pantes na reu­nião re­fe­riram-se a ele­mentos pre­o­cu­pantes quanto à re­lação da ad­mi­nis­tração mu­ni­cipal com os tra­ba­lha­dores e suas es­tru­turas re­pre­sen­ta­tivas. A ameaça de re­ti­rada de tempos para ac­ti­vi­dade sin­dical e a per­se­guição aberta a um tra­ba­lhador do mu­ni­cípio, no­tório ac­ti­vista da CDU, são dois re­le­vantes exem­plos.

In­ter­venção e or­ga­ni­zação
Mas a dis­cussão tra­vada no en­contro con­ce­lhio da CDU cen­trou-se so­bre­tudo nas li­nhas de in­ter­venção fu­tura vi­sando a re­cu­pe­ração, em 2021, das po­si­ções per­didas nas úl­timas elei­ções. Ao nível do dis­curso po­lí­tico, im­porta pro­ceder à va­lo­ri­zação de 41 anos de acção e pro­jecto da CDU, e o que eles re­pre­sentam para o de­sen­vol­vi­mento de Al­mada, bem como à afir­mação das obras e planos que a CDU pre­parou e lançou, mesmo que sejam con­cre­ti­zados e inau­gu­rados pela ac­tual mai­oria.

Mais im­por­tante é o re­forço da or­ga­ni­zação do Par­tido no con­celho e em cada uma das fre­gue­sias e a adap­tação da es­tru­tura par­ti­dária à nova re­a­li­dade. O alar­ga­mento da in­ter­venção uni­tária, o apro­fun­da­mento do con­tacto com o mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo em todas as suas ex­pres­sões, a li­gação cons­tante às po­pu­la­ções e seus pro­blemas e a di­na­mi­zação da sua luta são ma­té­rias de­ci­sivas co­lo­cadas aos co­mu­nistas e seus ali­ados.

Na mesa do ple­nário es­ti­veram, com Mar­ga­rida Bo­telho, Nuno Costa, do Co­mité Cen­tral do PCP, Su­sana Silva, da Co­missão Exe­cu­tiva do PEV, e João Ge­raldes, da In­ter­venção De­mo­crá­tica.




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