Macri usa populismo para impor «austeridade»

AR­GEN­TINA O pre­si­dente ar­gen­tino anun­ciou, se­gunda-feira, 29, o corte de 25 por cento nos gastos com cargos po­lí­ticos, me­dida po­pu­lista que visa ocultar os ver­da­deiros atin­gidos pela «aus­te­ri­dade».

Pros­segue a vaga de des­pe­di­mentos nos or­ga­nismos es­ta­tais

O es­cân­dalo en­vol­vendo a de­sig­nação, por parte do mi­nistro do Tra­balho, Jorge Triaca, de vá­rios fa­mi­li­ares para lu­gares de no­me­ação foi o pre­texto para Mau­rício Macri avançar com o corte na cú­pula e até pro­meter uma le­gis­lação que proíba ti­tu­lares do exe­cu­tivo de em­pre­garem pes­soas dos seus re­la­ci­o­na­mentos. Porém a me­dida re­veste-se de po­pu­lismo, desde logo porque, si­mul­ta­ne­a­mente, Macri fez saber que este ano os fun­ci­o­ná­rios pú­blicos se vão manter com os sa­lá­rios con­ge­lados, o que está a ser en­ca­rado como um aviso aos sin­di­catos que têm in­ten­si­fi­cado as rei­vin­di­ca­ções de me­lho­rias sig­ni­fi­ca­tivas nas re­mu­ne­ra­ções.

Acresce que pela mão do mesmo Jorge Triaca, o go­verno ar­gen­tino prevê acabar com pelo menos 28 mil pro­gramas de em­prego de que têm be­ne­fi­ciado os sec­tores mais des­fa­vo­re­cidos. Os go­ver­nantes lo­cais re­clamam contra a de­cisão e alertam que de­pois do de­crés­cimo no in­ves­ti­mento, so­bre­tudo em obras pú­blicas, cortar na pro­tecção dos mais po­bres pode con­duzir a uma crise eco­nó­mica e so­cial sem pre­ce­dentes e a con­flitos de grandes pro­por­ções.

No en­tanto, o mi­nistro do Tra­balho res­pondeu di­li­gente à so­li­ci­tação de Macri e, mesmo en­volto em po­lé­mica, rei­tera que a de­cisão «mo­ra­li­za­dora» não terá re­tro­cesso.

Pa­ra­le­la­mente, pros­segue a vaga de des­pe­di­mentos nos or­ga­nismos es­ta­tais. Desde que tomou posse, Mau­rício Macri já or­denou a ex­tinção de mi­lhares de postos de tra­balho. O úl­timo caso é o dos tra­ba­lha­dores do Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Tec­no­logia In­dus­trial. 250 cartas de des­pe­di­mento já foram en­vi­adas, mas os tra­ba­lha­dores mantém-se em vi­gília desde sexta-feira, 26, à porta das ins­ta­la­ções e pro­metem não apenas de­fender o em­prego mas a ins­ti­tuição ame­a­çada pela «aus­te­ri­dade».




Mais artigos de: Internacional

Batalha campal nas Honduras

A tomada de posse do presidente hondurenho, sábado, 27, ficou marcada por uma repressão brutal dos manifestantes que contestavam Juan Orlando Hernández, que acabou reconduzido no poder em resultado de um processo fraudulento, a começar pelo facto de a...

Vaga repressiva na Turquia

Mais de 300 pessoas foram detidas desde 20 de Janeiro acusadas de «propaganda terrorista», informaram segunda-feira, 29, as autoridades de Ancara. Em causa estão críticas à ofensiva que a Turquia leva a cabo contra posições curdas na Síria. Os detidos...

75 anos da vitória em Stalinegrado

Cumpre-se amanhã, 2 de Fevereiro, 75 anos sobre a vitória soviética na batalha de Stalinegrado, a maior e mais importante da Segunda Guerra Mundial, que precipitou a derrota nazi-fascista. Na cidade, hoje baptizada de Volgogrado, realiza-se uma parada militar comemorativa.

«Sem independência a África não é nada»

A 30.ª Cimeira da União Africana (UA) realizou-se a 28 e 29 de Janeiro, em Adis Abeba, e teve como lema «Ganhar a luta contra a corrupção: um caminho duradouro para a transformação da África». O tema escolhido para 2018 mereceu...