Coube a Ma­nuel Ro­dri­gues, membro da Co­missão Po­lí­tica e di­rector do Avante!, pro­ferir a úl­tima in­ter­venção da con­fe­rência, na qual se des­tacou os prin­ci­pais as­pectos em de­bate e se va­lo­rizou a im­por­tância do le­gado teó­rico e prá­tico de Karl Marx e Fri­e­drich En­gels na acção e luta do PCP.

A con­fe­rência, co­meçou por re­alçar, «cria me­lhores con­di­ções para as lutas do pre­sente e do fu­turo», pois os que nela par­ti­ci­param e o co­lec­tivo par­ti­dário em geral estão, a partir de agora, «mais cons­ci­entes da im­por­tância da luta or­ga­ni­zada na trans­for­mação da re­a­li­dade». Os en­si­na­mentos de Marx, re­a­fir­mados e su­bli­nhados nesta ini­ci­a­tiva, têm um grande sig­ni­fi­cado para «todos quantos as­piram a uma so­ci­e­dade sem ex­plo­ra­dores nem ex­plo­rados, para todos os de­mo­cratas e pa­tri­otas, para todos os pro­gres­sistas e re­vo­lu­ci­o­ná­rios, para todos os amantes da paz e so­bre­tudo para os co­mu­nistas e para o seu Par­tido», acres­centou Ma­nuel Ro­dri­gues.

O di­rector do Avante! va­lo­rizou igual­mente a con­fe­rência pelo que ela sig­ni­ficou de com­bate à «gi­gan­tesca ofen­siva ide­o­ló­gica, na base da fal­si­fi­cação da his­tó­rica, da men­tira e da ca­lúnia, que tendo as­su­mido enormes pro­por­ções du­rante as co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário da Re­vo­lução de Ou­tubro, con­tinua agora, sob ve­lhas e novas ex­pres­sões».

Con­tri­bui­ções de­ci­sivas

Nas di­versas in­ter­ven­ções pro­fe­ridas re­alçou-se as im­por­tantes con­tri­bui­ções de Marx e En­gels para a luta eman­ci­pa­dora dos tra­ba­lha­dores e dos povos. Sin­te­ti­zando, Ma­nuel Ro­dri­gues co­meçou por des­tacar a ela­bo­ração de uma nova con­cepção do mundo – o ma­te­ri­a­lismo di­a­léc­tico e his­tó­rico – que «não só pos­si­bi­litou uma in­ter­pre­tação ci­en­ti­fi­ca­mente fun­da­men­tada do mundo exis­tente, mas que, em li­gação com a prá­tica re­vo­lu­ci­o­nária da classe ope­rária, cons­titui um ins­tru­mento teó­rico da sua trans­for­mação».

Os fun­da­dores do so­ci­a­lismo ci­en­tí­fico, pros­se­guiu o di­ri­gente do PCP, des­ven­daram igual­mente a «es­sência ex­plo­ra­dora do modo ca­pi­ta­lista de pro­dução que con­siste na apro­pri­ação de tra­balho não pago, a mais-valia» e fun­da­men­taram ci­en­ti­fi­ca­mente a te­oria re­vo­lu­ci­o­nária do mo­vi­mento co­mu­nista, acres­centou. Foi ainda Marx, jun­ta­mente com En­gels, que de­li­neou os «prin­cí­pios or­ga­ni­za­tivos ne­ces­sa­ri­a­mente en­for­ma­dores da prá­tica po­lí­tica da luta de classes do pro­le­ta­riado», traçou as «ori­en­ta­ções nor­te­a­doras da uni­dade de acção entre a classe ope­rária e os seus ali­ados nas di­versas lutas» e de­finiu as bases em que as­senta a po­lí­tica in­ter­na­ci­o­na­lista do pro­le­ta­riado.

Ma­nuel Ro­dri­gues su­bli­nhou ainda o de­sen­vol­vi­mento do mar­xismo por Lé­nine, cujos con­tri­butos fun­da­men­tais foram re­co­nhe­cidos na ex­pressão «mar­xismo-le­ni­nismo». Esta dou­trina, con­cluiu, «não é uma dou­trina ideal dog­má­tica, mas um pro­jecto que se ins­creve en­quanto pos­si­bi­li­dade na pró­pria di­a­léc­tica da re­a­li­dade exis­tente».