Reformados manifestam-se em Espanha contra roubo nas pensões

Mi­lhares de pen­si­o­nistas ma­ni­fes­taram-se, dia 22, em mais de 40 lo­ca­li­dades de Es­panha em de­fesa do sis­tema pú­blico de pen­sões e por au­mentos dignos das pres­ta­ções.

A jor­nada, con­vo­cada pela pla­ta­forma «Maré Pen­si­o­nista» e apoiada pelas prin­ci­pais cen­trais sin­di­cais, cul­minou com uma grande con­cen­tração em Ma­drid, frente ao Con­gresso dos De­pu­tados, onde os ma­ni­fes­tantes foram sau­dados por de­pu­tados de vá­rios grupos po­lí­ticos.

Porém, foi no País Basco que os pro­testos atin­giram mai­ores di­men­sões, es­ti­mando-se que cerca de 35 mil pes­soas te­nham des­fi­lado nas prin­ci­pais ci­dades, com des­taque para Bilbau.

Na ca­pital de Es­panha, os ma­ni­fes­tantes en­tre­garam no par­la­mento um do­cu­mento rei­vin­di­ca­tivo em que ex­pressam o seu des­con­ten­ta­mento com a ac­tu­a­li­zação das pen­sões em apenas 0,25 por cento, re­clamam a re­cu­pe­ração do poder de compra, me­di­ante au­mentos que cu­bram a in­flação e a eli­mi­nação do factor de sus­ten­ta­bi­li­dade, que irá aplicar-se aos fu­turos pen­si­o­nistas a partir de 2019, re­du­zindo sen­si­vel­mente o valor das pen­sões.

Até à re­forma do sis­tema de pen­sões ope­rada, em 2013, pelo go­verno de Ma­riano Rajoy, a ac­tu­a­li­zação das pen­sões es­tava in­de­xada ao Índice de Preços ao Con­su­mido (IPC), o que ga­rantia a ma­nu­tenção do valor real das pres­ta­ções.

O novo sis­tema passou a ac­tu­a­lizar as pen­sões em função da saúde fi­nan­ceira da Se­gu­rança So­cial, através de uma com­plexa fór­mula que pon­dera as re­ceitas e as des­pesas num pe­ríodo de 11 anos, com a sal­va­guarda de um au­mento mí­nimo anual de 0,25 por cento e um má­ximo de meio ponto per­cen­tual acima do IPC.

Na prá­tica, as novas re­gras tornam quase im­pos­sível au­mentos acima do li­mite mí­nimo, como aliás su­cede desde 2014, pro­vo­cando uma des­va­lo­ri­zação con­tínua das pen­sões.




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