O PARTIDO NAS EMPRESAS

Informação de classe face a ofensiva patronal

A cé­lula do Par­tido na TAP está a dis­tri­buir aos tra­ba­lha­dores da trans­por­ta­dora aérea na­ci­onal o mais re­cente nú­mero do seu bo­letim, no qual re­alça a ne­ces­si­dade de «travar os ob­jec­tivos dos ac­ci­o­nistas pri­vados» e, assim, de­fender o ca­rácter pú­blico da em­presa. Em causa está, em pri­meiro lugar, mais uma ope­ração me­diá­tica em torno da TAP que, a pro­pó­sito das al­te­ra­ções ve­ri­fi­cadas nos seus ór­gãos so­ciais, tece loas à en­trada do ca­pital pri­vado na em­presa e passa a ideia de que os «bons re­sul­tados» só co­me­çaram de­pois da en­trada dos pri­vados.

Já longe dos ho­lo­fotes me­diá­ticos, acusa o PCP, pro­cura-se avançar com um pro­jecto de «re­es­tru­tu­ração» da em­presa con­forme com os de­sejos e de­síg­nios dos ac­ci­o­nistas pri­vados – o cha­mado «Pro­jecto Rise». Se­gundo a cé­lula, a re­dução do nú­mero de tra­ba­lha­dores, a de­gra­dação das con­di­ções de tra­balho e a ali­e­nação de ser­viços são al­gumas das me­didas am­bi­ci­o­nadas. «A re­dução de tra­ba­lha­dores na ma­nu­tenção e na Me­gasis, a ali­e­nação das Lojas Francas de Por­tugal ou a ten­ta­tiva de de­núncia do Acordo de Em­presa dos tri­pu­lantes de ca­bine são exem­plos já con­cre­ti­zados do que está em marcha», acres­centa-se no bo­letim.

O PCP re­alça ainda que a TAP con­tinua a ser «de­tida mai­o­ri­ta­ri­a­mente pelo Es­tado por­tu­guês», acu­sando o Go­verno de per­mitir que ela seja ge­rida como se de uma en­ti­dade pri­vada se tra­tasse, tendo como prin­cipal ob­jec­tivo o au­mento do lucro dos ac­ci­o­nistas. Para os co­mu­nistas, o Go­verno tem de usar a po­sição mai­o­ri­tária que detém para «agir em de­fesa da em­presa e dos tra­ba­lha­dores».

Na Re­nault Cacia também está em curso uma au­tên­tica «cam­panha de pro­pa­ganda» para es­conder o au­mento da pre­ca­ri­e­dade, a subs­ti­tuição ilegal de tra­ba­lha­dores e a uti­li­zação, através de «es­tá­gios» do IEFP, de an­tigos tra­ba­lha­dores da em­presa. Estas ques­tões estão a ser de­nun­ci­adas pela cé­lula do Par­tido.

Lutas e votos

Em dis­tri­buição pelos tra­ba­lha­dores está também um co­mu­ni­cado da cé­lula do PCP nos CTT, na qual se des­taca a «grande jor­nada de luta em de­fesa do ser­viço pú­blico postal, dos CTT e dos seus tra­ba­lha­dores», re­a­li­zada no dia 23 de Fe­ve­reiro. Com a adesão mas­siva ao pro­testo, sa­li­enta a cé­lula, os tra­ba­lha­dores da em­presa des­mas­ca­raram a ad­mi­nis­tração, que pas­sara o dia a «mentir sobre a adesão à greve, ten­tando me­no­rizar e des­mo­bi­lizar a luta». E fi­zeram mais: «deram um exemplo que o País de­veria ter a co­ragem de se­guir.»

No verso do co­mu­ni­cado de­nuncia-se o chumbo, na As­sem­bleia da Re­pú­blica (por PS, PSD e CDS), do pro­jecto lei do PCP que es­ta­be­lecia a re­cu­pe­ração do con­trolo pú­blico da em­presa. Com esta vo­tação, acres­centa-se, «voltou a im­perar a acção co­li­gada» dos três par­tidos que ao longo das dé­cadas se têm su­ce­dido no poder. Os co­mu­nistas en­tendem que a re­versão da pri­va­ti­zação dos CTT é «um im­pe­ra­tivo na­ci­onal, de so­be­rania, co­esão ter­ri­to­rial e jus­tiça so­cial».

Da ali­ança do PS ao PSD e CDS em ma­té­rias la­bo­rais dá também nota o co­mu­ni­cado dis­tri­buído aos tra­ba­lha­dores da EPAL pela cé­lula do Par­tido. Em causa está o chumbo desses três par­tidos ao pro­jecto lei apre­sen­tado pelo PCP que pre­tendia co­locar todos os tra­ba­lha­dores da EPAL, Água do Tejo Atlân­tico e Si­marsul ao abrigo do Acordo de Em­presa da EPAL até que novos acordos fossem li­vre­mente ce­le­brados em cada uma das uni­dades. Porém, su­blinha o Par­tido, apesar do chumbo par­la­mentar e da ne­gação deste e de ou­tros di­reitos por parte das ad­mi­nis­tra­ções, a luta pode fazer com que os tra­ba­lha­dores atinjam os seus ob­jec­tivos.




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