Protesto massivo contra restrição do direito ao aborto

POLÓNIA De­zenas de mi­lhares de pes­soas, na sua mai­oria mu­lheres, ma­ni­fes­taram-se, dia 23 de Março, em Var­sóvia, contra o pro­jecto que prevê novas res­tri­ções ao di­reito de aborto.

Con­ser­va­dores lançam nova ofen­siva contra os di­reitos da mu­lher

O di­ploma, que é apoiado pelo par­tido con­ser­vador Di­reito e Jus­tiça (PiS), deu en­trada no par­la­mento em Ja­neiro, em re­sul­tado da ini­ci­a­tiva po­pular de­sig­nada «Stop aborto», in­cen­ti­vada pela hi­e­rar­quia da Igreja ca­tó­lica.

Desde então uma co­missão par­la­mentar tem vindo a pre­parar uma pro­posta de al­te­ração da ac­tual lei, vi­sando proibir a in­ter­rupção da gra­videz mesmo nos casos de mal for­ma­ções no feto, de do­ença ir­re­ver­sível ou sín­drome de Down.

A mu­lher só po­deria re­correr ao aborto nas si­tu­a­ções em que há risco da pró­pria vida ou quando a gra­videz seja re­sul­tado de vi­o­lação ou in­cesto.

Além do des­file em Var­sóvia, em que par­ti­ci­param cerca de 55 mil ma­ni­fes­tantes, pas­sando pelo par­la­mento, pela sede do PiS e por uma das prin­ci­pais igrejas da ci­dade, ti­veram lugar pro­testos nou­tras ci­dades.

A ac­tual lei po­laca, que data de 1993, já é uma das mais res­tri­tivas da Eu­ropa, per­mi­tindo o aborto apenas em três si­tu­a­ções: quando a saúde ou vida da mu­lher es­teja em risco, a gra­videz seja re­sul­tado de vi­o­lação ou in­cesto ou o feto sofra de mal for­ma­ções ou do­ença ir­re­ver­sível.

Os dados ofi­ciais, ci­tados pela agência EFE, in­dicam a re­a­li­zação de cerca de mil abortos por ano, em­bora a Fe­de­ração para a Mu­lher e Pla­ni­fi­cação Fa­mi­liar es­time que o nú­mero real de mu­lheres que in­ter­rompem a gra­videz su­pere os 100 mil.

Já em Ou­tubro de 2016 o go­verno po­laco tentou sem êxito en­du­recer a lei do aborto. Na al­tura uma vaga de pro­testos forçou a di­reita a re­cuar.

 



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