Oxfam mostra lucros não partilhados

Num re­la­tório di­vul­gado dia 14, a Oxfam França mostra que as grandes em­presas co­tadas (CAC 40) ti­veram um lucro lí­quido su­pe­rior a 93 mil mi­lhões de euros, re­la­tivos a 1,3 bi­liões de vo­lume de ne­gó­cios, ou seja, mais de me­tade do Pro­duto In­terno Bruto do país.

Tendo re­cu­pe­rado o nível de ren­ta­bi­li­dade an­te­rior à crise fi­nan­ceira, com os lu­cros a au­men­tarem mais de 60 por cento desde 2009, a enorme ri­queza apro­priada tem be­ne­fi­ciado so­bre­tudo os ac­ci­o­nistas e os di­ri­gentes das grandes em­presas, in­dica o es­tudo re­a­li­zado em par­ceria com o Basic (Bu­reau d'A­nalyse So­cié­tale pour une In­for­ma­tion Ci­toyenne).

Com efeito, mais de dois terços dos lu­cros ge­rados entre 2009 e 2016 foram dis­tri­buídos aos ac­ci­o­nistas, o que deixou apenas 27,3 por cento para in­ves­ti­mento e 5,3 por cento para os tra­ba­lha­dores.

O es­tudo in­dica ainda que, em 2017, 82 por cento da ri­queza criada no mundo be­ne­fi­ci­aram apenas um por cento dos mais ricos, en­quanto 50 por cento dos mais po­bres apenas re­ce­beram mi­ga­lhas.

Em França, afirma o do­cu­mento, os dez por cento mais ricos detêm mais de me­tade da ri­queza criada, ao mesmo tempo que aos 50 por cento mais po­bres cabem apenas cinco por cento do bolo.




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