20 de Maio de 1799 – Nasce Honoré de Balzac

«A mu­lher de trinta anos» é por­ven­tura a obra mais co­nhe­cida do es­critor francês, e a sua re­per­cussão está bem pa­tente no termo «bal­za­quiana» uti­li­zado ainda hoje para de­signar as mu­lheres ma­duras. A mes­tria, de­li­ca­deza, sen­si­bi­li­dade com que Balzac re­vela a con­dição da mu­lher na so­ci­e­dade do seu tempo fazem com que seja con­si­de­rado um pre­cursor do fe­mi­nismo. Se­gundo os crí­ticos Ga­briel Ha­no­taux e Ge­orges Vi­caire, «Balzac prestou às mu­lheres um ser­viço imenso, que elas nunca lhe po­derão agra­decer su­fi­ci­en­te­mente, pois du­plicou para elas a idade do amor... Curou o amor do pre­con­ceito da mo­ci­dade». Ob­ser­vador atento e cro­nista pro­lí­fero da so­ci­e­dade fran­cesa, com uma enorme ca­pa­ci­dade de tra­balho, Balzac traz para a li­te­ra­tura temas até aí ig­no­rados por serem con­si­de­rados me­nores e vul­gares, e re­vela as con­sequên­cias so­ciais da as­censão do ca­pi­ta­lismo e do poder do di­nheiro. Para as­se­gurar a uni­dade da sua obra, reúne todos os vo­lumes no que de­signou de La Co­médie Hu­maine (A Co­média Hu­mana), tí­tulo ins­pi­rado na Di­vina Co­média de Dante. Apesar de mal re­ce­bida pela Igreja, a co­lec­tânea foi um su­cesso edi­to­rial tanto em França como no resto da Eu­ropa, in­flu­en­ci­ando es­cri­tores como Proust, Zola, Dic­kens, Dos­toyevsky e Ítalo Cal­vino.