Beleza, emoção e combatividade no Concerto pela Paz em Lisboa

CUL­TURA O Fórum Lisboa aco­lheu no sá­bado, 19, mais um Con­certo pela Paz, o quarto dos cinco mar­cados pelo CPPC para a pri­meira me­tade do ano em di­versos pontos do País. O pró­ximo é no dia 25, em Viana do Cas­telo.

A mú­sica e a po­esia são desde há muito ali­adas das forças da paz

Pela ter­ceira vez desde 2014 o an­tigo Ci­nema Roma foi palco de um Con­certo pela Paz, pro­mo­vido pelo CPPC com o apoio do mu­ni­cípio de Lisboa. A jus­teza e ur­gência da causa que o mo­tivou e a ex­ce­lência do pro­grama atraíram cen­tenas de pes­soas que usu­fruíram da ge­ne­ro­si­dade, ta­lento e em­penho co­lo­cados pelos ar­tistas nas suas ac­tu­a­ções. Juntos, fi­zeram do con­certo uma ex­pres­siva e par­ti­cu­lar­mente bela ma­ni­fes­tação de apego aos va­lores da paz e da so­li­da­ri­e­dade com os povos do mundo.

Antes da mú­sica, foram as pa­la­vras da pre­si­dente da di­recção na­ci­onal do CPPC, Ilda Fi­guei­redo, a marcar o tom: para lá dos de­vidos e me­re­cidos agra­de­ci­mentos aos ar­tistas, tra­ba­lha­dores do Fórum Lisboa e as­sem­bleia e câ­mara mu­ni­ci­pais, des­tacou aquele que é um dos ob­jec­tivos da ac­ti­vi­dade do CPPC a que os con­certos dão ex­pressão, a pro­moção de uma cul­tura de paz. Em se­guida, pôs em evi­dência os riscos ine­rentes à ac­tual si­tu­ação in­ter­na­ci­onal, mar­cada por «graves con­flitos e agres­sões em muitas zonas do mundo», do Médio Ori­ente ao Pa­cí­fico, da Amé­rica La­tina ao Leste da Eu­ropa, e va­lo­rizou avanços e vi­tó­rias al­can­çados pelas forças da paz.

Re­al­çada foi ainda a apro­vação re­cente do Tra­tado de Proi­bição das Armas Nu­cle­ares por uma con­fe­rência das Na­ções Unidas. A este pro­pó­sito foram re­co­lhidas no local de­zenas de as­si­na­turas para a pe­tição que exige das au­to­ri­dades por­tu­guesas a adesão do País a este tra­tado. A di­ri­gente do CPPC anun­ciou também a re­a­li­zação, a 20 de Ou­tubro, em Loures, de um en­contro pela paz.

Cul­tura (d)e paz
Quanto à mú­sica e aos mú­sicos, foram exem­plares na en­trega, ge­ne­ro­si­dade e ta­lento. O mesmo fez a ac­triz Luísa Or­ti­goso, que uma vez mais em­prestou a sua voz pro­funda e bem co­lo­cada a al­guns dos mais ta­len­tosos po­etas. Mas vamos à mú­sica.

O Coro In­fan­to­ju­venil da Uni­ver­si­dade de Lisboa, di­ri­gido por Érica Man­dillo, que abriu a pro­gra­mação, levou muitos dos pre­sentes às lá­grimas: as vozes, as co­re­o­gra­fias e a sen­si­bi­li­dade de­mons­tradas por aquelas de­zenas de cri­anças cons­ti­tuíram um con­junto co­e­rente e par­ti­cu­lar­mente feliz. Em se­guida, as B’r­bi­cacho le­varam a as­sis­tência por uma vi­agem às ori­gens da mú­sica por­tu­guesa e não só, mos­trando como a arte pode unir os povos e ser, em si mesma, um factor de paz.

O Peste & Sida foram os se­nhores que se se­guiram, em for­mato acús­tico e com um con­vi­dado es­pe­cial: João Afonso. A ati­tude punk que os ca­rac­te­riza es­teve pre­sente, mesmo quando as can­ções eram de José Afonso. Já o tema Alerta Geral foi adap­tado aos dias de hoje: Ter­ro­rismo si­o­nista/ as­sas­sino ter­ro­rista/ alerta geral.

Luísa Amaro mos­trou por que é jus­ta­mente con­si­de­rada um dos ex­po­entes má­ximos da gui­tarra por­tu­guesa, com uma obra só­lida que ex­plora di­fe­rentes so­no­ri­dades, con­tri­buindo também para unir povos e cul­turas sem perder a so­no­ri­dade ti­pi­ca­mente lusa. Maria Alice e Hum­berto Ramos le­varam o pú­blico ao calor de África e ao cri­oulo, sendo muito di­fícil per­ma­necer sen­tado. Daí para a Amé­rica La­tina foi um pulo, com os El Sur a in­ter­pretar co­nhe­cidos temas de can­tau­tores la­tino-ame­ri­canos, como Vi­o­leta Parra ou Chico Bu­arque. «Foi bo­nita a festa, pá», disse este úl­timo. E, no sá­bado, foi mesmo!

 



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