Brasil em debate em Almada
A situação no Brasil após o golpe de Estado que destituiu a presidente eleita democraticamente, Dilma Rousseff, a segunda fase da intentona, traduzida na condenação e prisão politicamente motivadas do ex-presidente Lula da Silva, e o contexto da intervenção das forças revolucionárias, democráticas e progressistas brasileiras, estiveram em debate em Almada, faz hoje uma semana. Na iniciativa, realizada ao final da tarde no Centro de Trabalho concelhio, o secretário nacional de organização do Partido Comunista do Brasil, Ricardo Alemão, numa primeira intervenção, deu aos presentes um vivo testemunho do contexto e objectivos do golpe.
Sem iludir limites e contradições do processo de afirmação e desenvolvimento soberano iniciado em 2003 com Lula da Silva, frisou as condições criadas no Brasil e na região pela oligarquia nacional aliada ao imperialismo, designadamente o norte-americano, para provocar a erosão da base social de apoio aos governos liderados, desde 2011 por Dilma Rousseff, e salientou o propósito de fazer retroceder importantes conquistas sociais alcançadas, bem como até direitos que vêm da refundação da república, nos anos 30 do século passado, nomeadamente em matéria laboral.
Ricardo Alemão focou, igualmente, o facto de a detenção de Lula da Silva pretender impedir o regresso ao poder das forças não subjugadas ao imperialismo, e numa segunda intervenção, após várias perguntas formuladas pelos participantes no debate, detalhou as ásperas dificuldades que enfrentam os comunistas e seus aliados para intervir, esclarecer e mobilizar para a luta por um projecto avançado de sociedade.