PCP defende em Pedrógão Grande acção para manter vivas as aldeias

RES­POSTA O pro­cesso de de­ser­ti­fi­cação é um pro­blema de fundo que, a não ser ul­tra­pas­sado, mantém o risco de novos dramas, alertou o Se­cre­tário-geral do PCP, que dia 17 vi­sitou Pe­drógão Grande.

A de­ser­ti­fi­cação exige res­posta como pro­blema es­tru­tu­rante

Je­ró­nimo de Sousa foi re­ce­bido na As­so­ci­ação Hu­ma­ni­tária dos Bom­beiros Vo­lun­tá­rios Grande e na Câ­mara Mu­ni­cipal de Pe­drógão, na manhã do dia em que se com­pletou um ano desde o grande in­cêndio que de­fla­grou na­quele con­celho e alas­trou aos vi­zi­nhos, pro­vo­cando de­zenas de mortes e dei­xando um rasto de des­truição.

Aos jor­na­listas, o di­ri­gente co­mu­nista des­tacou que é ne­ces­sário «re­cu­perar de al­guns atrasos, par­ti­cu­lar­mente em re­lação aos pro­du­tores, aos pe­quenos agri­cul­tores», e re­alçou que é pre­ciso tratar as cha­madas se­gundas ha­bi­ta­ções como «um ele­mento fun­da­mental para manter as al­deias vivas».

Acom­pa­nharam o Se­cre­tário-geral do Par­tido os mem­bros da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral Ângelo Alves (res­pon­sável pela Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Leiria), João Frazão (res­pon­sável pela área da Agri­cul­tura e Flo­restas) e Oc­távio Au­gusto (res­pon­sável pela área da Pro­tecção Civil); An­tónio Fi­lipe e Bruno Dias, mem­bros do CC e de­pu­tados; João Dias, de­pu­tado do PCP e vice-pre­si­dente da Co­missão de Agri­cul­tura e Mar da AR; Fran­cisco Pe­reira, do CC do PCP e do grupo de tra­balho para a área da Pro­tecção Civil; Fi­lipe Ro­dri­gues, do CC e dos or­ga­nismos exe­cu­tivos da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Leiria do PCP; Fer­nando Do­min­gues, do Exe­cu­tivo da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Leiria do PCP e res­pon­sável pela área da Agri­cul­tura e Flo­restas; Rui Bal­tazar, do Exe­cu­tivo da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Leiria do PCP, res­pon­sável pelos con­ce­lhos do Pi­nhal In­te­rior Norte; Amílcar Campos, membro do PCP e pri­meiro can­di­dato na lista da CDU para a As­sem­bleia Mu­ni­cipal de Pe­drogão Grande nas elei­ções de 2017; e Mário Rui, do Grupo de Tra­balho do PCP para a área da Pro­tecção Civil.

De tarde, já sem o Se­cre­tário-geral, ca­ma­radas que in­te­graram esta de­le­gação reu­niram-se com res­pon­sá­veis dos Bom­beiros Vo­lun­tá­rios de An­sião e do Co­mando Dis­trital de So­corro de Leiria e par­ti­ci­param, na sede da Junta de Fre­guesia de Pombal, num en­contro com a As­so­ci­ação de Com­partes dos Bal­dios do Bar­rocal, Casal Novo, Courã, Ca­eira, Covão da Silva e Ca­sei­ri­nhos, com a União dos Agri­cul­tores do Dis­trito de Leiria e com ac­ti­vistas em de­fesa da flo­resta e do mundo rural.

So­li­da­ri­e­dade ac­tiva

Numa breve de­cla­ração aos jor­na­listas, após a reu­nião com os pre­si­dentes da As­sem­bleia Geral (Álvaro Campos) e da Di­recção (Carlos David Hen­ri­ques) da As­so­ci­ação Hu­ma­ni­tária dos Bom­beiros Vo­lun­tá­rios de Pe­drógão Grande, e com o co­man­dante da cor­po­ração (Au­gusto Ar­naut), Je­ró­nimo de Sousa co­meçou por ma­ni­festar a so­li­da­ri­e­dade do PCP a todos os que foram atin­gidos pelo drama, há um ano, no­tando que esta é uma so­li­da­ri­e­dade ac­tiva. «A me­lhor so­li­da­ri­e­dade é ac­tuar», diria pouco de­pois ao pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal.

Esta po­sição do Par­tido tem re­flexo, «no quadro da As­sem­bleia da Re­pú­blica, nas dis­cus­sões sobre o Or­ça­mento do Es­tado, na pro­dução de le­gis­lação que per­mita o com­bate à de­ser­ti­fi­cação e ao des­po­vo­a­mento desta terras».

Je­ró­nimo de Sousa ex­pressou ainda a pre­o­cu­pação de que «existe um pro­blema de fundo, que é es­tru­tu­rante na nossa so­ci­e­dade», «tem a ver com de­ser­ti­fi­cação e o des­po­vo­a­mento» e, «sem ser ul­tra­pas­sado, po­demos sempre correr o risco de as­sistir a novos dramas».

Este é «um pro­blema in­con­tor­nável, quando olhamos para este con­celho, com 130 qui­ló­me­tros qua­drados, e com 3500 pes­soas, na sua mai­oria en­ve­lhe­cidas», con­sequência de «um pro­cesso de de­ser­ti­fi­cação que se ve­ri­ficou du­rante anos» e que «é re­sul­tado de po­lí­ticas, não foi fa­ta­li­dade nem cas­tigo di­vino» e, a não ser in­ver­tido o rumo, «con­ti­nu­amos sempre com o co­ração nas mãos em re­lação a ou­tros epi­só­dios que possam acon­tecer».

Os pró­prios Bom­beiros Vo­lun­tá­rios sentem, como re­fe­riram na reu­nião, di­fi­cul­dades no re­cru­ta­mento de jo­vens bom­beiros, «não existe a dis­po­ni­bi­li­dade na­tural que de­veria existir, caso es­ti­vessem a tra­ba­lhar aqui no con­celho».

Je­ró­nimo de Sousa deu ainda conta de que «vimos pouca acção – e pouca aqui é uma pa­lavra op­ti­mista – em re­lação à co­or­de­nação e ao papel da Pro­tecção Civil», «há muita in­de­fi­nição em re­lação a quem é quem e faz o quê, de­sig­na­da­mente num quadro in­te­grado», per­sis­tindo «grandes atrasos e di­fi­cul­dades de im­ple­men­tação de um ver­da­deiros ser­viço de Pro­tecção Civil, par­ti­cu­lar­mente nestas áreas».


As «se­gundas ha­bi­ta­ções»

Ques­ti­o­nado sobre a de­mora na atri­buição das in­dem­ni­za­ções, par­ti­cu­lar­mente aos fe­ridos, Je­ró­nimo de Sousa ob­servou que «era im­por­tante a con­cre­ti­zação dos apoios às ví­timas e às suas fa­mí­lias, mas também re­cu­perar de al­guns atrasos, par­ti­cu­lar­mente em re­lação aos pro­du­tores, aos pe­quenos agri­cul­tores, àqueles que per­deram tudo». Re­feriu ainda a forma como têm es­tado a ser tra­tadas as cha­madas se­gundas ha­bi­ta­ções.

Com frequên­cias, são pro­pri­e­dade de pes­soas que nas­ceram no con­celho e «vêm passar longos pe­ríodos às suas al­deias, com as suas fa­mí­lias, man­tendo até ac­ti­vi­dade eco­nó­mica e so­cial nessas po­vo­a­ções», «cada vez mais iso­ladas» e que «já estão no li­mite». Ex­cluídos dos apoios, «muitos já de­sis­tiram de re­cons­truir essa se­gunda ha­bi­tação», o que «vai sig­ni­ficar a morte de mais al­gumas al­deias».

«Somos os únicos, na AR, a apontar as se­gundas ha­bi­ta­ções como um ele­mento fun­da­mental para manter as al­deias vivas», sa­li­entou Je­ró­nimo de Sousa, no en­contro que teve de­pois, com os pre­si­dentes da Câ­mara, Val­demar Alves, e da As­sem­bleia Mu­ni­cipal, An­tónio Tomás Cor­reia.

 



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