Greves por salários, direitos e contratos na limpeza, AdP, Bosch, Secil e Sonae

LUTA Em em­presas pri­vadas e do sector em­pre­sa­rial do Es­tado, de in­dús­trias, co­mércio e ser­viços, os tra­ba­lha­dores re­cor­reram em uni­dade e com de­ter­mi­nação à greve, para fa­zerem valer a sua razão.

A luta dos tra­ba­lha­dores sustém me­didas de mais ex­plo­ração

Nos dias 18 a 20 de Junho, os tra­ba­lha­dores da Redwarm (em­presa «pres­ta­dora de ser­viços» na fá­brica da Secil no Outão) fi­zeram greves de uma hora, de manhã, por au­mentos sa­la­riais e pelo pa­ga­mento das anui­dades. A luta, como re­feriu ao Avante! o co­or­de­nador da União dos Sin­di­catos de Se­túbal, teve uma adesão quase total.
A em­presa re­cusou dar cum­pri­mento a um acordo que ce­le­brou com o Sin­di­cato da Ce­râ­mica e Cons­trução do Sul, como este ex­plicou numa nota de im­prensa.

Na ma­dru­gada de quinta-feira, dia 21, fi­zeram greve, com uma adesão su­pe­rior a 95 por cento, os tra­ba­lha­dores do ter­ceiro turno da Bosch Car Mul­ti­media, em Braga. O SITE Norte, que or­ga­nizou a luta, adi­antou que em ple­nário ficou de­ci­dido re­a­lizar ou­tras ac­ções, contra as pres­sões pa­tro­nais para que os tra­ba­lha­dores aceitem ho­rá­rios mais pe­nosos (ao fim-de-se­mana, in­clu­sive com mu­danças de ho­rário diurno para noc­turno numa mesma se­mana). Além de os ho­rá­rios que quer impor serem de­su­manos, a Bosch iria criar dis­cri­mi­nação de di­reitos e pro­vocar perdas de ren­di­mento na ordem dos 25 por cento, acusou o sin­di­cato da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN.
Este pro­blema sus­citou, no dia 12, uma per­gunta da de­pu­tada Carla Cruz, eleita pelo PCP no dis­trito, ao Mi­nis­tério do Tra­balho.

No dia 22, sexta-feira, cerca de dois mil tra­ba­lha­dores (mu­lheres, na mai­oria) da lim­peza in­dus­trial ma­ni­fes­taram-se em Lisboa, em de­fesa da con­tra­tação co­lec­tiva e exi­gindo au­mentos sa­la­riais. A greve na­ci­onal, con­vo­cada para esse dia pelo STAD/​CGTP-IN, teve ní­veis ele­vados de adesão, como in­formou o sin­di­cato, «es­pe­ci­al­mente nos hos­pi­tais, trans­portes, cen­tros co­mer­ciais, es­ta­be­le­ci­mentos de en­sino, es­cri­tó­rios e fá­bricas».
Para se con­cen­trarem frente à sede da As­so­ci­ação Por­tu­guesa de Fa­ci­lity Ser­vices, no Conde de Re­dondo, os tra­ba­lha­dores des­fi­laram desde o Parque Edu­ardo VII, exi­bindo faixas, car­tazes e luvas de látex. A as­so­ci­ação pa­tronal, que não aceita rever o con­trato co­lec­tivo desde 2004, con­si­dera-o ca­du­cado, o que o sin­di­cato e os tra­ba­lha­dores re­cusam.
Ar­ménio Carlos, se­cre­tário-geral da CGTP-IN, con­si­derou que esta foi a maior ma­ni­fes­tação do sector nos úl­timos 40 anos e in­sistiu na ne­ces­si­dade de re­vogar a norma do Có­digo do Tra­balho que per­mite aos pa­trões usar a ca­du­ci­dade como chan­tagem para re­tirar di­reitos.
Nesta jor­nada uma de­le­gação da di­recção re­gi­onal de Lisboa ex­pressou a so­li­da­ri­e­dade do PCP.

As greves de dias 23, 24 e 25 nos ar­ma­zéns da Sonae (lo­gís­tica) na Maia e na Azam­buja, pelo au­mento dos sa­lá­rios, pela ne­go­ci­ação do con­trato co­lec­tivo e pelo cum­pri­mento dos di­reitos la­bo­rais teve uma grande adesão. Este facto re­flectiu-se, como in­formou o CESP/​CGTP-IN, em que «mi­lhares de caixas fi­caram por fazer» e a mai­oria das lojas, so­bre­tudo das in­síg­nias Mo­delo e Mo­delo Bom Dia, não re­cebeu as en­co­mendas com­pletas e houve grandes atrasos no envio das cargas.
Com o pi­quete de greve e ou­tros tra­ba­lha­dores, reu­nidos no prin­cipal acesso às ins­ta­la­ções, es­teve na Azam­buja a de­pu­tada Ana Mes­quita, do PCP, re­a­fir­mando a so­li­da­ri­e­dade ac­tiva do Par­tido.

No dia 25, se­gunda-feira, uma greve de 24 horas na Águas da Re­gião de Aveiro (AdRA), ini­ciou a con­cre­ti­zação da de­cisão de re­a­lizar uma série de ac­ções de luta nas em­presas do Grupo Águas de Por­tugal (AdP), pela ac­tu­a­li­zação dos sa­lá­rios, inal­te­rados desde 2009, e pela uni­for­mi­zação de di­reitos, que de­veria ser al­can­çada com um acordo co­lec­tivo de tra­balho, cuja ne­go­ci­ação a em­presa ar­rasta há nove anos.
De­pois da greve de 24 de Abril nas em­presas do grupo pú­blico, a ad­mi­nis­tração viu-se for­çada a apre­sentar pro­postas, mas pre­tende re­meter para 2019 a sua im­ple­men­tação, como se ex­plica num co­mu­ni­cado con­junto da Fi­e­qui­metal e do STAL.

 



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