Direita austríaca impõe semana de 60 horas

O governo austríaco de extrema-direita apresentou, dia 5, no parlamento, um projecto de lei que prevê o prolongamento da jornada diária de trabalho para 12 horas, podendo chegar às 14 horas nos casos em que é contado o tempo de deslocação.

A duração máxima da semana laboral poderá passar assim de 48 horas para 60 horas.

A proposta do governo traduz-se ainda numa acentuada redução dos salários, uma vez que, até aqui, as horas suplementares (limitadas a uma jornada diária máxima de 10 horas) eram remuneradas ou compensadas com dias de folga.

Em protesto contra o projecto aprovado pelo governo de conservadores (OPV) e extrema-direita (FPO), dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se, dia 30 de Junho, nas ruas de Viena, numa jornada organizada pela Federação Sindical Austríaca (OGB), sob o lema, «Por uma vida melhor», à qual aderiram dezenas de organizações.

Confrontado com os protestos nas últimas semanas, o governo afirma agora, hipocritamente, que o alargamento da jornada só poderá efectuar-se numa base «voluntária», ou seja, com o consentimento do trabalhador, fingindo ignorar que a recusa do trabalhador poderá custar-lhe o posto de trabalho.




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