II Centenário de Karl Marx no Pavilhão Central

EX­POSIÇÃO No ano em que se as­si­nala os 200 anos do nas­ci­mento de Karl Marx, no Pa­vi­lhão Cen­tral da Festa do Avante! con­cre­tiza-se uma im­por­tante ini­ci­a­tiva  do pro­grama de co­me­mo­ra­ções que o PCP de­sen­volve ao longo do ano de 2018,  sob o lema «II Cen­te­nário do Nas­ci­mento de Karl Marx. Le­gado, in­ter­venção, luta. Trans­formar o mundo»: a ex­po­sição «Ca­pi­ta­lismo – a his­tória não ter­mina aqui. So­ci­a­lismo é o fu­turo».

«Não é ao ca­pi­ta­lismo, mas ao co­mu­nismo que per­tence o fu­turo»

In­tro­du­zida por um painel de grandes pro­por­ções, a ex­po­sição mostra, por di­versos meios (texto, imagem, vídeo, ele­mentos cé­nicos e fi­gu­ra­tivos), a na­tu­reza ex­plo­ra­dora, opres­sora, agres­siva e pre­da­dora do ca­pi­ta­lismo, sis­tema so­cial que está na origem das de­si­gual­dades, in­jus­tiças e guerras que marcam a ac­tu­a­li­dade e é res­pon­sável pelo so­fri­mento de mi­lhões de seres hu­manos ví­timas do de­sem­prego, da ex­plo­ração, da po­breza, da mi­séria e da do­ença.

Ca­pi­ta­lismo é ex­plo­ração
O ca­pi­ta­lismo, as­sente na ex­plo­ração do homem pelo homem, evo­luiu a partir do de­sen­vol­vi­mento da in­dús­tria, agu­di­zando o an­ta­go­nismo de classes de uma so­ci­e­dade que per­dura até aos nossos dias.
De um lado, uma imensa mai­oria, com­posta pela classe ope­rária, pelo con­junto dos tra­ba­lha­dores e ou­tras classes e ca­madas an­ti­mo­no­po­listas. Do outro, a grande bur­guesia mo­no­po­lista, que se apro­pria da ri­queza que não produz. Apro­funda-se esse fosso entre a enorme massa de seres hu­manos que nada têm e uma elite mul­ti­mi­li­o­nária, pondo em evi­dência os efeitos da con­tra­dição entre o ca­rácter so­cial da pro­dução e a forma pri­vada da apro­pri­ação, no ca­pi­ta­lismo.
Estes 200 anos que nos se­param do nas­ci­mento de Karl Marx trou­xeram con­sigo pro­fundas trans­for­ma­ções na vida, na eco­nomia, na so­ci­e­dade. Mas não al­te­raram a na­tu­reza do ca­pi­ta­lismo nem deram res­postas às suas prin­ci­pais con­tra­di­ções. O ca­pi­ta­lismo não só re­vela a sua in­ca­pa­ci­dade para res­ponder aos prin­ci­pais pro­blemas da hu­ma­ni­dade, como cons­titui uma cres­cente ameaça à vida de mi­lhões de seres hu­manos, e até ao pró­prio pla­neta.

So­ci­a­lismo é o fu­turo
O ca­pi­ta­lismo não é o «fim da his­tória». Como todos os sis­temas pre­ce­dentes, o ca­pi­ta­lismo é um modo de pro­dução tran­si­tório. A su­pe­ração re­vo­lu­ci­o­nária das suas in­sa­ná­veis con­tra­di­ções é uma exi­gência do de­sen­vol­vi­mento so­cial.
Não foi Marx quem des­co­briu as classes nem a luta de classes. Mas foi Marx quem per­cebeu como se po­deria cons­truir uma nova so­ci­e­dade, sem classes. Para isso foi pre­ciso com­pre­ender as ca­rac­te­rís­ticas fun­da­men­tais e o papel de quem a vai cons­truir: a classe ope­rária.
Tendo des­ven­dado a missão his­tó­rica da classe ope­rária, es­teve, jun­ta­mente com En­gels, na fun­dação do par­tido re­vo­lu­ci­o­nário de van­guarda do pro­le­ta­riado e na ela­bo­ração do pri­meiro pro­grama co­mu­nista – o Ma­ni­festo do Par­tido Co­mu­nista.
Desde então o mo­vi­mento co­mu­nista tornou-se uma grande força re­vo­lu­ci­o­nária, de cuja acção são in­se­pa­rá­veis os grandes avanços li­ber­ta­dores en­tre­tanto al­can­çados, num ca­minho aberto pela grande Re­vo­lução So­ci­a­lista de Ou­tubro, na qual se des­tacou o ge­nial con­tri­buto de Lé­nine, e que atrasos e de­for­ma­ções que con­du­ziram à der­rota do so­ci­a­lismo não apagam.
Com o de­sen­vol­vi­mento do mar­xismo por Lé­nine, como pen­sador e como re­vo­lu­ci­o­nário, nas novas con­di­ções da fase im­pe­ri­a­lista do ca­pi­ta­lismo e das re­vo­lu­ções so­ci­a­listas ocor­ridas no sé­culo XX, mar­xismo e le­ni­nismo tornam-se in­se­pa­rá­veis, como base teó­rica para ex­plicar o mundo e, so­bre­tudo, in­dicar como trans­formá-lo, cons­ti­tuindo-se assim o guia para a acção das forças po­lí­ticas  e so­ciais de­ter­mi­nantes da época ac­tual.
Como afirmou Álvaro Cu­nhal, «o sé­culo XX não foi o sé­culo do “fim do co­mu­nismo” (como por aí apre­goam) mas sim o sé­culo do “prin­cípio do co­mu­nismo” como con­cre­ti­zação e edi­fi­cação de uma nova so­ci­e­dade para o bem do ser hu­mano» (Álvaro Cu­nhal, «O co­mu­nismo hoje e amanhã», 1993).

A luta pela al­ter­na­tiva: de­mo­cracia e so­ci­a­lismo no fu­turo de Por­tugal
Por todo o mundo, o con­fronto entre ca­pital e tra­balho ex­pressa-se em nu­me­rosos pro­cessos de re­sis­tência, luta, avanço e trans­for­mação. O ob­jec­tivo da su­pe­ração re­vo­lu­ci­o­nária do ca­pi­ta­lismo pelo so­ci­a­lismo não só marcou todo o sé­culo XX como cons­titui uma exi­gência da ac­tu­a­li­dade e do fu­turo. Em Por­tugal, a Re­vo­lução de Abril é ex­pressão desse per­curso eman­ci­pador dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês. Tal como o é a in­ter­venção e luta do PCP, par­tido que afirma o seu Pro­grama Uma De­mo­cracia Avan­çada – Os Va­lores de Abril no Fu­turo de Por­tugal e que, hoje como ao longo dos seus 97 anos de vida, as­sume como ob­jec­tivo su­premo a cons­trução do so­ci­a­lismo e do co­mu­nismo.

Uma ex­po­sição di­nâ­mica
Dis­tri­buída por seis nú­cleos te­má­ticos, pro­curar-se-á evi­den­ciar: a gé­nese, na­tu­reza e con­tra­di­ções do ca­pi­ta­lismo (nú­cleo I); o ca­pi­ta­lismo na época dos mo­no­pó­lios (nú­cleo II); o ca­pi­ta­lismo em Por­tugal (nú­cleo III); Marx: le­gado, trans­for­mação, luta (nú­cleo IV); a luta de classes: motor da trans­for­mação so­cial (nú­cleo V); a luta pela al­ter­na­tiva: de­mo­cracia e so­ci­a­lismo no fu­turo de Por­tugal (nú­cleo VI).
Com­bi­nando o texto com a imagem, com grande ri­queza ico­no­grá­fica, ele­mentos que per­mitam in­te­racção com os vi­si­tantes, in­cluindo um pro­grama de vi­sitas gui­adas por di­ri­gentes do PCP, a ex­po­sição será uma de­mons­tração di­nâ­mica de que o ca­pi­ta­lismo não é o fim da his­tória e o so­ci­a­lismo é uma exi­gência da ac­tu­a­li­dade e do fu­turo.

 

Pro­grama de vi­sitas



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