Situação do País e tragédias confirmam necessidade da política patriótica e de esquerda

AL­GARVE Em ini­ci­a­tivas re­a­li­zadas dia 15, o Se­cre­tário-geral do PCP en­fa­tizou a ne­ces­si­dade de uma po­lí­tica que res­gate Por­tugal da atrofia, de resto evi­dente em ca­tás­trofes como dos fogos na Serra de Mon­chique.

Dar força à con­cre­ti­zação de uma outra po­lí­tica com o re­forço do PCP é ur­gente

Je­ró­nimo de Sousa ini­ciou o pé­riplo al­garvio em Monte Gordo, onde há mais de duas dé­cadas as or­ga­ni­za­ções do So­ta­vento do PCP, apro­vei­tando a pre­sença de muitos co­mu­nistas e amigos do Par­tido de fé­rias na re­gião, pro­move um al­moço-con­vívio de Verão. Desta vez, mais de 200 par­ti­ci­param na ini­ci­a­tiva, na qual, de­pois de Ma­nuel An­tónio, da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Al­garve, ter to­mado a pa­lavra para su­bli­nhar as­pectos ne­ga­tivos das pri­va­ti­za­ções de ser­viços pú­blicos em Vila Real de Santo An­tónio, o di­ri­gente co­mu­nista rei­terou que pesem em­bora os «avanços con­se­guidos contra a von­tade do Go­verno mi­no­ri­tário do PS», a po­lí­tica de di­reita to­davia pros­segue.

As­sume por isso jus­teza a con­ti­nui­dade do com­bate à po­lí­tica de di­reita, tanto mais que no en­sejo de a salvar, o ac­tual exe­cu­tivo li­de­rado por An­tónio Costa opta por «uma cres­cente con­ver­gência com PSD e CDS para ga­rantir o es­sen­cial da po­lí­tica de di­reita em ma­té­rias e áreas nu­cle­ares da acção go­ver­na­tiva».

Dando disto mesmo al­guns exem­plos per­ti­nentes e ac­tuais, Je­ró­nimo de Sousa con­cluiu que «Por­tugal é um País que ainda não tem a res­posta que pre­cisa para os pro­blemas que se mantêm e agravam», amar­rado que está «aos in­te­resses do grande ca­pital», re­ve­lando-se, neste con­texto, «a ilu­sória e en­ga­na­dora ideia pro­pa­lada pelo Go­verno mi­no­ri­tário do PS de que é pos­sível re­solver os pro­blemas do País e as­se­gurar o seu de­sen­vol­vi­mento com as po­lí­tica de sub­missão ao ca­pital mo­no­po­lista, à União Eu­ro­peia e aos cri­té­rios e cons­tran­gi­mentos im­postos pelo Euro».

Daí, in­sistiu, que «o País pre­cisa de res­postas claras e me­didas que lhes cor­res­pondam para en­frentar pro­blemas». Es­tru­tu­rais, pre­cisou mais adi­ante quando as en­qua­drou numa «po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda», da qual fazem parte o ob­jec­tivo de «in­ves­ti­mento pú­blico, apoio à pro­dução, me­lhoria dos ser­viços pú­blicos. Uma po­lí­tica que va­lo­rize o tra­balho e os tra­ba­lha­dores e que não se man­tenha sub­me­tida aos in­te­resses do grande pa­tro­nato», e que «as­se­gure o con­trolo de em­presas e sec­tores es­tra­té­gicos in­dis­pen­sá­veis ao de­sen­vol­vi­mento do País, ne­ces­sá­rios à pres­tação de ser­viços es­sen­ciais e à pró­pria afir­mação da so­be­rania».

«É esta a prin­cipal questão que está co­lo­cada aos tra­ba­lha­dores e ao povo. Dar força à con­cre­ti­zação de uma outra po­lí­tica com o re­forço do PCP e da sua in­fluência», con­cluiu.

Tra­gédia e luta

De Monte Gordo, Je­ró­nimo de Sousa des­locou-se ao con­celho de Silves para uma vi­sita às zonas atin­gidas pelos fogos flo­res­tais que la­vraram nos pri­meiros dias de Agosto na Serra de Mon­chique, acom­pa­nhado pela Pre­si­dente de Câ­mara Mu­ni­cipal, Rosa Palma, pelos de­pu­tados à As­sem­bleia da Re­pú­blica e ao Par­la­mento Eu­ropeu, Paulo Sá (eleito pelo cír­culo elei­toral do Al­garve) e Mi­guel Vi­egas, bem como, por um vasto con­junto de eleitos da CDU nos vá­rios ór­gãos (in­cluindo o Pre­si­dente da JF de Silves). Ambos as­su­miram o com­pro­misso de levar aos he­mi­ci­clos onde são eleitos os pro­blemas ali iden­ti­fi­cados.

Para além da de­le­gação do PCP e dos eleitos da CDU, es­teve também pre­sente o res­pon­sável mu­ni­cipal pela Pro­tecção Civil.

A vi­sita que en­volveu uma des­lo­cação à po­vo­ação de Fa­lacho, ao bairro do En­xerim e à po­vo­ação de Pe­dreira, per­mitiu iden­ti­ficar o rasto de des­truição dei­xado pelo fogo, mas foi também uma opor­tu­ni­dade para va­lo­rizar o tra­balho da au­tar­quia da mai­oria CDU na cons­trução de aceiros e faixas de gestão de com­bus­tível, no le­van­ta­mento prévio que foi feito das muitas ha­bi­ta­ções dis­persas que se en­con­tram pela serra, assim como ou­tras me­didas que im­pe­diram que este in­cêndio as­su­misse im­pactos ainda mai­ores.

Da vi­sita constou ainda uma des­lo­cação ao quartel dos Bom­beiros Vo­lun­tá­rios, no qual se tro­caram im­pres­sões com o co­mando e a di­recção das cen­tenas de ho­mens que du­rante mais de uma se­mana deram com­bate às chamas.

A jor­nada ter­minou num jantar con­vívio em Al­bu­feira, que teve lugar ao ar livre junto a uma das prin­ci­pais ave­nidas da ci­dade, e no qual in­ter­vi­eram Ma­nuela Jorge, em nome da Co­missão Con­ce­lhia de Al­bu­feira do PCP, e Je­ró­nimo de Sousa, para quem «as causas mais pro­fundas da tra­gédia que se abateu sobre o Al­garve na­queles dias ra­dicam num «mo­delo de de­sen­vol­vi­mento de­ter­mi­nado por cri­té­rios que re­duzem a di­ver­si­fi­cação da ac­ti­vi­dade eco­nó­mica, que afasta pro­du­tores e po­pu­la­ções da serra». Pro­blemas es­tru­tu­rais, voltou a frisar, que evi­den­ciam que o que «se impõe é a con­cre­ti­zação de uma es­tra­tégia, acom­pa­nhada de in­ves­ti­mentos, que or­dene a flo­resta e as­se­gure «uma ac­ti­vi­dade eco­nó­mica sus­ten­tável».

 



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