Washington cancela verbas para programas na Palestina

CRIMES Apoiando a política criminosa de Israel contra a Palestina ocupada, Washington anunciou o cancelamento de 200 milhões de dólares para programas humanitários na Cisjordânia e em Gaza.

«Chantagem barata como ferramenta política», denuncia a OLP

A Palestina condenou, no sábado, 25, a decisão de os Estados Unidos cancelarem 200 milhões de dólares em ajuda aos palestinianos dos territórios ocupados da Cisjordânia e Gaza.

Em Ramallah, um membro do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Hanan Ashrawi, criticou essa medida e declarou que se trata de uma prova mais do conluio existente entre Washington e os ocupantes israelitas, além de ser uma chantagem política.

O Departamento de Estado norte-americano anunciou na véspera que, segundo instruções do presidente Donald Trump, os fundos destinados a programas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza – que ascendem a mais de 200 milhões de dólares – serão redireccionados para «projectos de alta prioridade» em outras zonas do mundo.

«A administração estado-unidense está a demonstrar o uso da chantagem barata como ferramenta política, mas o povo e a liderança da Palestina não se deixarão intimidar e não sucumbirão à coacção», disse Ashrawi. O chefe da Departamento de Diplomacia e Política Pública da OLP sublinhou que «não há glória em intimidar constantemente e castigar um povo sob ocupação». Washington «já demonstrou mesquinhez de espírito na sua cumplicidade com Israel, que rouba as nossas terras e os nossos recursos; agora castiga as vítimas da ocupação», acrescentou o responsável palestiniano, citado pela Prensa Latina.

Por seu lado, o chefe da delegação da OLP em Washington, Husam Zomlot, juntou a sua voz às vozes de protesto contra o corte de fundos. «A administração Trump está a desmantelar décadas de visão e compromisso dos EUA na Palestina» e «esta é mais uma confirmação do desejo de abandonar a solução de dois Estados e abraçar por completo a agenda contra a paz que leva a cabo o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu», assinalou o diplomata em comunicado.

«Acordo do século»

O apoio norte-americano a Israel na sua ocupação ilegal da Cisjordânia, Jerusalém Leste e Faixa de Gaza levou os palestinianos a cortar todos os contactos com a administração Trump e declarar os EUA incapazes de liderar um processo de paz.

Além disso, o governo palestiniano acusa os EUA de hipocrisia, uma vez que responsáveis norte-americanos propuseram conceder mais apoio humanitário a Gaza, duramente atingida por quase 12 anos de bloqueio terrestre e marítimo israelita. Ao mesmo tempo, Washington corta a ajuda à Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, que ajuda mais de um milhão de pessoas da faixa e, agora, cancela verbas para programas principalmente humanitários nesse enclave.

A retirada da ajuda económica dos EUA aos palestinianos ocorre no momento em que a administração Trump prepara-se para desvendar um muito anunciado plano de paz para o Médio Oriente, baptizado por Washington como o «acordo do século», que parece votado ao fracasso mesmo antes da sua divulgação.

Segundo o diário USA Today, um aspecto dessa estratégia dos EUA e de Israel seria, precisamente, fazer depender o desenvolvimento económico dos territórios ocupados de cedências por parte dos palestinianos, incluindo a concessão do controlo permanente de Jerusalém aos israelitas.




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