FNAM denuncia caos informático

«As apli­ca­ções in­for­má­ticas não podem cons­ti­tuir obs­tá­culos à re­lação mé­dico-do­ente, nem podem des­viar-se da sua função prin­cipal como sis­temas de apoio», pro­testou a Fe­de­ração Na­ci­onal dos Mé­dicos. Num co­mu­ni­cado de se­gunda-feira, dia 29, a FNAM as­si­nala que «a im­ple­men­tação dos sis­temas de in­for­mação no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde tem-se ca­rac­te­ri­zado pela total dis­pli­cência, uma au­sência de res­peito pelos pro­fis­si­o­nais, graves aten­tados à pri­va­ci­dade dos ci­da­dãos (veja-se o caso do Centro Hos­pi­talar Bar­reiro-Mon­tijo) e por um ne­po­tismo tu­telar», factos que «co­locam em grave risco a qua­li­dade dos cui­dados de saúde pres­tados aos nossos do­entes».

A FNAM «pede res­pon­sa­bi­li­dades à gestão dos sis­temas de in­for­mação», atri­buída aos Ser­viços Par­ti­lhados do Mi­nis­tério da Saúde (SPMS), que acusa de ter uma «con­duta in­con­se­quente», exi­gindo «a rá­pida in­ter­venção da mi­nistra da Saúde e a subs­ti­tuição da ac­tual equipa dos SPMS».

No co­mu­ni­cado do seu con­selho na­ci­onal, a FNAM re­corda que «tem sido cons­tante a in­ca­pa­ci­dade dos su­ces­sivos go­vernos para “in­for­ma­tizar sem per­turbar”», ha­vendo vá­rios re­latos de fa­lhas, tanto nos cen­tros de saúde como nos hos­pi­tais.

Os mé­dicos «têm di­a­ri­a­mente à sua frente dis­tintos pro­gramas in­for­má­ticos para prestar cui­dados a um só do­ente» (um para passar re­ceitas, outro para re­gistar in­for­mação mé­dica no in­ter­na­mento e con­sulta, ou­tros para re­gistar in­for­mação no ser­viço de ur­gência, para o re­gisto de saúde elec­tró­nico, para re­qui­sitar trans­porte de do­entes), e apli­ca­ções para con­sultar aná­lises, para emitir pe­didos de exames e de aná­lises… Isto «cor­res­ponde a de­zenas de “cli­ques” por con­sulta, a mi­nutos de es­pera e a um de­ses­pero total».

Como tal não bas­tasse, os pro­gramas fre­quen­te­mente blo­queiam ou deixam de fun­ci­onar.

O Centro Hos­pi­talar Bar­reiro-Mon­tijo foi mul­tado há dias em 400 mil euros, pela Co­missão Na­ci­onal de Pro­tecção de Dados, con­fir­mando uma de­núncia feita em Abril pelo Sin­di­cato dos Mé­dicos da Zona Sul, por per­mitir que pro­fis­si­o­nais não cre­den­ci­ados ti­vessem acesso a in­for­ma­ções clí­nicas con­fi­den­ciais.

 



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