PCP em Bruxelas por uma Europa dos trabalhadores e dos povos

CO­O­PERAÇÃO Je­ró­nimo de Sousa es­teve em Bru­xelas, nos dias 6 e 7, num en­contro em que es­ti­veram pre­sentes lí­deres das di­fe­rentes forças que, no Par­la­mento Eu­ropeu, com­põem o Grupo Con­fe­deral, GUE/​NGL.

O PCP e ou­tras forças po­lí­ticas pre­param Apelo Comum para as elei­ções de 2019

No en­contro pro­mo­vido pelo Grupo Con­fe­deral da Es­querda Uni­tária Eu­ro­peia/ Es­querda Verde Nór­dica, o Se­cre­tário-geral do PCP ana­lisou a si­tu­ação na União Eu­ro­peia (UE) e apontou a luta por uma Eu­ropa de co­o­pe­ração entre Es­tados so­be­ranos e iguais em di­reitos, de pro­gresso so­cial e de paz.

Entre ou­tros im­por­tantes as­pectos, o Se­cre­tário-geral do Par­tido de­nun­ciou o in­cre­mento das po­lí­ticas ne­o­li­be­rais e mi­li­ta­ristas da UE, assim como de con­cen­tração do poder nas suas ins­ti­tui­ções su­pra­na­ci­o­nais, di­tadas pelas grandes po­tên­cias e de­ter­mi­nadas pelos in­te­resses das trans­na­ci­o­nais. A UE, acres­centou, pro­move a ex­plo­ração e o em­po­bre­ci­mento e co­loca em causa a de­mo­cracia, a so­be­rania na­ci­onal e o di­reito ao de­sen­vol­vi­mento, uma po­lí­tica que é acom­pa­nhada, em di­versos países, pela grave res­trição de li­ber­dades e di­reitos de­mo­crá­ticos e pelo an­ti­co­mu­nismo.

Para Je­ró­nimo de Sousa, a «pro­cla­mada “mais” União Eu­ro­peia sig­ni­fica mais in­te­gração ca­pi­ta­lista, ou seja, uma ainda maior re­gressão de di­reitos; o agra­va­mento das de­si­gual­dades so­ciais e das as­si­me­trias de de­sen­vol­vi­mento entre os países; uma maior agressão à so­be­rania e à de­mo­cracia; a in­ten­si­fi­cação do mi­li­ta­rismo, da in­ge­rência e da agressão». São estas po­lí­ticas e me­didas que, ga­rantiu, «abrem campo ao na­ci­o­na­lismo, ao ra­cismo, à xe­no­fobia, ao res­sur­gi­mento de forças de ex­trema-di­reita e fas­cistas – que re­pre­sentam a face mais re­ac­ci­o­nária do ca­pi­ta­lismo».

De­sen­volver a luta

«Para o PCP, a crise da União Eu­ro­peia evi­dencia que esta não é re­for­mável na sua es­sência como es­tru­tura e pro­cesso ne­o­li­beral, mi­li­ta­rista e de con­cen­tração de poder nas suas ins­ti­tui­ções su­pra­na­ci­o­nais»,afirmou o Se­cre­tário-geral, acres­cen­tando: «Só com uma pro­funda rup­tura com os fun­da­mentos e as po­lí­ticas da UE é que será pos­sível cons­truir um pro­cesso de co­o­pe­ração e de in­te­gração de na­tu­reza pro­gres­sista na Eu­ropa, que res­peite os di­reitos e as as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores e dos povos.» Do mesmo modo, para o PCP, «só as forças do pro­gresso, as forças que lutam pelos di­reitos e pela de­mo­cracia, in­dis­so­ciável da so­be­rania, podem travar a ex­trema-di­reita e a ameaça do fas­cismo».

Na sua in­ter­venção, Je­ró­nimo de Sousa sa­li­entou igual­mente «que será por via do de­sen­vol­vi­mento da luta dos tra­ba­lha­dores e dos povos em cada país, e da sua co­o­pe­ração e so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista, que será pos­sível abrir ca­minho à cons­trução dessa Eu­ropa de co­o­pe­ração, de pro­gresso e de paz».

Em 2019 há elei­ções

No âm­bito da pre­pa­ração das elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu que se re­a­lizam em Maio de 2019, Je­ró­nimo de Sousa anun­ciou que o PCP se as­so­ciou a ou­tras forças po­lí­ticas para pro­mover um Apelo Comum, «dando con­ti­nui­dade aos apelos co­muns das elei­ções de 1999, 2004, 2009 e 2014 e à afir­mação da pos­si­bi­li­dade e da ne­ces­si­dade de uma pro­funda rup­tura com as po­lí­ticas da União Eu­ro­peia e de um outro rumo para a Eu­ropa que ponha os tra­ba­lha­dores e os povos, e não os grandes in­te­resses eco­nó­micos e fi­nan­ceiros, no centro das po­lí­ticas».

Este Apelo Comum, re­alçou, en­quadra-se «no es­forço do pros­se­gui­mento e re­forço do Grupo Con­fe­deral GUE/​NGL e da sua afir­mação como um es­paço con­fe­deral de co­o­pe­ração, in­de­pen­dente de ou­tros es­paços de co­o­pe­ração, que dê voz no Par­la­mento Eu­ropeu às lutas dos tra­ba­lha­dores e dos povos; afirme uma clara al­ter­na­tiva às po­lí­ticas da di­reita e ex­trema-di­reita e da so­cial-de­mo­cracia; con­tribua para a luta por uma Eu­ropa de co­o­pe­ração entre es­tados so­be­ranos e iguais em di­reitos, de pro­gresso so­cial e paz».

Foi par­tindo dos pontos de vista e ex­pe­ri­ência do PCP que Je­ró­nimo de Sousa ca­rac­te­rizou e va­lo­rizou o prin­cípio con­fe­deral de fun­ci­o­na­mento deste Grupo po­lí­tico do Par­la­mento Eu­ropeu.

Para o Se­cre­tário-geral do Par­tido, a «de­fi­nição e o res­peito pelo prin­cípio con­fe­deral, pela co­le­gi­a­li­dade e pela iden­ti­dade po­lí­tica do Grupo foram con­di­ções es­sen­ciais, que tor­naram pos­sível as­se­gurar – ao longo dos úl­timos 25 anos – a con­ti­nui­dade e o fun­ci­o­na­mento deste es­paço de co­o­pe­ração de âm­bito par­la­mentar».




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