Luta e unidade na Apapol, Fico Cables, Vicor e Petrogal

REI­VIN­DICAÇÃO Em sec­tores muitos dis­tintos e com di­mensões bas­tante di­fe­rentes, as quatro em­presas têm em comum a uni­dade e a fir­meza dos tra­ba­lha­dores na luta pelos seus le­gí­timos in­te­resses.

A con­tra­tação co­lec­tiva tem de ser res­pei­tada pelas em­presas

Du­rante a manhã de dia 15, fi­zeram greve e con­cen­traram-se no mer­cado de Algés mais de duas de­zenas de tra­ba­lha­dores da Apapol. Ali situa-se a sede da em­presa que fa­brica e co­mer­ci­a­liza pro­dutos de pa­daria e pas­te­laria no con­celho de Oeiras, onde possui uma rede de lojas.
O Sintab (sin­di­cato da Fe­saht/​CGTP-IN) e os tra­ba­lha­dores exigem que a ad­mi­nis­tração cumpra a lei e o con­trato co­lec­tivo e que aceite ne­go­ciar as rei­vin­di­ca­ções. Não é cum­prido o di­reito a dois dias de des­canso, sendo con­ce­dido apenas um. Por este mo­tivo, mantêm há 13 meses uma greve ao tra­balho aos sá­bados.
De tarde, um grupo de tra­ba­lha­dores in­te­grou-se na ma­ni­fes­tação na­ci­onal, em Lisboa.

Na Fico Ca­bles, uma fá­brica de ca­bla­gens e ou­tros equi­pa­mentos para a in­dús­tria au­to­móvel, ins­ta­lada na Maia e per­ten­cente à mul­ti­na­ci­onal Fi­cosa, a greve de dia 16, por duas horas em cada turno e com con­cen­tração no ex­te­rior das ins­ta­la­ções, teve muito forte adesão, in­cluindo entre os tra­ba­lha­dores que estão com vín­culo pre­cário, le­vando a que a pro­dução fi­casse pra­ti­ca­mente pa­ra­li­sada.
O SITE Norte, con­forme de­cisão to­mada em ple­nário, con­vocou uma greve se­me­lhante para amanhã. Mas a sua re­a­li­zação de­pen­deria do que a ad­mi­nis­tração apre­sen­tasse hoje, numa reu­nião com o sin­di­cato da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN.
Os tra­ba­lha­dores avan­çaram para estas formas de luta (que in­cluíram a par­ti­ci­pação, dia 15, na ma­ni­fes­tação na­ci­onal, em Lisboa), face à po­sição de pre­po­tência da ad­mi­nis­tração, que re­cusou diá­logo e ne­go­ci­ação ou apenas uma res­posta ao ca­derno rei­vin­di­ca­tivo que lhe foi apre­sen­tado. Das ma­té­rias em causa, o sin­di­cato des­tacou «acertos sa­la­riais dis­cri­mi­na­tó­rios, atri­buídos através de uma ava­li­ação pro­fun­da­mente in­justa e des­co­nhe­cida por parte dos tra­ba­lha­dores», e «dis­cri­mi­nação no pa­ga­mento do sub­sídio de re­feição».

Os tra­ba­lha­dores da Viroc fi­zeram greve du­rante todo o dia 15, com adesão de 90 por cento, le­vando a que a pro­dução e a ex­pe­dição fi­cassem com­ple­ta­mente pa­radas, in­formou o SITE Sul. Nesta fá­brica de pai­néis com­pó­sitos de ma­deira e ci­mento para cons­trução civil, no Alto da Guerra (Se­túbal), exige-se me­lhores con­di­ções de tra­balho, a apli­cação do con­trato co­lec­tivo do sector e o au­mento dos sa­lá­rios.
Or­ga­ni­zados no sin­di­cato da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN, os tra­ba­lha­dores re­a­li­zaram uma con­cen­tração, à porta da em­presa, du­rante a manhã.

Ao final da manhã de dia 15, re­pre­sen­tantes dos tra­ba­lha­dores da Pe­trogal (Grupo Galp Energia) reu­niram-se, em pro­testo, frente ao Mi­nis­tério do Tra­balho, em Lisboa, onde anun­ci­aram que em breve vão ser anun­ci­ados novos pe­ríodos de greve.
Numa re­so­lução en­tregue ao cui­dado do mi­nistro, con­dena-se o ataque à con­tra­tação co­lec­tiva e im­puta-se ao Go­verno e à ad­mi­nis­tração a res­pon­sa­bi­li­dade pelo agra­va­mento do con­flito. «A ad­mi­nis­tração, sen­tindo-se pro­te­gida pelo Go­verno nos seus des­mandos, apro­funda o ataque aos tra­ba­lha­dores, sus­pen­dendo o pa­ga­mento de pres­ta­ções re­tri­bu­tivas, in­cluindo os sub­sí­dios de creche e in­fan­tá­rios, com­ple­mentos de re­forma e ou­tros di­reitos so­ciais, bem como pro­cede a au­mentos sa­la­riais dis­cri­mi­na­tó­rios», afirma-se no do­cu­mento.
O pro­testo pros­se­guiu de tarde, na ma­ni­fes­tação na­ci­onal, do Marquês de Pombal aos Res­tau­ra­dores.

 



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