Subsídio de Natal por inteiro a confirmar que vale a pena lutar

Je­ró­nimo de Sousa con­gra­tulou-se com a re­po­sição in­te­gral esta se­gunda-feira do pa­ga­mento do sub­sídio de Natal aos re­for­mados e pen­si­o­nistas da Se­gu­rança So­cial, não es­con­dendo o or­gulho sen­tido pelo con­tri­buto de­ci­sivo dado pelo PCP, «contra ventos e marés, contra aqueles que qui­seram li­quidar esse di­reito», para que agora ti­vesse sido re­posto, «por in­teiro e na data de­vida». O líder co­mu­nista re­feriu-se a este avanço como um «entre muitos ou­tros» que foram al­can­çados nesta Le­gis­la­tura e que con­tri­buíram para o cres­ci­mento eco­nó­mico e o em­prego – do au­mento das pen­sões já em Ja­neiro à va­lo­ri­zação das longas car­reiras con­tri­bu­tivas ou à re­dução do preço da elec­tri­ci­dade e dos passes dos trans­portes pú­blicos -, mas la­mentou que o Go­verno em do­mí­nios es­sen­ciais opte por marcar passo e até fazer marcha atrás. «O Go­verno em vez de avançar com o que é pre­ciso, ora trava me­didas que há muito era justo con­si­derar, ora re­corre ao PSD e ao CDS para em vez de avançar, andar para trás», afirmou an­te­ontem o Se­cre­tário-geral do PCP no de­bate quin­zenal com o pri­meiro-mi­nistro no Par­la­mento. O líder co­mu­nista aludia em con­creto ao chumbo por parte do PS, PSD e CDS, na pas­sada sexta-feira, do pro­jecto de lei do PCP que vi­sava eli­minar as normas gra­vosas da le­gis­lação la­boral (ver pág. 9), mas também às ini­ci­a­tivas le­gis­la­tivas do Exe­cu­tivo que estão em dis­cussão na AR e que mantém e até pi­oram a le­gis­lação la­boral. «O que se im­punha era o Go­verno re­tirar a sua pro­posta que só piora a si­tu­ação de de­gra­dação la­boral que já temos e au­menta o justo des­con­ten­ta­mento dos tra­ba­lha­dores», in­sistiu o res­pon­sável co­mu­nista, não sem antes ter ver­be­rado a con­ver­gência que em sua opi­nião «sempre ocorre nas ques­tões de tra­balho» entre PS, PSD e CDS. E pa­ra­fra­se­ando As­sunção Cristas, que disse que o PSD serve de «pronto so­corro» ao PS em ma­téria de le­gis­lação la­boral, Je­ró­nimo de Sousa com ironia pegou na imagem e con­si­derou que também o CDS «não passa de um atre­lado sempre que estão em causa os in­te­resses dos po­de­rosos e do ca­pital». Ao lem­brar aqueles que «tra­ba­lham, pro­duzem ri­queza e não têm um sa­lário que lhes chegue ao fim do mês», Je­ró­nimo de Sousa pôs ainda o dedo na fe­rida para su­bli­nhar o quanto é justo que o sa­lário mí­nimo na­ci­onal em Ja­neiro não se fique pelos 600 euros, que «há muito de­viam estar apli­cados», mas que seja fi­xado nos 650 euros. E achando que o Go­verno ainda está muito a tempo de de­cidir nesse sen­tido, de­fendeu que não basta o au­mento do SMN, é pre­ciso também o au­mento geral dos sa­lá­rios para todos os tra­ba­lha­dores do sector pri­vado e da Ad­mi­nis­tração Pú­blica. Tal como fi­zera re­la­ti­va­mente à questão an­te­rior, em que disse estar em «ab­so­luto de­sa­cordo» com a ava­li­ação ne­ga­tiva do PCP ao con­teúdo da pro­posta go­ver­na­mental sobre ma­téria la­boral, também no que toca ao SMN o pri­meiro-mi­nistro não mos­trou re­cep­ti­vi­dade a al­te­ra­ções para além do que, disse, «foi anun­ciado há quatro anos no pro­grama do Go­verno».




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