Requisição não é solução

«A re­qui­sição civil, de­ci­dida na sequência do pro­te­la­mento da res­posta do Go­verno e das formas usadas por al­gumas es­tru­turas dos en­fer­meiros, não re­solve os pro­blemas», co­mentou o PCP, no dia 7.

Numa nota di­vul­gada pelo Ga­bi­nete de Im­prensa após ser co­nhe­cida a de­cisão do Con­selho de Mi­nis­tros, re­la­ti­va­mente à «greve ci­rúr­gica» pro­mo­vida pelo Sin­depor e pela ASPE, o Par­tido de­fende que «é ne­ces­sário diá­logo efec­tivo para res­ponder aos pro­blemas dos en­fer­meiros e do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde» e re­a­firma «a im­por­tância da de­fesa e sal­va­guarda do di­reito à greve».

Os en­fer­meiros «estão su­jeitos a um enorme des­gaste e, tendo sido re­posta uma parte dos di­reitos cor­tados por su­ces­sivos go­vernos, em par­ti­cular pelo go­verno PSD/​CDS, per­sistem pro­blemas, no re­co­nhe­ci­mento das pro­gres­sões e va­lo­ri­zação das car­reiras e na falta de pro­fis­si­o­nais, a que o Go­verno deve dar res­posta efec­tiva».

O Par­tido «foi e é so­li­dário com a luta dos en­fer­meiros em torno destas rei­vin­di­ca­ções, que va­lo­rizam a sua ac­ti­vi­dade in­dis­pen­sável à de­fesa e va­lo­ri­zação do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde». Con­tudo, «ma­ni­festou e ma­ni­festa a sua pre­o­cu­pação com a acção em curso que, in­vo­cando o di­reito à greve, in­cide sobre as ci­rur­gias em al­guns hos­pi­tais de forma bas­tante pro­lon­gada e afecta bru­tal­mente os utentes».

«O com­pre­en­sível des­con­ten­ta­mento e as rei­vin­di­ca­ções dos en­fer­meiros têm sido usados para pôr em causa o SNS e fa­ci­litar os lu­cros dos grupos pri­vados da Saúde» e «al­guns en­fer­meiros estão a ser usados e pagos, com cen­tenas de mi­lhares de euros, cuja origem pode estar em grupos pri­vados da Saúde be­ne­fi­ciá­rios di­rectos da trans­fe­rência das ope­ra­ções ci­rúr­gicas».

Esta acção «afecta o res­peito que os pro­fis­si­o­nais de En­fer­magem me­recem da po­pu­lação, ataca o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde e con­tribui para dar ar­gu­mentos contra o di­reito à greve e para o uso da re­qui­sição civil».

O Sin­di­cato dos En­fer­meiros Por­tu­gueses, por seu turno, de­clarou que «a re­qui­sição civil não re­solve os pro­blemas que este e os an­te­ri­ores go­vernos foram pro­te­lando e agra­vando». Num co­mu­ni­cado de dia 8, o SEP/​CGTP-IN ad­mite que «o mo­mento que se vive hoje no seio da pro­fissão de En­fer­magem, fruto da ac­tu­ação dos su­ces­sivos go­vernos, que de­frau­daram le­gí­timas ex­pec­ta­tivas, é pro­pício à ra­di­ca­li­zação e ao ex­tremar de po­si­ções, que se re­per­cutem nas formas de luta pro­postas e adop­tadas».

Mas o Go­verno «só se pode queixar de si pró­prio, por­quanto a sua ac­tu­ação, ao não con­cre­tizar o com­pro­misso as­su­mido de va­lo­rizar e dig­ni­ficar a car­reira de En­fer­magem, po­ten­ciou e re­cru­desceu com­pre­en­si­vel­mente o sen­ti­mento de pro­funda in­dig­nação e re­volta» dos pro­fis­si­o­nais.

Na terça-feira, dia 12, o SEP tornou pú­blica uma nota a apelar «à mo­bi­li­zação e par­ti­ci­pação de todos os tra­ba­lha­dores» na greve na­ci­onal da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, a 15 de Fe­ve­reiro.



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