Melhoria observada na economia não chega como devia ao trabalho

CGTP-IN Baixos sa­lá­rios, des­pro­tecção so­cial e pre­ca­ri­e­dade per­sistem pese em­bora a evo­lução fa­vo­rável da eco­nomia e dos ren­di­mentos, alerta In­ter­sin­dical Na­ci­onal.

É ur­gente res­ponder com in­ter­venção e acção

A Con­fe­de­ração Geral dos Tra­ba­lha­dores Por­tu­gueses (CGTP-IN) ad­verte que a evo­lução fa­vo­rável do em­prego e do de­sem­prego, não po­dendo ser des­li­gada da me­lhoria da eco­nomia e dos au­mentos de ren­di­mentos de tra­ba­lha­dores e pen­si­o­nistas, não é «su­fi­ci­ente para iludir que além dos de­sem­pre­gados con­ta­bi­li­zados nas es­ta­tís­ticas ofi­ciais con­ti­nuam a existir mi­lhares de tra­ba­lha­dores su­bem­pre­gados e de­sen­co­ra­jados». Estes, sus­tenta, con­tri­buem para uma taxa de su­bu­ti­li­zação do tra­balho de cerca de 14 por cento, ou seja, o dobro da per­cen­tagem de de­sem­prego cal­cu­lada ofi­ci­al­mente para 2018.
Acresce que «o de­sem­prego de longa du­ração é ainda su­pe­rior a 50 por cento, mas as pres­ta­ções não abrangem se­quer um terço do nú­mero real de de­sem­pre­gados e o seu valor é pouco su­pe­rior ao li­miar de po­breza».
Ao de­sem­prego e à des­pro­tecção so­cial per­sis­tentes, acrescem, entre os em­pre­gados, a ma­nu­tenção dos baixos sa­lá­rios e da pre­ca­ri­e­dade, de­nuncia ainda a cen­tral sin­dical, que em co­mu­ni­cado, da­tado de dia 6, cruza es­ta­tís­ticas do INE com as pro­du­zidas por ou­tras fontes para afirmar que cerca de 1,2 mi­lhões de tra­ba­lha­dores por conta de ou­trem, 31 por cento dos as­sa­la­ri­ados, não ti­nham con­tratos per­ma­nentes.
Os prin­ci­pais atin­gidos pela pre­ca­ri­e­dade dos vín­culos são tra­ba­lha­dores com menos de 35 anos, entre os quais a per­cen­tagem de con­tratos não per­ma­nentes as­cende a 41,5 por cento do total. Se se con­si­de­rarem os tra­ba­lha­dores com menos de 25 anos, então a pre­ca­ri­e­dade ul­tra­passa os 66 por cento, in­dica também a CGTP-IN, que qua­li­fica a si­tu­ação de «in­justa e in­to­le­rável, dado que a mai­oria dos postos de tra­balho assim ocu­pados são per­ma­nentes».

Lutar

Nos úl­timos cinco anos, re­corda ainda a In­ter­sin­dical Na­ci­onal, 63 por cento dos postos de tra­balho cri­ados e que se mantêm têm vín­culos pre­cá­rios ou a tempo par­cial. Tal mostra que a ins­ta­bi­li­dade dos vín­culos e os baixos sa­lá­rios cor­res­pondem a «uma po­lí­tica de­li­be­rada que ali­menta a ex­plo­ração e os lu­cros das em­presas».
Tal é igual­mente evi­dente no nível dos ren­di­mentos do tra­balho, já que «cerca de 960 mil as­sa­la­ri­ados(23,6 por cento) re­cebem menos de 600 euros», nú­meros para os quais con­tribui o facto de 40 por cento dos postos de tra­balho cri­ados nos pri­meiro seis meses de 2018 terem «como sa­lário o mí­nimo ga­ran­tido por lei, si­tu­ação que não pode ser des­li­gada do blo­queio exis­tente na con­tra­tação co­lec­tiva».
A In­ter­sin­dical Na­ci­onal con­si­dera, assim, que «num mo­mento em que o Go­verno do PS quer agravar a le­gis­lação la­boral, fra­gi­li­zando ainda mais o com­bate à pre­ca­ri­e­dade, é ur­gente res­ponder com in­ter­venção e acção», afir­mando que «a um posto de tra­balho per­ma­nente tem de cor­res­ponder um vín­culo de tra­balho efec­tivo».

 



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