Voto útil para quê?
Numa iniciativa de campanha, o primeiro candidato do PSD proferiu declarações que deixaram as candidaturas do PS e CDS assanhadas. Disse aquele candidato que o voto fora do PSD nestas eleições seria um voto fútil.
Ora, a questão que se deve colocar é, desde logo: voto fútil, voto útil, para quê?
Perante os interesses que defendem, percebe-se a indignação do PS e CDS: então não têm sido tão úteis como o PSD ao processo de integração capitalista europeu? Alguma vez intervieram, tal como o PSD, contra as imposições da União Europeia sobre Portugal, ou deixaram de convergir na total aceitação da submissão ao euro (mesmo sabendo que o euro é um instrumento de domínio do capital monopolista e das potências europeias sobre a nossa economia)?
Alguma vez vimos PS, PSD e CDS defenderem a renegociação da dívida, fazerem propostas tendo em vista repor o aparelho produtivo nacional, recuperar a agricultura e as pescas, reindustrializar o País, defender os direitos dos trabalhadores e do povo?
Não, pelo contrário, o que temos visto é a sua total convergência em tudo o que é útil ao grande capital e aos seus instrumentos de domínio: sejam a UEM, o Tratado Orçamental, o Semestre Europeu, a Governação Económica, a União Bancária, o Programa de Estabilidade. Aceitam passivamente a imposição do défice, defendem com o mesmo à vontade as quotas e o fim das quotas conforme o interesse da UE em limitar a nossa produção.
Por isso, nestas eleições, há uma segunda questão que é preciso colocar: qual é o voto verdadeiramente útil à defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País?
Não há dúvida que o voto útil é o voto na CDU cujos deputados, como a vida vem mostrando, intervêm, de forma combativa e coerente, em defesa dos interesses nacionais, por um Portugal desenvolvido e soberano.
Há, então, uma terceira questão que importa ter presente: de quem depende que se dê mais força ao fim útil deste voto? De nós, de todos os que queremos um Portugal com futuro, numa Europa dos trabalhadores e dos povos.