Programa eleitoral do PCP apontará caminhos para o País avançar

PRO­POSTAS No âm­bito do pro­cesso de ela­bo­ração do seu pro­grama para as elei­ções le­gis­la­tivas, o PCP or­ga­nizou no pas­sado dia 1 uma au­dição pú­blica em Lisboa sobre tra­balho e fun­ções so­ciais do Es­tado.

O au­mento das re­formas é pri­o­ri­dade para a pró­xima le­gis­latur

«Temos pro­postas muito im­por­tantes que re­sultam de uma pro­funda pro­xi­mi­dade à re­a­li­dade», afirmou Jorge Pires, da Co­missão Po­lí­tica, na úl­tima in­ter­venção da tarde, na qual pro­cedeu a um ba­lanço da re­flexão re­a­li­zada. Esta sua con­clusão não re­flectiu apenas o que foi sendo afir­mado ao longo das quase três horas de dis­cussão, es­pe­lhando igual­mente o pro­pó­sito destas ses­sões e da pró­pria acção das forças que com­põem a CDU.

Muito foram, de facto, os con­tri­butos dados pelos pre­sentes. A au­dição, que contou com uma in­ter­venção ini­cial de Je­ró­nimo de Sousa, abran­gendo as di­fe­rentes ma­té­rias sobre as quais o pro­cesso de ela­bo­ração do novo pro­grama se tem de­bru­çado, foi se­guida por ou­tros 19 con­tri­butos, que as­pectos re­la­ci­o­nados com as áreas de in­ter­venção dos vá­rios in­ter­ve­ni­entes: di­ri­gentes e de­pu­tados do PCP, ac­ti­vistas sin­di­cais e as­so­ci­a­tivos.

O Se­cre­tário-geral co­meçou por afirmar que a cons­trução do pro­grama elei­toral para as elei­ções de 6 de Ou­tubro não partiu do zero. Se, por um lado, o PCP va­lo­riza todos os con­tri­butos e opi­niões que têm sur­gido e vão ainda surgir, por outro con­tinua a tra­ba­lhar a partir da mesma base de in­ter­venção e acção de sempre: de uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda capaz de dar res­posta aos pro­blemas na­ci­o­nais.

Avanços e cons­tran­gi­mentos

Muitas foram as con­quistas e avanços que a força da CDU al­cançou e ajudou a al­cançar na nova fase da vida po­lí­tica na­ci­onal, inau­gu­rada com a in­vi­a­bi­li­zação de um novo ciclo de po­lí­ticas des­tru­tivas para Por­tugal por parte do PSD/​CDS-PP e graças à cor­re­lação de forças saída das elei­ções de Ou­tubro de 2015. De entre os avanços, o Se­cre­tário-geral sa­li­entou al­guns, como o au­mento geral e ex­tra­or­di­nário das pen­sões e re­formas e a re­po­sição do sub­sídio de Natal por in­teiro e dos fe­ri­ados rou­bados.

Mas se é certo que foram muitos os avanços con­cre­ti­zados nestes quase quatro anos, afirmou o di­ri­gente co­mu­nista, também é ver­dade que mais não se al­cançou graças aos com­pro­missos do Go­verno mi­no­ri­tário do PS com o grande ca­pital e os grupos mo­no­po­listas e à sua po­sição de sub­missão às im­po­si­ções da União Eu­ro­peia. «A nossa res­posta, o nosso apelo, o nosso com­pro­misso é claro: Andar para trás não! Avançar é pre­ciso. E, para que assim seja, é pre­ciso dar mais força ao PCP e à CDU.»

Foi su­bor­di­nado a este lema que Je­ró­nimo de Sousa apre­sentou al­guns dos com­pro­missos e li­nhas ori­en­ta­doras já es­ta­be­le­cidas pelo PCP no novo pro­grama elei­toral, de que damos conta nestas pá­ginas.


De­sen­vol­vi­mento e jus­tiça so­cial

O di­reito à Segu­rança Social para todos surgiu como um ele­mento cen­tral de dis­cussão na tarde de se­gunda-feira. Assim, foi anun­ciado o com­pro­misso de propor a al­te­ração da ac­tual le­gis­lação de forma a ga­rantir au­mentos anuais para todas as pen­sões, al­can­çando-se um au­mento mí­nimo de 40 euros ao longo da pró­xima le­gis­la­tura, e um au­mento de pelo menos 10 euros já para Ja­neiro de 2020. De igual forma ficou a ga­rantia de re­tomar o com­bate pelo di­reito à re­forma de­pois de 40 anos de des­contos, sem qual­quer tipo de pe­na­li­zação, e pela re­de­fi­nição dos 65 anos como idade legal de re­forma.

No âm­bito da Saúde, a ga­rantia de um Ser­viço Na­ci­onal de Saúde (SNS) uni­versal, geral e gra­tuito mantém-se como questão cen­tral. Foi re­a­fir­mada a de­fesa de uma po­lí­tica de saúde que ga­ranta em todo o País a exis­tência de ser­viços mu­nidos das ca­pa­ci­dades es­sen­ciais para dar res­posta às ne­ces­si­dades dos utentes. E, ao mesmo tempo, uma po­lí­tica que ponha fim às Par­ce­rias Pú­blico-Pri­vado e às taxas mo­de­ra­doras. Estas, nas pa­la­vras do Se­cre­tário-geral do Par­tido, «não mo­deram ab­so­lu­ta­mente nada a não ser im­pedir que cen­tenas de mi­lhares de por­tu­gueses acedam aos cui­dados de saúde de que ne­ces­sitam». A con­tra­tação de um nú­mero ade­quado de pro­fis­si­o­nais de saúde e a pro­gres­siva va­lo­ri­zação e justa re­mu­ne­ração da sua car­reira foi também men­ci­o­nada.

A Edu­cação também me­receu im­por­tantes re­fe­rên­cias na in­ter­venção do di­ri­gente co­mu­nista, o qual apontou desde logo a ne­ces­si­dade de pro­mover um ainda mais ro­busto com­bate à eli­ti­zação e mer­can­ti­li­zação do en­sino. São estas li­nhas que, nas úl­timas dé­cadas, têm nor­teado a pre­pa­ração e for­mação dos jo­vens por­tu­gueses, apon­tadas às ne­ces­si­dades do «mer­cado de tra­balho», em de­tri­mento de uma for­mação di­ri­gida ao de­sen­vol­vi­mento da cons­ci­ência so­cial e cí­vica.

Já a Ci­ência pode e deve con­tri­buir de­ci­si­va­mente, na visão do PCP, para res­ponder a muitas das ne­ces­si­dades eco­nó­micas, cul­tu­rais e so­ciais do País. Para isso, o Par­tido con­si­dera que o Es­tado deve de­sen­volver po­lí­ticas que es­ti­mulem a área da in­ves­ti­gação. Do pro­grama elei­toral do Par­tido cons­tarão me­didas que ga­rantam, até final da le­gis­la­tura, a du­pli­cação do fi­nan­ci­a­mento por in­ves­ti­gador do sector pú­blico e o re­cru­ta­mento de um nú­mero sig­ni­fi­ca­tivo de téc­nicos e au­xi­li­ares de apoio à in­ves­ti­gação.

A cri­ação de uma Agência para o De­sen­vol­vi­mento e Trans­fe­rência de Tec­no­lo­gias que fa­ci­lite a trans­fe­rência das ino­va­ções do meio aca­dé­mico para o te­cido pro­du­tivo é outra das me­didas pro­postas, a par da ne­ces­sária va­lo­ri­zação da in­ves­ti­gação nas ci­ên­cias so­ciais e hu­manas, com o re­forço dos meios que lhes são atri­buídas.

No que res­peita à área da Cul­tura, o Se­cre­tário-geral do Par­tido la­mentou o rumo de de­sin­ves­ti­mento, es­va­zi­a­mento, mer­can­ti­li­zação e eli­ti­zação das suas vá­rias formas de ex­pressão, ten­dência per­pe­tuada du­rante anos por PS, PSD e CDS-PP e pelos seus go­vernos. Re­a­firmou, de novo, a ur­gência em va­lo­rizar a cul­tura e os seus pro­fis­si­o­nais, re­no­vando o com­pro­misso do PCP em pros­se­guir a luta pela ga­rantia de que pelo menos um por cento do Or­ça­mento do Es­tado seja des­ti­nado a esta área.




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