Reforço da EMEF é necessário para valorizar os transportes públicos

IN­VES­TI­MENTO O Se­cre­tário-geral do PCP vi­sitou no dia 4 as ins­ta­la­ções da EMEF junto à es­tação fer­ro­viária de Santa Apo­lónia, em Lisboa, numa acção pela va­lo­ri­zação e alar­ga­mento dos trans­portes pú­blicos.

O PCP de­fende a re­cons­trução de uma única em­presa pú­blica fer­ro­viária

Após a vi­sita, Je­ró­nimo de Sousa re­cordou aos jor­na­listas pre­sentes que o PCP foi a força po­lí­tica que sempre se de­mons­trou con­trária ao pro­cesso de des­mem­bra­mento da CP e de­fendeu a rein­te­gração da EMEF numa única em­presa pú­blica fer­ro­viária, que con­gre­gasse igual­mente a CP, a an­tiga Refer e a Medway (que teria de ser re­na­ci­o­na­li­zada). O anúncio do Go­verno de con­tra­tação de mais 67 tra­ba­lha­dores para a EMEF cons­titui, para o Par­tido, um passo no for­ta­le­ci­mento do sector, ainda que tardio e in­su­fi­ci­ente para su­prir as ne­ces­si­dades.

O Se­cre­tário-geral do Par­tido afirmou que tendo em conta o im­por­tante papel da em­presa de re­pa­ração e ma­nu­tenção fer­ro­viária, a con­tra­tação destes novos tra­ba­lha­dores tem um «grande sig­ni­fi­cado», na me­dida em que per­mite «pelo menos dar res­posta a al­guns pro­blemas mais ur­gentes com que somos con­fron­tados». Há muito que o PCP de­fendia a con­tra­tação de tra­ba­lha­dores para a CP, pre­tensão tra­vada mais do que uma vez pelo Go­verno.

Re­co­nhe­cendo que a me­dida anun­ciada é uma in­versão na es­tra­tégia de de­sin­ves­ti­mento, aban­dono e seg­men­tação da CP e do sector fer­ro­viário, e que deve, por tal, ser va­lo­ri­zada, Je­ró­nimo de Sousa deixou claro que para além deste anúncio é agora ne­ces­sário acom­pa­nhar a sua efec­ti­vação, de forma a que o Go­verno não possa mais tarde «pedir des­culpas».

O di­ri­gente co­mu­nista es­teve também em con­tacto com os tra­ba­lha­dores da em­presa, mos­trando a sua so­li­da­ri­e­dade com todos os que per­deram os seus em­pregos, sendo que, pelo menos desde 2004, foram eli­mi­nados mais de 520 postos de tra­balho na EMEF.

Re­verter a gestão da­nosa
do sector fer­ro­viário

O fa­vo­re­ci­mento dos grupos eco­nó­micos pri­vados está na origem do de­sin­ves­ti­mento, seg­men­tação e gestão da­nosa que têm mar­cado o sector fer­ro­viário nas úl­timas dé­cadas. Deste pro­cesso re­sultou o des­man­te­la­mento da CP, que se di­vidiu em vá­rias em­presas: a a Infra-es­tru­turas de Por­tugal (que ab­sorveu a an­tiga Refer, já em si re­sul­tante deste pro­cesso, fun­dindo-a com a Es­tradas de Por­tugal); a Em­presa de Ma­nu­tenção de Equi­pa­mento Fer­ro­viário (EMEF); e a, já pri­vada, Medway – Trans­portes e Lo­gís­tica, an­tiga CP Carga. Para além, é claro, da pró­pria CP, que as­se­gura o trá­fego fer­ro­viário na maior parte do País.

Par­ti­cu­lar­mente re­ve­lador deste pro­cesso de des­va­lo­ri­zação da CP e de fa­vo­re­ci­mento de grupos pri­vados é o exemplo da Par­ceria Pú­blico-Pri­vado com a Fer­tagus, que as­sume o ser­viço de tra­vessia fer­ro­viária do Tejo.

Para o PCP, o sector fer­ro­viário as­sume-se como uma ala­vanca fun­da­mental para o de­sen­vol­vi­mento do País, tanto na sua ver­tente de trans­porte de pas­sa­geiros, como na de trans­porte de mer­ca­do­rias. A va­lo­ri­zação dos trans­portes ne­ces­sita, obri­ga­to­ri­a­mente, não apenas da re­versão destes pro­cessos de pri­va­ti­zação e des­man­te­la­mento da CP mas também do re­forço da EMEF.




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