A apre­sen­tação pú­blica de Ma­nuel Cunha (54 anos, mé­dico) como pri­meiro can­di­dato pelo cír­culo elei­toral de Vila Real teve lugar, sá­bado, ao final da tarde, no Jardim da Car­reira, e contou com a par­ti­ci­pação de Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP.

A lista da CDU é também com­posta por Júlia Vi­o­lante (63 anos, pro­fes­sora), Ga­briela Mes­quita (61 anos, pro­fes­sora), José Mi­guel Fer­nandes (50 anos, agri­cultor), Ana Si­mões (51 anos, so­li­ci­ta­dora), An­tónio Se­rafim (64 anos, co­or­de­nador da União de Sin­di­catos de Vila Real), Paulo Fi­guei­redo (58 anos, pro­fessor), Fi­lo­mena Berta (58 anos, en­fer­meira), Di­a­man­tino Silva (60 anos, pre­si­dente da As­so­ci­ação de De­sen­vol­vi­mento Local de Cu­ralha) e Vítor Car­valho (49 anos, fun­ci­o­nário da Câ­mara Mu­ni­cipal de Vila Real).

Sobre os can­di­datos, Fre­de­rico Neves, man­da­tário dis­trital, sa­li­entou que «são do me­lhor que há» e va­lo­rizou a par­ti­ci­pação fe­mi­nina na lista: 40 por cento no total da lista e 60 por cento nos mem­bros efec­tivos, o que re­leva «a im­por­tância que a CDU atribui ao papel das mu­lheres e à luta pela igual­dade e eman­ci­pação so­cial».

A sessão contou ainda com Sofia Neves, do Con­selho Na­ci­onal do Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes», Fer­nando Mendes e Fi­lipe Costa, ambos do Co­mité Cen­tral e dos or­ga­nismos exe­cu­tivos da DORVIR do PCP.

Lutar pelo de­sen­vol­vi­mento
Ma­nuel Cunha re­cordou al­gumas das lutas que con­taram com a in­ter­venção dos par­tidos que formam a CDU, no­me­a­da­mente pela «con­cre­ti­zação da re­gi­o­na­li­zação, tal como pre­co­ni­zado na Cons­ti­tuição de Abril, com a cri­ação da Re­gião de Trás-os-Montes e Alto Douro».

Acusou, de­pois, os su­ces­sivos go­vernos do PSD, do CDS e do PS, mas também a União Eu­ro­peia, de pro­mo­verem «po­lí­ticas er­radas» que le­varam ao «des­po­vo­a­mento» do ter­ri­tório, à «quebra da na­ta­li­dade», à «in­ca­pa­ci­dade de fixar ou atrair jo­vens para a re­gião» e ao «en­ve­lhe­ci­mento da po­pu­lação».

Outro dos pro­blemas sen­tidos prende-se com a re­dução ou ine­xis­tência de ser­viços pú­blicos de pro­xi­mi­dade. Ma­nuel Cunha des­tacou as ques­tões da saúde, par­ti­cu­lar­mente a «di­fi­cul­dade» em fixar e dar es­ta­bi­li­dade aos mé­dicos e en­fer­meiros dos cui­dados pri­má­rios de saúde». Va­lo­ri­zando o re­forço do Hos­pital de Vila Real, o can­di­dato con­denou a «des­qua­li­fi­cação» da Uni­dade Hos­pi­talar de Chaves e rei­vin­dicou a aber­tura do Hos­pital D. Luís, na Régua.

Nou­tras áreas, de­fendeu que o mo­delo de agri­cul­tura fa­mi­liar e de mon­tanha «é o que me­lhor res­ponde aos an­seios dos agri­cul­tores e às ne­ces­si­dades da re­gião» e co­locou a CDU do lado dos com­partes. A questão dos trans­portes pú­blicos também não foi es­que­cida, exi­gindo-se o alar­ga­mento da re­dução do passe so­cial a todo o ter­ri­tório na­ci­onal, bem como a ne­ces­si­dade de abo­lição das por­ta­gens.

Pro­postas para a re­gião
Je­ró­nimo de Sousa des­tacou a apro­vação da res­tau­ração da Casa do Douro pú­blica e de ins­crição obri­ga­tória como um avanço con­cre­ti­zado na ac­tual le­gis­la­tura. Na sua in­ter­venção, re­clamou ainda a re­a­ber­tura da Linha do Corgo, «man­tendo» as «po­pu­la­ções li­gadas e atraindo nova gente».

Ga­rantir o com­bate à in­te­ri­o­ri­dade e de­fender o mundo rural são ou­tras das pro­postas de­fen­didas pela CDU. «Os ser­viços pú­blicos, nestas zonas tão de­ser­ti­fi­cadas e de­su­ma­ni­zadas, devem cons­ti­tuir eles pró­prios, pelo em­prego que criam, pelas con­di­ções de qua­li­dade que ga­rantem às pes­soas, um atrac­tivo para a fi­xação para estas re­giões», de­fendeu o Se­cre­tário-geral do PCP.

In­ves­ti­mentos pú­blicos em infra-es­tru­turas e em es­tru­turas pro­du­tivas que po­ten­ciem a cri­ação de em­prego e a con­cre­ti­zação do Es­ta­tuto da Agri­cul­tura Fa­mi­liar foram ou­tras das ideias avan­çadas por Je­ró­nimo de Sousa.