Comício na Voz do Operário dá força a campanha que cresce
ACREDITAR «A CDU avança com toda a confiança» foi a palavra de ordem que ressoou, forte, na noite de sexta-feira, 20, no salão da Voz do Operário, em Lisboa.
Todos os caminhos de reforço da CDU estão em aberto
Plateia de pé, punhos erguidos, estava-se no final do comício que contou com a participação do Secretário-geral do PCP e que levou centenas de pessoas ao salão da histórica colectividade da capital, envolvendo-a numa atmosfera de enorme alegria, determinação e, sobretudo, confiança.
Confiança que foi, de resto, a tónica que atravessou todo o comício e que perpassou os discursos dos oradores que nele intervieram, logo após o momento musical ao som da melhor música popular com Sebastião Antunes e a Quadrilha.
A confiança de quem está nesta batalha eleitoral – e este é sem dúvida o seu mais sólido alicerce – de «cabeça erguida e com a consciência do dever cumprido ao serviço dos trabalhadores, do povo deste distrito de Lisboa e do País», como sintetizou Jerónimo de Sousa na intervenção com que encerrou o comício.
Dirigido por Natacha Amaro, mandatária da CDU pelo concelho de Lisboa, a quem coube apresentar e chamar para a mesa candidatos e responsáveis nacionais das forças que integram a CDU, bem como da organização da Cidade de Lisboa, no comício, além de Jerónimo de Sousa, primeiro nome da lista CDU pelo círculo da capital, intervieram as candidatas Alma Rivera, da Direcção Nacional da JCP e do CC do PCP, e Mariana Silva, do Partido Ecologista «Os Verdes». A candidata ecologista lembrou que o PEV «já alertava para as alterações climáticas quando ainda só se falava no aquecimento global», sublinhando que até 6 de Outubro há que «convencer mais um amigo, mais um colega, mais um familiar para que não falte com o seu voto na CDU».
Antes, a jovem comunista Alma Rivera, apontando razões que justificam o voto na CDU, assinalou que «não somos iguais aos que utilizam a política para se servirem»», «representamos o interesse de todos quantos vivem do seu trabalho», pelo que «só com mais deputados da CDU, na hora das decisões, estão lá as vozes de todos quantos querem avançar».
Contas certas com o povo
Já o Secretário-geral do PCP, que fez também um apelo ao voto e enfatizou a ideia de que «todos os caminhos do reforço da CDU estão em aberto», deu uma particular atenção à questão das chamadas «contas certas», tema que tem sido recorrente nas últimas semanas e que em sua opinião parece ter pegado como «moda» e estar a servir para «todas as mistificações» por parte daqueles que governaram o País nas últimas décadas.
«Falam como se apresentassem soluções alternativas e não apenas variantes do mesmo modelo imposto pelos cegos e anacrónicos critérios do euro, e da ditadura do défice e imposições da União Europeia», criticou o responsável comunista, sublinhando que «as contas que dizem ter certas não são contas para avançar, como é preciso e que os problemas do País há muito reclamam, mas as contas marteladas do défice zero no Orçamento e deficitárias no Serviço Nacional de Saúde, na Escola Pública, nos transportes, na habitação».
Para Jerónimo de Sousa é igualmente evidente que tem sido em nome de «tais contas que se corta em tudo, para garantir a tempo e horas e aí, certinhas, as contas com a banca – já lá vão 20 mil milhões para cobrir os seus desmandos – para encher os bolsos da especulação financeira».
E mostrando como há diferenças de fundo quanto ao conceito de «contas certas», numa clara separação de águas, sustentou que estas «são necessárias», sim senhor, «mas certas e com justiça, certas e com perspectiva de desenvolvimento, certas e sem compadrios ou submissão aos grandes interesses».
«Essas são as nossas contas certas, aquelas que ao fim do mês os portugueses têm direito a ter, porque trabalham para isso», insistiu, esclarecendo que, a não ser assim, «não são contas certas, são contas erradas para o povo e o País».