Deputados do PCP no PE exigem reforço da coesão

INA­CEITÁVEL O Par­la­mento Eu­ropeu aprovou uma re­so­lução sobre o pró­ximo Quadro Fi­nan­ceiro Plu­ri­a­nual 2021-2027. Os de­pu­tados co­mu­nistas por­tu­gueses con­si­deram que a pro­posta é ina­cei­tável e deve ser re­cu­sada.

Pro­postas do PCP re­jei­tadas também com os votos do PS, PSD e CDS

O Par­la­mento Eu­ropeu (PE) aprovou uma re­so­lução sobre o pró­ximo Quadro Fi­nan­ceiro Plu­ri­a­nual 2021-2027 (QFP), que se de­bruça sobre as­pectos como os va­lores do QFP (por pro­grama, por ca­te­goria e a nível global), os re­cursos pró­prios da União Eu­ro­peia (UE), as dis­po­si­ções em ma­téria de fle­xi­bi­li­dade, a re­visão in­ter­calar e os prin­cí­pios ho­ri­zon­tais.

Os de­pu­tados do PCP no PE con­si­deram que a pro­posta de QFP apre­sen­tada pela Co­missão Eu­ro­peia, mesmo tendo em conta as ob­ser­va­ções an­te­ri­or­mente for­mu­ladas pelo PE, que em parte a mo­di­fi­ca­riam, é ina­cei­tável e deve ser re­cu­sada, desde logo pelo go­verno por­tu­guês. Entre ou­tras ra­zões, seja pelos re­cursos muito in­su­fi­ci­entes alo­cados à co­esão eco­nó­mica, so­cial e ter­ri­to­rial, seja pelo desvio de al­guns desses re­cursos para fi­nan­ciar o im­pulso mi­li­ta­rista e se­cu­ri­tário que tem vindo a ser re­cla­mado pelas prin­ci­pais po­tên­cias da UE.

Tendo pre­sente esta dis­cor­dância de fundo, os de­pu­tados do PCP no PE apre­sen­taram um con­junto de pro­postas de al­te­ração à re­fe­rida re­so­lução, que cons­titui um man­dato para as ne­go­ci­a­ções do QFP. Entre ou­tras, des­tacam-se as se­guintes:

1. A de­fesa de um au­mento global do pró­ximo QFP, no­me­a­da­mente das ru­bricas li­gadas à co­esão eco­nó­mica, so­cial e ter­ri­to­rial.

2. As­se­gurar que o sis­tema de re­cursos pró­prios ba­seado no Ren­di­mento Na­ci­onal Bruto de cada Es­tado membro se man­tenha como a prin­cipal fonte de re­ceita do or­ça­mento da UE, ajus­tando pro­por­ci­o­nal­mente a con­tri­buição de cada Es­tado membro à sua di­mensão e grau de de­sen­vol­vi­mento re­la­tivo.

3. Re­jeitar a sub­versão do prin­cípio de so­li­da­ri­e­dade con­tri­bu­tiva.

4. Re­jeitar qual­quer forma de con­di­ci­o­na­li­dade macro-eco­nó­mica e de su­jeição da atri­buição de fundos à im­ple­men­tação de re­formas es­tru­tu­rais.

5. Re­jeitar a di­mi­nuição das taxas de co-fi­nan­ci­a­mento da UE e ex­clusão do co-fi­nan­ci­a­mento na­ci­onal dos cri­té­rios do dé­fice.

6. A de­fesa do prin­cípio de una­ni­mi­dade no pro­cesso de de­cisão do QFP.

Se­gundo o ga­bi­nete de im­prensa dos de­pu­tados do PCP no PE, em nota da­tada de 11, «a re­jeição destas pro­postas – para o que con­tri­buíram os votos dos de­pu­tados por­tu­gueses do PS, PSD, CDS – re­pre­senta uma opor­tu­ni­dade per­dida para con­tri­buir para um or­ça­mento da UE que res­ponda às ne­ces­si­dades reais de de­sen­vol­vi­mento de países como Por­tugal e que não es­teja ori­en­tado ex­clu­si­va­mente para os in­te­resses e pri­o­ri­dades das prin­ci­pais po­tên­cias da UE e dos grandes grupos eco­nó­micos».

Ade­mais, acres­centa a nota, «não po­demos deixar de la­mentar que os de­pu­tados do PCP te­nham sido os únicos de­pu­tados por­tu­gueses a votar contra uma re­so­lução que não sal­va­guarda o prin­cípio de una­ni­mi­dade na de­cisão do QFP, não re­clama o re­forço das verbas para a co­esão, agri­cul­tura e pescas, que si­mul­ta­ne­a­mente rei­vin­dica meios fi­nan­ceiros adi­ci­o­nais para os do­mí­nios da de­fesa e ação ex­terna, que ava­liza a exis­tência de me­ca­nismos san­ci­o­na­tó­rios aos es­tados mem­bros e que, em úl­tima aná­lise, está muito longe de de­fender os in­te­resses de países como Por­tugal».




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