Superar insuficiências, reforçar a organização

Ter­mi­námos a mais re­cente ba­talha de um pe­ríodo re­pleto de lutas e de grande exi­gência para o co­lec­tivo par­ti­dário. Co­lec­tivo esse que, num con­texto di­fícil e com­plexo, tra­ba­lhou com em­penho e sem des­canso para dar força à luta dos tra­ba­lha­dores e po­pu­la­ções, para ga­rantir a re­a­li­zação de inú­meras ta­refas e ob­jec­tivos e, si­mul­ta­ne­a­mente, di­na­mizar a cam­panha da CDU em im­por­tantes actos elei­to­rais.

Há que olhar para a força que temos e pô-la em prá­tica

Sub­ja­cente a esse co­lossal em­prego de energia hu­mana es­teve a questão maior com que pre­sen­te­mente nos de­pa­ramos: se os ho­mens e mu­lheres pro­gres­sistas deste País con­se­guem criar as con­di­ções ne­ces­sá­rias para que o ca­minho de re­cu­pe­ração e con­quista de di­reitos e ren­di­mentos ini­ciado em 2015 con­tinua – e o País avança – ou se, pelo con­trário, é o ca­pital e a sua po­lí­tica de di­reita que ficam em con­di­ções de in­ten­si­ficar a ex­plo­ração dos tra­ba­lha­dores e o saque aos re­cursos na­ci­o­nais – e o País anda para trás.

As elei­ções le­gis­la­tivas de pas­sado dia 6 de Ou­tubro en­cap­su­laram com grande cla­reza esta tese. Caso ori­gi­nassem um quadro po­lí­tico mar­cado pela não ob­tenção do poder ab­so­luto pelo PS e pelo re­forço da CDU, então es­ta­ríamos em me­lhores con­di­ções para, através da in­ter­venção do PCP e da luta de massas, pos­si­bi­litar novos avanços. Apesar do PS não ter con­se­guido a mai­oria ab­so­luta que al­me­java, apesar do PSD e do CDS terem sido for­te­mente pe­na­li­zados pelas suas res­pon­sa­bi­li­dades re­centes na po­lí­tica de re­tro­cesso que im­pu­seram ao País, faltou o re­forço da CDU, um factor que re­pe­ti­da­mente afir­mámos ser de­ci­sivo para o fu­turo de Por­tugal.

Sen­timos por isso o re­sul­tado destas elei­ções como um revés, não en­quanto in­di­ví­duos ou re­pre­sen­tantes da can­di­da­tura da CDU a algum cír­culo elei­toral em par­ti­cular, mas en­quanto lu­ta­dores pelos in­te­resses de classe dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês. A re­dução da ex­pressão elei­toral da CDU e cor­res­pon­dente perda de man­datos são um de­sen­vol­vi­mento ne­ga­tivo e agora há que olhar para a força que temos e pô-la em prá­tica num quadro que, apesar de des­fa­vo­rável, en­cerra grandes po­ten­ci­a­li­dades.

No dis­trito de Braga, a cam­panha elei­toral levou ao con­tacto com de­zenas de mi­lhares de tra­ba­lha­dores de todos os sec­tores de ac­ti­vi­dade, com jo­vens, re­for­mados, agri­cul­tores, pes­ca­dores, in­te­lec­tuais e mem­bros de co­lec­ti­vi­dades e ins­ti­tui­ções. Dando con­ti­nui­dade a esse tra­balho de pro­xi­mi­dade, ga­ran­ti­remos que quando a pró­xima ba­talha chegar a in­fluência do PCP no dis­trito será maior.

As di­versas or­ga­ni­za­ções do Par­tido no dis­trito de­sem­pe­nharam, até ao li­mite das suas forças, um papel fun­da­mental nas ac­ções que mar­caram todo este pe­ríodo. A va­lo­ri­zação dos as­pectos po­si­tivos da sua in­ter­venção, acom­pa­nhada das ne­ces­sá­rias me­didas com vista a su­perar in­su­fi­ci­ên­cias, re­forçar a or­ga­ni­zação e ca­pa­ci­dade de di­recção, per­mi­tirão as­se­gurar que te­remos um PCP mais forte.

O em­penho mi­li­tante dos ac­ti­vistas da CDU foi no­tável. O re­co­nhe­ci­mento da im­por­tância da sua acção de es­cla­re­ci­mento e mo­bi­li­zação, jun­ta­mente com a ma­nu­tenção da sua in­ter­venção, le­vará ao re­forço da li­gação da CDU à vida e po­pu­la­ções do dis­trito.

A con­dição pri­meira para co­locar em prá­tica estes ob­jec­tivos já está ga­ran­tida: con­fi­ança nos tra­ba­lha­dores, no povo e na sua luta, jun­ta­mente com uma ina­ba­lável con­vicção na causa por que lu­tamos.



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