Trabalhadores brasileiros protestam contra política económica de Bolsonaro

MANIFESTAÇÃO Centrais sindicais e movimentos sociais brasileiros protestaram na segunda-feira, 3, em São Paulo, contra a política económica do governo de Jair Bolsonaro que afecta o sector industrial.

Governo entrega empresas públicas a corporações estrangeiras

No Brasil, os trabalhadores intensificaram a luta pela criação de empregos dignos e contra as políticas de desmantelamento do Estado promovidas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, um dos governantes com maior peso na administração Bolsonaro, informa o portal Rede Brasil Atual.

Segundo aquele sítio web, a manifestação em São Paulo aproveitou a presença do presidente ultra-direitista num almoço com líderes empresariais do sector para rejeitar a política económica que aumenta as taxas de desemprego e o trabalho informal e para apresentar propostas da classe trabalhadora para o desenvolvimento.

Participaram do protesto as centrais sindicais Central Unitária de Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral de Trabalhadores, Central de Trabalhadores do Brasil, Central de Sindicatos Brasileiros, Nova Central Sindical de Trabalhadores, Central Sindical e Popular-Conlutas, Central Geral de Trabalhadores do Brasil e Intersindical. Entre os movimentos sociais presentes, destaque para as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, a União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes do Ensino Secundário. Estas duas organizações juvenis juntaram-se em defesa da educação e exigiram o afastamento do ministro da pasta, Abraham Weintraub.

«Exterminadores do presente e do futuro»

Durante a manifestação, que também foi de defesa da garantia dos direitos dos trabalhadores, foi apresentado o documento «Acções para uma indústria capaz de alicerçar o desenvolvimento brasileiro», elaborado pelas centrais sindicais.

O texto destaca a importância e o papel fundamental da indústria no retomar do crescimento, dando atenção à criação de empregos com qualidade num país que tem 13 milhões de desempregados.

O protesto também serviu para denunciar publicamente os ataques de Bolsonaro contra o sector industrial e a política de entrega de empresas públicas a corporações estrangeiras, como são os casos da Eletrobras e Petrobras, que iniciaram processos de privatização, e da Embraer, recentemente cedida à Boeing.

«Não há maneira de o Brasil poder garantir um nível de vida aceitável para o seu povo, melhorar a educação e os serviços de saúde se não tiver uma base industrial muito forte», afirmou o dirigente da CUT, Sérgio Nobre. Ele e outros sindicalistas criticaram as políticas económicas de «destruição nacional» adoptadas por Bolsonaro e o apoio explícito que lhe é concedido pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf.

Para Sérgio Nobre, «não há governo mais anti-trabalhador, mais entreguista [privatizador]» do que o actual. «Se o Brasil tivesse um presidente à altura da classe trabalhadora, a Ford não teria fechado», acrescentou. «Bolsonaro e Paulo Guedes são os exterminadores do presente e do futuro», acusou.




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