Jerónimo de Sousa reitera em Portel a necessidade de quebrar o silêncio

INI­CI­A­TIVAO PCP não de­siste de de­nun­ciar a ope­ração em curso vi­sando trans­formar as re­la­ções la­bo­rais numa «lei da selva», rei­terou Je­ró­nimo de Sousa numa sessão pú­blica, dia 21, na vila de Portel, sob o lema «Nem um di­reito a menos. Con­fi­ança e luta para uma vida me­lhor».

«Es­tamos onde sempre es­ti­vemos, com os tra­ba­lha­dores e o povo»

Nem o sol nem o calor que se fi­zeram sentir na­quele final de tarde foram ca­pazes de afastar do Parque Matriz, onde se re­a­lizou a ini­ci­a­tiva, muitos mi­li­tantes co­mu­nistas e amigos do Par­tido. Cum­prindo sempre as normas de se­gu­rança, perto das 17h30 já se podia ob­servar o ver­melho das ban­deiras que pon­tu­avam o verde do rel­vado por­te­lense.

E foi pe­rante este ce­nário que Lúcia Car­doso, da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Évora do PCP, a quem coube apre­sentar o co­mício, vincou o em­penho dos co­mu­nistas alen­te­janos, e da or­ga­ni­zação con­ce­lhia de Portel em par­ti­cular, de levar por di­ante as múl­ti­plas ta­refas a que são cha­mados: da pre­pa­ração da Festa do Avante! à dis­cussão e pre­pa­ração do XXI Con­gresso do PCP; do cum­pri­mento das linhas de re­forço do Partido, como a res­pon­sa­bi­li­zação de qua­dros, a cri­ação de novas cé­lulas de em­presa, às co­me­mo­ra­ções do Cen­te­nário do PCP. Sem es­quecer, evi­den­te­mente, a Cam­panha Na­ci­onal de Fundos «O Fu­turo tem Par­tido», outra das pri­o­ri­dades dos co­mu­nistas que o co­lec­tivo está a agarrar com as duas mãos também na­quela re­gião, re­feriu.

De­pois de Lúcia Car­doso, também o Se­cre­tário-geral do Par­tido falou de pri­o­ri­dades. E con­cen­trando ba­te­rias na cam­panha lan­çada pelo PCP em de­fesa da va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores, frisou que esta con­sistiu em de­zenas de ini­ci­a­tivas re­a­li­zadas pelo País.

«Es­tamos onde sempre es­ti­vemos: com os tra­ba­lha­dores e o povo, aus­cul­tando os seus pro­blemas, de­nun­ci­ando os atro­pelos aos seus di­reitos», as­se­gurou Je­ró­nimo de Sousa, antes de de­ta­lhar que os co­mu­nistas es­ti­veram e estão nos lo­cais de tra­balho onde «cen­tenas de mi­lhares de tra­ba­lha­dores viram o seu sa­lário re­du­zido em um terço», onde o «de­sem­prego bateu à porta de muitos ho­mens e mu­lheres», onde muitos «per­deram todos os seus ren­di­mentos».

Se é ver­dade que o vírus pode matar e que mais do que nunca se impõe a ne­ces­si­dade de pro­tecção sa­ni­tária e de de­fesa de todas as vidas, não é menos ver­dade que «não po­demos es­quecer aqueles que têm a sua vida des­truídaporque per­deram o em­prego, o sa­lário, di­reitos in­di­vi­duais e co­lec­tivos, e al­guns per­deram mesmo tudo», in­sistiu o Se­cre­tário-geral, para quem, jus­ta­mente, «esta acção visa, em pri­meiro lugar, que­brar o si­lêncio e de­nun­ciar a ope­ração em curso para tornar as re­la­ções la­bo­rais numa au­tên­tica lei da selva».

Ina­cei­tável

Neste con­texto, disse, o PCP não aceita que «à sombra do vírus» se trans­fira para as grandes em­presas mi­lhares de euros, os quais somam ao seus lu­cros mi­li­o­ná­rios, e que, em si­mul­tâneo, se trans­fira para os tra­ba­lha­dores e para a Se­gu­rança So­cial boa parte dos custos que são res­pon­sa­bi­li­dade dos grupos eco­nó­micos.

«É sig­ni­fi­ca­tivo que mais de 50 por cento das grandes em­presas te­nham re­cor­rido ao lay-off, en­quanto apenas oito por cento das pe­quenas em­presas te­nham usado este me­ca­nismo», ex­plicou ainda o diri­gente co­mu­nista, que ad­vertiu, por outro lado, que no dis­trito de Évora «crescem as si­tu­a­ções de de­sem­prego e de po­breza», de au­mento da ex­plo­ração do tra­balho à bo­leia da pan­demia.

«Em muitas grandes em­presas e grupos eco­nó­micos a única jus­ti­fi­cação que têm é o não com­pro­me­ti­mento dos seus lu­cros, como é o caso da Tyco, AIS, Ges­tamp, Em­braer ou Amorim Iso­la­mentos», acusou Je­ró­nimo de Sousa, que lem­brando as pro­postas avan­çadas pelo PCP para pro­teger quem vive do seu tra­balho e apoiar os pe­quenos ne­gó­cios, la­mentou que «olhando para o Or­ça­mento Su­ple­mentar, afinal não estão lá».

«O que lá está» são «me­didas que só vão fa­vo­recer as grandes em­presas», de­nun­ciou, antes con­cluir uma in­ter­venção em que não deixou de se re­ferir às pro­postas do Par­tido para um de­sen­vol­vi­mento re­gi­onal as­sente na bar­ragem do Al­queva en­quanto «re­serva es­tra­té­gica de água que po­tencia as mais va­lias do re­gadio, do tu­rismo, de pro­dução de energia eléc­trica».



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