China sanciona 11 políticos dos EUA por ingerência nos assuntos internos

A China anunciou sanções contra 11 políticos dos Estados Unidos, incluindo os senadores Marco Rubio e Ted Cruz, por intrometerem-se nos assuntos da região de Hong Kong, e assim aplicou sanções recíprocas às impostas por Washington contra responsáveis chineses.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, disse na segunda-feira, 10, que as sanções têm efeito imediato mas não explicou em que consistem.

A par dos dois congressistas republicanos, foram sancionados os senadores Tom Coton e Pat Toomey, o congressista Chris Smith, o presidente da Fundação Nacional para a Democracia, Carl Gershman, o presidente da Freedom House, Michael Abramowitz, e o director-executivo da Human Rights Watch, Kenneth Roth, organizações conhecidas por serem utilizadas por Washington como instrumentos de subversão.

Pequim respondeu assim às sanções ordenadas pela Casa Branca, na semana passada, a quatro dirigentes de Hong Kong, em represália pela implementação de uma lei para reforçar a segurança nacional na região administrativa especial de Hong Kong.

Após ter expressado uma firme rejeição das medidas adoptadas por Washington, Zhao Lijian denunciou os EUA por novamente interferirem num assunto puramente interno, violarem normas e leis internacionais e prejudicarem as relações bilaterais. Exigiu à Casa Branca voltar atrás com a decisão e advertiu que haverá mais reacções se continuar a hostilidade contra a China.

Além disso, defendeu a soberania da China sobre a região administrativa especial e os propósitos da referida norma, a qual procura neutralizar a organização e execução de actos de terrorismo, de secessão, de subversão do poder do Estado e de intromissão externa. A lei propõe-se, ademais, a assegurar melhores condições para o desenvolvimento local sem afectar os direitos e liberdades da população nem os interesses dos investidores estrangeiros que ajam de acordo com a legislação.

Desde a apresentação da lei na Assembleia Nacional Popular, o parlamento chinês, em Maio passado, os EUA cancelou o estatuto preferencial a Hong Kong e alterou os acordos bilaterais que permitiam suprimir os visas, manter uma moeda indexada ao dólar e levar a cabo políticas favoráveis aos negócios, como taxas aduaneiras e protecções comerciais. No mesmo sentido, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Reino Unido e França interromperam de forma unilateral e imediata os respectivos tratados com Hong Kong.

«Desculpa pouco convincente»

Entre os responsáveis chineses sancionados por Washington figuram Carrie Lam, chefe executiva de Hong Kong, o comissário da Polícia, Chris Tang, o secretário da Segurança, John Lee, e a secretária de Justiça, Teresa Cheng. As medidas congelam qualquer activo nos EUA das pessoas abrangidas e proíbem os cidadãos norte-americanos de fazer negócios com elas.

Hong Kong respondeu aos EUA e classificou de «desculpa pouco convincente» os argumentos da administração norte-americana para impor sanções, advertindo que elas servirão para aprofundar o fosso entre Pequim e Washington.

«A mais recente medida do governo dos EUA representa uma interferência descarada e bárbara nos assuntos internos da República Popular da China, utilizando Hong Kong como um instrumento da sua táctica para criar problemas na relação China-EUA, ao serviço dos interesses egoístas de alguns políticos norte-americanos», declarou um porta-voz chinês.




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