Com toda a confiança, um Congresso ligado à vida!

Armindo Miranda (Membro da Comissão Política)

A re­a­li­zação do Con­gresso do PCP tem ser­vido de pre­texto para o grande ca­pital, usando os par­tidos da di­reita e ex­trema-di­reita que con­trola e os cha­mados co­men­ta­dores a quem paga, de­sen­ca­dear mais uma acção de grande vulto di­ri­gida contra o Par­tido.

O PCP confia nos tra­ba­lha­dores e da força trans­for­ma­dora das massas em mo­vi­mento

O guião é o mesmo que foi se­guido para a Festa do Avante!: grande pro­jecção an­ti­co­mu­nista ten­tando criar na opi­nião pú­blica uma imagem ne­ga­tiva do Par­tido, tipo seita des­li­gada da re­a­li­dade. In­te­ressa por isso re­a­firmar que nos pró­ximos três dias o Con­gresso do PCP vai estar li­gado à vida, aos pro­blemas dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País e a apontar as so­lu­ções para os re­solver.

Como é o caso do com­bate às de­si­gual­dades so­ciais e à po­breza, que os go­vernos do PS, PSD e CDS cri­aram, com a in­justa dis­tri­buição da ri­queza, tor­nando bem evi­dente a quem serve a sua po­lí­tica e o ca­rácter ex­plo­rador, de­su­mano e opressor do ca­pi­ta­lismo que nos go­verna. E, assim, as for­tunas su­pe­ri­ores a 20 mi­lhões de euros crescem todos os anos, en­quanto o nú­mero de por­tu­gueses que vi­viam no li­miar da po­breza ou na po­breza ex­trema antes da pan­demia era já, se­gundo o INE, de dois mi­lhões e cem mil.

O con­gresso li­gado à vida con­fir­mará que o au­mento do poder de compra do povo não é um ini­migo do de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico, mas sim um aliado. E, por isso, o au­mento geral dos sa­lá­rios, a co­meçar pelo Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal para 850 euros, deve ser con­cre­ti­zado de ime­diato.

A pre­ca­ri­dade nas re­la­ções de tra­balho, au­tên­tica praga e po­de­rosa arma nas mãos do pa­tro­nato com a qual in­ten­si­fica a ex­plo­ração, ameaça, chan­ta­geia e des­pede quem tem como única ri­queza a sua força de tra­balho e torna as re­la­ções la­bo­rais numa au­tên­tica lei da selva e a vida dos tra­ba­lha­dores num in­ferno, es­tará em aná­lise no con­gresso do PCP, li­gado à vida. Re­cor­demos que a pre­ca­ri­e­dade é filha do PS, do PSD e do CDS, que são res­pon­sá­veis pela des­truição ou de­sar­ti­cu­lação da vida de mais de um mi­lhão de fa­mí­lias, a quem roubou o pão, sen­tando à sua mesa o mais vil aten­tado contra os di­reitos hu­manos, a fome.

O di­reito cons­ti­tu­ci­onal a uma vida feliz para os por­tu­gueses não foi, e con­tinua a não ser, uma pre­o­cu­pação para os di­ri­gentes destes par­tidos. Mas vai estar pre­sente no Con­gresso do PCP, li­gado à vida, tão mal­tra­tado nas úl­timas se­manas.

Vi­ta­li­dade e con­fi­ança

A contra re­vo­lução, ini­ciada pelo PS e con­ti­nuada pelos seus par­ceiros da po­lí­tica de di­reita, des­truiu o apa­relho pro­du­tivo na­ci­onal, a co­meçar pela pro­dução in­dus­trial que tanta falta faz ao in­cre­mento de um pro­jecto de cres­ci­mento e de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico. Mas, também, a pro­dução agrí­cola e das pescas. Os go­vernos do PS, PSD e CDS, sem es­forço, sub­me­teram-se à di­ta­dura da União Eu­ro­peia e pro­ce­deram àquela ver­gonha na­ci­onal de dar sub­sí­dios vindos aos agri­cul­tores, pes­ca­dores e ar­ma­dores desde que não co­me­tessem o crime de tra­ba­lhar. A UE ocupou logo a se­guir o vazio dei­xado, im­pondo a Por­tugal a compra do seu ex­cesso de pro­dução.

Pois o Con­gresso do PCP, ligado à vida, in­di­cará os ca­mi­nhos para de­fender a so­be­rania na­ci­onal, co­locar Por­tugal a pro­duzir, di­na­mizar o mer­cado in­terno, subs­ti­tuir im­por­ta­ções por pro­dução na­ci­onal, criar cen­tenas de mi­lhares de postos de tra­balho e criar mais ri­queza.

O grande ca­pital está in­co­mo­dado com a re­a­li­zação do Con­gresso e mais pre­o­cu­pado fi­cará quando ve­ri­ficar que ele se tra­duziu em mais uma grande de­mons­tração da pro­funda li­gação às massas, da vi­ta­li­dade, co­esão e força re­vo­lu­ci­o­nária do nosso Par­tido. E na sua ina­ba­lável con­fi­ança na luta dos tra­ba­lha­dores e na fan­tás­tica força trans­for­ma­dora das massas em mo­vi­mento, a ca­minho do so­ci­a­lismo e do co­mu­nismo.




Mais artigos de: Opinião

A suspensão

Há uns anos, numa conferência promovida pela Câmara de Comércio Luso-Americana, a então presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, sugeriu a suspensão da democracia por um dado período, para que fosse possível pôr tudona ordem. A coisa provocou alguma celeuma e suscitou, na altura, acaloradas reacções – umas sinceras,...

A (outra) segunda vaga

É difícil conter a revolta perante a mais recente vaga da campanha de ódio fascizante que se abateu sobre o Partido a propósito da realização do seu XXI Congresso. Poder-se-ia dizer que quem enfrentou idêntica campanha em torno da Festa do Avante!, aguentaria mais esta, qual corpo dorido que, depois tanta pancada levar,...

Engels

No próximo sábado completar-se-ão dois séculos desde o nascimento de Friedrich Engels: combatente e mestre, que quando deixou de viver, nos legou, aos agora vivos, a obra e o exemplo. Nestes dois séculos, o capitalismo sobreviveu e alastrou, apesar das centenas de milhões de mortos de que foi directamente responsável, e...

Ofensiva contra as liberdades

O papel dos grandes media tornou-se mais negativo no quadro da pandemia. Veja-se o guião seguido em qualquer noticiário: sistemática difusão de alarmismo, intimidação, desconfiança no «outro». E promoção da via securitária e repressiva de «combate ao vírus», agora por exemplo com a normalização do papel «sanitário» de...

AKK vai à guerra

A ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer (AKK), fez um discurso a 23 de Outubro com o que chamou uma «oferta»: a Alemanha renova uma parceria subordinada aos EUA – a Westbindung – para combater a Rússia e a China. Diz AKK: «a Westbindung é e permanece uma clara rejeição da tentação histórica da...