Poderosa manifestação de determinação e confiança

CO­RAGEM O XXI Con­gresso do PCP, re­a­li­zado no fim-de-se­mana no Pa­vi­lhão «Paz e Ami­zade», em Loures, foi uma inequí­voca ex­pressão da de­ter­mi­nação dos co­mu­nistas em de­fender a li­ber­dade e a de­mo­cracia e am­pliar a luta pelos di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo e por um País justo, de­sen­vol­vido e so­be­rano.

O XXI Con­gresso re­velou a uni­dade e com­ba­ti­vi­dade do Par­tido

 

Há muito que era claro que este seria um con­gresso di­fe­rente: com os 618 de­le­gados sen­tados em ca­deiras ou nas ban­cadas (para manter o de­vido afas­ta­mento) e sem os ha­bi­tuais con­vi­dados. As me­didas de pro­tecção sa­ni­tária foram es­cru­pu­lo­sa­mente cum­pridas com a ajuda da em­pe­nhada equipa de ser­viços. Estas atri­bui­ções par­ti­cu­lares so­maram-se às ta­refas de sempre, também elas exer­cidas com total de­di­cação: aos que de­sem­pe­nharam umas e ou­tras di­rigiu o Se­cre­tário-geral do Par­tido, no en­cer­ra­mento do Con­gresso, uma pa­lavra de apreço. A eles se deveu «muito, mas muito mesmo», o seu êxito, re­alçou.

 

Mas se a si­tu­ação sa­ni­tária pro­vo­cada pela epi­demia de COVID-19 impôs cui­dados re­do­brados na sua pre­pa­ração e re­a­li­zação, o XXI Con­gresso do PCP de­mons­trou que a re­a­li­zação de ac­ti­vi­dades «é com­pa­tível com a pre­venção da saúde»: o tra­balho, a cul­tura, o des­porto e até o con­vívio são pos­sí­veis, desde que – como ali – sejam acau­te­ladas as ne­ces­sá­rias me­didas de pro­tecção.

 

Li­ber­dade
e de­mo­cracia

 

O XXI Con­gresso do Par­tido cons­ti­tuiu igual­mente uma vi­brante de­fesa dos di­reitos e das li­ber­dades de­mo­crá­ticas, num mo­mento em que, à bo­leia do vírus, há quem os pro­cure pôr em causa. A este pro­pó­sito, foi também Je­ró­nimo de Sousa a ga­rantir que os co­mu­nistas não aceitam a des­va­lo­ri­zação da ac­ti­vi­dade po­lí­tica e o ataque aos di­reitos: «sa­bemos como tudo co­meça, mas não sa­bemos como acaba e muitas vezes acaba mal para di­reitos e in­te­resses dos povos e tantas vezes para a de­mo­cracia e a li­ber­dade».

 

Cons­ci­ente dos pe­rigos e da res­pon­sa­bi­li­dade que cabe aos co­mu­nistas, o Con­gresso aprovou, por una­ni­mi­dade, uma moção sobre Li­ber­dade e De­mo­cracia, em que se re­pudia o «bran­que­a­mento do fas­cismo» e a «pro­moção po­lí­tica e me­diá­tica de forças po­lí­ticas de cariz fas­ci­zante e xe­nó­fobo» e se apela à uni­dade e mo­bi­li­zação contra a ofen­siva an­ti­co­mu­nista e fas­ci­zante em curso e em de­fesa dos va­lores da de­mo­cracia». Idên­tica vo­tação teve outra moção, Contra o im­pe­ri­a­lismo e a guerra, pela paz e a so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista.

 

O País que re­siste
e luta

 

A re­a­li­zação do Con­gresso, nestas cir­cuns­tân­cias e sob uma cam­panha tão feroz, tem ainda outro sig­ni­fi­cado, des­ta­cado em muitas in­ter­ven­ções: ele é a prova da res­pon­sa­bi­li­dade de um Par­tido que, como afirmou o Se­cre­tário-geral, «não se dá ao pri­vi­légio e ao egoísmo de se res­guardar» en­quanto mi­lhares e mi­lhares estão nos seus lo­cais de tra­balho, tantas vezes sem con­di­ções de se­gu­rança e sob um vi­o­lento ataque aos seus di­reitos e sa­lá­rios.

 

Foi esta re­a­li­dade, in­vi­sível para a ge­ne­ra­li­dade da co­mu­ni­cação so­cial e des­pre­zível para as res­tantes forças po­lí­ticas, que passou pela tri­buna do XXI Con­gresso do PCP, em muitas das 141 in­ter­ven­ções pro­fe­ridas: nos mais di­versos sec­tores e em­presas, de Norte a Sul e nas Re­giões Au­tó­nomas, foram muitos os exem­plos de ex­plo­ração, mas também de re­sis­tência e de luta, a que o Con­gresso deu ex­pressão. Também por isso foi tão ata­cado!

 

Uni­dade
e com­ba­ti­vi­dade

 

As con­di­ções em que se re­a­lizou, o am­bi­ente em que de­correu (com a dis­ci­plina a con­viver per­ma­nen­te­mente com o en­tu­si­asmo), a pro­fun­di­dade do de­bate tra­vado e o re­sul­tado das vo­ta­ções re­velam não só a uni­dade do co­lec­tivo par­ti­dário, mas também a cons­ci­ência pro­funda do sig­ni­fi­cado, papel e im­por­tância do XXI Con­gresso.

 

A Re­so­lução Po­lí­tica foi apro­vada por una­ni­mi­dade no do­mingo, após mais de 1400 al­te­ra­ções sus­ci­tadas pelo in­tenso de­bate pre­pa­ra­tório – mar­cado pela re­a­li­zação de 1700 reu­niões com cerca de 18 mil par­ti­ci­pantes. Nela en­con­tram-se as aná­lises, pro­postas e ori­en­ta­ções que nor­te­arão a acção par­ti­dária nos pró­ximos anos e re­a­firma-se a iden­ti­dade co­mu­nista deste Par­tido quase cen­te­nário.

 

Sim, este Con­gresso foi di­fe­rente. Mas foi so­bre­tudo im­pres­cin­dível.

 


Afir­mação de li­ber­dade

A aber­tura do Con­gresso ficou a cargo de Ar­mindo Mi­randa, da Co­missão Po­lí­tica, que em nome dos co­mu­nistas do dis­trito de Lisboa saudou os de­le­gados – e, através deles, o co­lec­tivo par­ti­dário. Loures, afirmou, é uma terra de gente tra­ba­lha­dora e um mu­ni­cípio cuja po­pu­lação «tem acesso aos be­ne­fí­cios da gestão dis­tin­tiva da CDU».

Após agra­decer a todos quantos con­tri­buíram para o êxito do XXI Con­gresso, o di­ri­gente do PCP re­tirou «im­por­tantes con­clu­sões» da po­de­rosa ofen­siva an­ti­co­mu­nista lan­çada para o im­pedir: «no con­texto em que lu­tamos, re­sistir já é vencer» e os que a pro­movem «não co­nhecem bem este Par­tido, a sua his­tória e com­ba­ti­vi­dade re­vo­lu­ci­o­nária».

Horas de­pois, foi a vez de Ber­nar­dino So­ares, membro do Co­mité Cen­tral e pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal de Loures, saudar os de­le­gados, ga­ran­tindo que a re­a­li­zação do Con­gresso cons­ti­tuía uma «afir­mação da li­ber­dade e da in­vi­o­la­bi­li­dade dos di­reitos po­lí­ticos e par­ti­dá­rios». Em Loures, lem­brou, «temos en­fren­tado re­gu­lar­mente ofen­sivas, ca­lú­nias e cam­pa­nhas. A todos damos com­bate. Não temos medo deste com­bate».




Mais artigos de: Em Foco

Relatório da Comissão Eleitoral

O Comité Central é o organismo que dirige a actividade do Partido no intervalo dos congressos, assumindo a responsabilidade de traçar, de acordo com a orientação e resoluções dos congressos, a orientação superior do trabalho político, ideológico e de organização do Partido. A proposta do...

Números e factos do XXI Congresso

A actual situação sanitária levou a que o XXI Congresso do PCP tivesse cerca de metade dos delegados que teria num período normal, de modo a que a sua disposição no Pavilhão «Paz e Amizade» respeitasse as necessárias normas de protecção. Apresentando o relatório da Comissão de Verificação de Mandatos, Inês Zuber, do...

Órgãos do Congresso e Mesa da Presidência

No início dos trabalhos do XXI Congresso do PCP, na manhã de sexta-feira, 27, foram eleitos os órgãos do Congresso e a mesa da presidência, todos por unanimidade. Publicamos em seguida a sua composição. Secretariado do Congresso: Alexandre Araújo, José Martins, José Monginho, Nuno Costa, Paulo Loya, Rui Braga....

Sobre as alterações ao projecto de Teses/Resolução Política

O Relatório da Comissão de Redacção, que está distribuído, contém uma informação sobre as alterações introduzidas nas Teses/Projecto de Resolução Política. A Proposta de Resolução que está submetida ao Congresso é o resultado de um intenso processo de debate colectivo que, desde a primeira...

Comité Central eleito no XXI Congresso

DE­MO­CRACIA O Co­mité Cen­tral do PCP foi eleito pelo XXI Con­gresso na sua 6.ª sessão, re­a­li­zada no sá­bado ao final do dia, por 602 votos a favor (98,5%), três votos contra e seis abs­ten­ções. O CC é com­posto por 129 ele­mentos, dos quais 19 não in­te­gravam o CC an­te­rior. As bi­o­gra­fias destes úl­timos estão es­critas a ne­grito.

Organismos executivos do Comité Central e Comissão Central de Controlo

DIRECÇÃO Na sua pri­meira reu­nião, re­a­li­zada no sá­bado à noite, o Co­mité Cen­tral eleito no XXI Con­gresso elegeu os or­ga­nismos exe­cu­tivos, a Co­missão Cen­tral de Con­trolo e o Se­cre­tário-geral. A Co­missão Po­lí­tica foi eleita por mai­oria com uma abs­tenção, o Se­cre­ta­riado e a Co­missão Cen­tral de Con­trolo por una­ni­mi­dade. O Se­cre­tário-geral do Par­tido foi eleito por mai­oria com um voto contra, sendo que o ca­ma­rada Je­ró­nimo de Sousa en­tendeu não votar na sua pró­pria eleição.

Saudações enviadas ao XXI Congresso

Ao contrário do que normalmente acontece, no XXI Congresso do PCP não estiveram presentes convidados, representações institucionais e delegações de partidos comunistas e outras forças revolucionárias e progressistas estrangeiras. O que não significa que o Congresso tenha lhes passado sido indiferente, antes pelo...