Assinalados com partidos irmãos os 45 anos da libertação dos povos das ex-colónias

AC­TUAL O PCP pro­moveu o en­contro sobre o 45.º ani­ver­sário da in­de­pen­dência de An­gola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mo­çam­bique e São Tomé e Prín­cipe, re­a­fir­mando a sua so­li­da­ri­e­dade à acção e luta em prol da pros­pe­ri­dade e da so­be­rania.

So­be­rania, pro­gresso so­cial, paz e co­o­pe­ração per­ma­necem va­lores co­muns

No en­contro que teve lugar dia 3, quinta-feira, ao final da tarde, no centro de tra­balho Vi­tória, em Lisboa, Je­ró­nimo de Sousa ex­pressou às de­le­ga­ções do MPLA, do PAICV, do PAIGC e da FRE­LIMO «a von­tade do PCP de pros­se­guir com as suas tra­di­ci­o­nais re­la­ções de ami­zade» e a ga­rantia «da so­li­da­ri­e­dade dos co­mu­nistas por­tu­gueses para com a acção e a luta que travam pela pros­pe­ri­dade dos seus povos e a so­be­rania e in­de­pen­dência dos seus países».

A re­a­fir­mação destas re­la­ções entre par­tidos ir­mãos e a va­lo­ri­zação da so­li­da­ri­e­dade e da sua força em cada mo­mento so­bres­saíram como pontos co­muns nas in­ter­ven­ções de Al­berto Jorge An­tunes (do Co­mité de Acção do MPLA em Por­tugal), Rui Ri­beiro (do Co­mité Cen­tral do PAIGC e pre­si­dente da Co­missão Po­lí­tica da Diás­pora em Por­tugal), Da­niel Pina (pri­meiro-se­cre­tário do Sector do PAICV em Por­tugal) e Fá­tima Ga­vane (pri­meira-se­cre­tária do Co­mité do Cír­culo da FRE­LIMO no Porto).

O MLSTP agra­deceu e va­lo­rizou o con­vite do PCP para este en­contro, in­for­mando não ter sido pos­sível estar pre­sente.

Por parte do Par­tido, par­ti­ci­param na ini­ci­a­tiva Ângelo Alves (da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral), Pedro Guer­reiro (do Se­cre­ta­riado do CC), que mo­derou, Rui Braga (do Se­cre­ta­riado do CC), Rosa Ra­biais (da Co­missão Cen­tral de Con­trolo), ou­tros mem­bros do Co­mité Cen­tral e da Secção In­ter­na­ci­onal, bem como da Ju­ven­tude Co­mu­nista Por­tu­guesa.

Va­lores
que nos unem

O Se­cre­tário-geral do PCP, in­ter­vindo no início, sa­li­entou que o Par­tido «con­si­dera que, como acon­teceu no pas­sado, nos con­ti­nuam a unir os va­lores da so­be­rania, pro­gresso so­cial, paz e co­o­pe­ração». Hoje em dia, «não obs­tante as im­por­tantes con­quistas e mu­danças ve­ri­fi­cadas, o im­pe­ri­a­lismo pro­cura por todos os meios afastar do poder as forças que con­du­ziram a luta de li­ber­tação dos seus povos e apagar da sua me­mória a gesta de ge­ne­ro­si­dade e he­roísmo de pa­tri­otas como Amílcar Ca­bral, Agos­tinho Neto ou Sa­mora Ma­chel».

«Para o PCP, é mo­tivo de grande sa­tis­fação e ale­gria ter-vos aqui, con­nosco, neste acto sin­gelo mas que vemos car­re­gado de sig­ni­fi­cado po­lí­tico», disse Je­ró­nimo de Sousa. Ao re­cordar «um acon­te­ci­mento par­ti­cu­lar­mente mar­cante da his­tória dos nossos par­tidos e dos nossos povos», as­si­nala-se, «a par da con­quista da in­de­pen­dência pelos povos de An­gola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mo­çam­bique e São Tomé e Prín­cipe, que foi al­can­çada à custa dos mais pe­sados sa­cri­fí­cios, a ali­ança entre os nossos povos no com­bate contra o ini­migo comum, o fas­cismo e o co­lo­ni­a­lismo por­tu­guês».

Esta ali­ança «tornou in­se­pa­rá­veis a Re­vo­lução Por­tu­guesa de 25 de Abril, que co­locou fim a 48 anos de di­ta­dura fas­cista em Por­tugal, e a li­ber­tação dos povos afri­canos do jugo co­lo­nial por­tu­guês». Ela é «uma ali­ança que, de­se­jamos, possa pros­se­guir na ac­tu­a­li­dade com re­la­ções de ami­zade e co­o­pe­ração entre o Por­tugal de­mo­crá­tico e os es­tados afri­canos in­de­pen­dentes, ori­en­tadas pelos va­lores da so­be­rania, do pro­gresso so­cial e da paz, de onde sejam de­fi­ni­ti­va­mente afas­tados pre­con­ceitos pa­ter­na­listas e pro­pó­sitos ne­o­co­lo­ni­a­listas».

A pro­pó­sito do cen­te­nário do PCP, Je­ró­nimo de Sousa lem­brou que este «foi o único par­tido que, en­fren­tando de ca­beça bem er­guida a in­fame ca­lúnia de “traição à pá­tria”, es­teve sempre so­li­dário com a luta li­ber­ta­dora dos povos das co­ló­nias por­tu­guesas, for­jando com os mo­vi­mentos re­vo­lu­ci­o­ná­rios de li­ber­tação afri­canos es­treitas re­la­ções de ami­zade e co­o­pe­ração, re­la­ções que re­sis­tiram a grandes mu­danças e vi­ra­gens e se pro­lon­garam até aos nossos dias».

O Se­cre­tário-geral evocou com or­gulho «a po­sição de prin­cípio do nosso Par­tido de con­de­nação do co­lo­ni­a­lismo e re­co­nhe­ci­mento do di­reito dos povos su­jeitos ao do­mínio co­lo­nial por­tu­guês à au­to­de­ter­mi­nação e à in­de­pen­dência», re­al­çando que «o PCP sempre con­si­derou que a sua luta contra o do­mínio im­pe­ri­a­lista sobre Por­tugal era in­se­pa­rável da li­qui­dação do co­lo­ni­a­lismo por­tu­guês, como con­si­derou a luta dos povos co­lo­ni­zados por Por­tugal como uma ajuda à luta do povo por­tu­guês».

 



Mais artigos de: PCP

100 anos de vida e luta em exposição até 15 de Dezembro em Almada

A mostra está patente na Academia Almadense (rua Capitão Leitão) até à próxima terça-feira, 15, de segunda a sexta-feira, entre as 15h30 e as 20h00, e ao fim-de-semana, entre as 9h30 e as 12h00. Na inauguração, Jerónimo de Sousa convidou os presentes a «conhecer» o Partido e «o seu percurso...

Novo CT na Torre da Marinha

A Comissão de Freguesia de Arrentela do PCP inaugurou, sábado, um novo Centro de Trabalho na Torre da Marinha (Seixal), mesmo em frente ao Mercado Municipal. Com a abertura deste CT, os comunistas da Freguesia de Arrentela voltam a poder reunir e retomam a actividade partidária regular, facto...

Escola Pública e Abril

A Comissão Concelhia de Montemor-o-Novo do PCP promoveu, dia 17 de Novembro, na Biblioteca Pública da cidade, um debate sobre a Escoa Pública no Portugal de Abril, integrado nas comemorações do Centenário do Partido. Vitalina Roque, do secretariado da organização local, apresentou uma iniciativa muito participada, na...

Torres de marfim

No auge da campanha contra a Festa do Avante!, quando os mais «moderados» na ofensiva iam dizendo que não queriam pôr em causa a liberdade de iniciativa política do PCP («que façam só o comício, isso ninguém põe em causa») fomos dizendo que o problema destes não era as condições sanitárias para a realização da Festa; que...