É preciso ir mais longe no apoio às rendas

O Par­la­mento aprovou, re­cen­te­mente, a pro­posta de lei que al­tera o re­gime ex­cep­ci­onal para as si­tu­a­ções de mora no pa­ga­mento da renda de­vida nos termos de con­tratos de ar­ren­da­mento ur­bano ha­bi­ta­ci­onal e não ha­bi­ta­ci­onal. O di­ploma contou com os votos fa­vo­rá­veis de todos os qua­drantes à es­querda do he­mi­ciclo, op­tando PSD, CDS, Ch e IL pela abs­tenção. Entre as me­didas nele ins­critas está a que alarga até ao pri­meiro se­mestre deste ano o «pe­ríodo de sus­pensão dos efeitos da ces­sação dos con­tratos de ar­ren­da­mento».

O PCP pre­tendia que a me­dida fosse mais longe e abran­gente, apre­sen­tando um pro­jecto que es­ta­be­lecia um re­gime ex­cep­ci­onal apli­cável aos con­tratos de ex­plo­ração de imó­veis para co­mércio e ser­viços em cen­tros co­mer­ciais até final deste ano. Igual­mente em de­bate, o texto co­mu­nista acabou chum­bado pelos votos do PS e das ban­cadas à di­reita, e o mesmo des­tino ti­veram dois ou­tros pro­jectos de lei seus que vi­savam criar, num caso, um re­gime ex­cep­ci­onal de pa­ga­mento de rendas, no outro, um re­gime ex­tra­or­di­nário de pro­tecção dos ar­ren­da­tá­rios.

A jus­ti­ficar estas ini­ci­a­tivas está o co­nhe­cido agra­va­mento do quadro eco­nó­mico e so­cial que se ve­ri­fica desde Março do ano pas­sado, com si­tu­a­ções dra­má­ticas que têm vindo a mul­ti­plicar-se e a atingir não apenas as fa­mí­lias no plano da ha­bi­tação, mas também mi­lhares e mi­lhares de MPME do co­mércio, dos ser­viços e da res­tau­ração. Todos, no fundo, a pre­ci­sarem de uma res­posta que «não fi­casse re­du­zida à pos­si­bi­li­dade de adiar pa­ga­mentos, acu­mu­lando dí­vida e dei­xando o pro­blema a avo­lumar-se», mas, ao invés, como su­bli­nhou o de­pu­tado co­mu­nista Bruno Dias, apoi­asse «di­rec­ta­mente o pa­ga­mento de rendas», fa­zendo-as re­duzir na «justa pro­porção dos ren­di­mentos per­didos» de­vido à si­tu­ação ex­cep­ci­o­nal­mente grave que se atra­vessa e com­pen­sando na me­dida «justa e ade­quada» os se­nho­rios. Nesse exacto sen­tido iam as pro­postas do PCP.



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