Solidariedade mas sem ingerência

Face ao agra­va­mento da si­tu­ação em Mo­çam­bique, o PCP re­a­firmou a sua so­li­da­ri­e­dade com o país afri­cano e o seu povo, ma­ni­fes­tando a sua opo­sição à de­ses­ta­bi­li­zação e ao in­ter­ven­ci­o­nismo ex­terno.

Forças ar­madas lutam para ga­rantir se­gu­rança das po­pu­la­ções

Num co­mu­ni­cado emi­tido ontem, 31 de Março, o Par­tido ex­pressa a sua ve­e­mente con­de­nação às «ac­ções cri­mi­nosas dos grupos mer­ce­ná­rios ter­ro­ristas – fo­men­tados a partir do ex­te­rior – contra Mo­çam­bique e o povo mo­çam­bi­cano, que têm atin­gido o nor­deste do país». Mas vai mais longe, de­nun­ci­ando os in­te­resses que estão por de­trás desta nova ope­ração de de­ses­ta­bi­li­zação: o con­trolo e a apro­pri­ação de «im­por­tantes re­cursos na­tu­rais que o Es­tado mo­çam­bi­cano pro­cura co­locar ao ser­viço do de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e so­cial do país».

O PCP alerta ainda para a ten­ta­tiva de ins­tru­men­ta­li­zação da acção de­ses­ta­bi­li­za­dora na pro­víncia de Cabo Del­gado para, por via da sua in­ter­na­ci­o­na­li­zação, «abrir ca­minho ao in­ter­ven­ci­o­nismo, à ins­ta­lação de forças mi­li­tares es­tran­geiras e a pos­turas ne­o­co­lo­niais, que des­res­peitem a so­be­rania e a in­de­pen­dência de Mo­çam­bique, pela qual tão he­roi­ca­mente lu­taram a FRE­LIMO e o povo mo­çam­bi­cano».

Afir­mando a sua so­li­da­ri­e­dade à FRE­LIMO e ao povo mo­çam­bi­cano, o PCP ex­pressa ainda os «me­lhores votos de su­cesso» aos es­forços que as au­to­ri­dades do país têm vindo a de­sen­volver para ga­rantir a se­gu­rança e as ne­ces­si­dades das po­pu­la­ções, bem como a de­fesa da paz, da so­be­rania, da in­de­pen­dência e da in­te­gri­dade ter­ri­to­rial da Re­pú­blica de Mo­çam­bique.

Com­bate ao ter­ro­rismo

A si­tu­ação na pro­víncia de Cabo Del­gado, no norte de Mo­çam­bique, agravou-se na pas­sada se­mana, com o ataque ar­mado contra a vila de Palma, que pro­vocou de­zenas de ví­timas e forçou a eva­cu­ação de cen­tenas de pes­soas. En­tre­tanto, as Forças de De­fesa e Se­gu­rança (FDS) de Mo­çam­bique «estão a des­do­brar-se no ter­reno para ga­rantir um re­gresso se­guro da po­pu­lação à vila sede do dis­trito de Palma, no norte da pro­víncia de Cabo Del­gado, após os ata­ques ter­ro­ristas».

A ga­rantia foi dada, em Ma­puto, pelo porta-voz do Mi­nis­tério da De­fesa, co­ronel Omar Sa­ranga, numa con­fe­rência de im­prensa que deu conta da res­posta mi­litar vi­sando neu­tra­lizar os ter­ro­ristas.

Ci­tado pela Agência de In­for­mação de Mo­çam­bique (AIM), as­se­gurou que as FDS con­trolam todas as suas po­si­ções, ao mesmo tempo que pro­curam «eli­minar bolsas de re­sis­tência e ata­ques es­po­rá­dicos». Ex­plicou que os ter­ro­ristas en­traram em Palma de forma dis­si­mu­lada, as­sas­si­naram de­zenas de pes­soas in­de­fesas, des­truíram infra-es­tru­turas do Es­tado e pi­lharam bens. A acção das FDS per­mitiu eva­cuar cen­tenas de ci­da­dãos na­ci­o­nais e es­tran­geiros, trans­por­tados de­pois para zonas se­guras.

«O ob­je­tivo claro desta in­cursão co­barde por parte dos ter­ro­ristas foi o de ater­ro­rizar as po­pu­la­ções» e «ame­açar o de­sen­vol­vi­mento de infra-es­tru­turas que vão pro­pi­ciar uma me­lhoria das con­di­ções de vida no país e das po­pu­la­ções lo­cais em par­ti­cular», en­fa­tizou o porta-voz mi­litar.



Mais artigos de: Internacional

Ex-senador norte-americano revela apoios dos EUA a terroristas na Síria

Diversos meios de comunicação social sírios fizeram eco das revelações feitas pelo ex-senador norte-americano Richard Black sobre a utilização do terrorismo pelos Estados Unidos da América na sua agressão contra a Síria e o seu povo. A guerra contra a Síria é uma das mais cruéis, tendo Washington apoiado organizações...

Vietname preside em Abril ao Conselho de Segurança

O Vietname reiterou a vontade de exercer uma presidência equilibrada e construtiva do Conselho de Segurança da ONU, a partir de hoje, dia 1, e durante Abril. O Vietname trabalhará com os demais Estados por consensos para solucionar assuntos relacionados com a paz e a segurança mundial, disse em Hanói um responsável do...

Duas eleições em Cabo Verde

Os cabo-verdianos vão às urnas no próximo dia 18 para eleger os 72 deputados do parlamento e, com base nesses resultados, escolher um novo governo para os próximos cinco anos. A campanha eleitoral arranca amanhã, 2 de Abril, condicionada pela crise sanitária. O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV),...