Cuba e o mundo face ao bloqueio: «o combate pelo que é justo une-nos»

Em mais de 50 ci­dades de 30 países, amigos de Cuba ex­pres­saram, no úl­timo fim-de-se­mana, so­li­da­ri­e­dade com o povo cu­bano e con­de­naram o cri­mi­noso blo­queio dos EUA, que dura há seis dé­cadas e con­ti­nuou a ser agra­vado em tempos de pan­demia.

Jo­vens cu­banos re­a­firmam com­pro­misso com con­ti­nui­dade da Re­vo­lução

Mi­lhares de cu­banos, na sua mai­oria jo­vens, des­fi­laram no do­mingo, 29, ao longo da mar­ginal de Ha­vana, re­a­fir­mando o seu com­pro­misso com a con­ti­nui­dade da Re­vo­lução cu­bana e jun­tando-se à jor­nada de so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­onal de apoio a Cuba e contra o blo­queio norte-ame­ri­cano, que contou com ac­ções em mais de 50 ci­dades de 30 países, in­cluindo nos Es­tados Unidos.

Grupos de amigos de Cuba e de cu­banos emi­grados na Rússia, Itália, França, Ale­manha, África do Sul, Na­míbia, An­gola, Gâmbia, Mé­xico, Ar­gen­tina, Colômbia, em mais uma trin­tena de países, re­a­li­zaram no pas­sado fim-de-se­mana mo­bi­li­za­ções, pu­bli­ca­ções na web e ac­ções contra o cerco norte-ame­ri­cano.

O pre­si­dente de Cuba, Mi­guel Díaz-Canel, afirmou que «o com­bate pelo que é justo une-nos» e enal­teceu o com­pro­misso da ju­ven­tude do seu país na de­fesa da Re­vo­lução Cu­bana, ex­presso nas mo­bi­li­za­ções efec­tu­adas contra o blo­queio dos EUA.

«A ca­ra­vana de #Cu­baVs­Blo­queio mos­trou a vi­ta­li­dade e a energia da ju­ven­tude cu­bana. Que nin­guém du­vide, essa é #Cu­ba­Viva, #So­mos­Cuba, #So­mos­Con­ti­nui­dade», es­creveu o pre­si­dente no Twitter. Além disso, as­se­gurou que tais ma­ni­fes­ta­ções re­novam as suas ener­gias para tra­ba­lhar em ta­refas cru­ciais como o com­bate à pan­demia da COVID-19 e a di­na­mi­zação da eco­nomia.

Blo­queio é cri­mi­noso
Também o mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros cu­bano, Bruno Ro­drí­guez, que par­ti­cipou em Ha­vana na con­cor­rida e co­lo­rida ca­ra­vana contra o blo­queio im­posto há seis dé­cadas pelos EUA, agra­deceu as mos­tras de so­li­da­ri­e­dade com a ilha en­fa­ti­zando a na­tu­reza cri­mi­nosa desse cerco eco­nó­mico, co­mer­cial e fi­nan­ceiro, que Washington in­cre­mentou na ac­tual si­tu­ação epi­de­mi­o­ló­gica ge­rada pela COVID-19. Rei­terou que o blo­queio norte-ame­ri­cano é um crime, é ilegal, imoral, extra-ter­ri­to­rial e uma vi­o­lação do di­reito in­ter­na­ci­onal e dos di­reitos hu­manos.

Bruno Ro­drí­guez as­se­verou que o cerco cons­titui o maior obs­tá­culo para o de­sen­vol­vi­mento de Cuba: dados ofi­ciais mos­tram que os pre­juízos acu­mu­lados em 60 anos as­cendem a 144 mil mi­lhões de dó­lares e que, entre Abril de 2019 e Março de 2020, o blo­queio causou pre­juízos su­pe­ri­ores a cinco mil mi­lhões de dó­lares, cifra re­corde para um ano.

Por seu turno, o se­cre­tário-geral da União dos Jo­vens Co­mu­nistas (UJC) de Cuba, Di­os­vany Acosta, afirmou que «a ca­ra­vana com mi­lhares de pes­soas em Ha­vana de­monstra a re­jeição do povo ao blo­queio dos Es­tados Unidos», rei­te­rando o ca­rácter ge­no­cida do cerco norte-ame­ri­cano à ilha. «Esta ini­ci­a­tiva per­mite-nos agra­decer a todas as de­mons­tra­ções de so­li­da­ri­e­dade que re­ce­bemos de di­versos lu­gares do mundo e creio que foi muito es­pon­tâneo o que aqui ocorreu, cada um com as suas ideias», disse. Su­bli­nhou que, além disso, foram também ce­le­brados os ani­ver­sá­rios da fun­dação da UJC e da Or­ga­ni­zação de Pi­o­neiros José Marti, que se as­si­nalam no pró­ximo dia 4 de Abril. «Con­si­dero que isto evi­dencia o com­pro­misso dos jo­vens com a ideia de con­ti­nui­dade da Re­vo­lução cu­bana», su­bli­nhou.

So­li­da­ri­e­dade também em Por­tugal

A As­so­ci­ação de Ami­zade Por­tugal-Cuba, na sua As­sem­bleia Geral Elei­toral, reu­nida a 27 de Março, aprovou por una­ni­mi­dade uma Moção de Re­púdio ao Blo­queio, as­so­ci­ando-se à so­li­da­ri­e­dade com Cuba e o seu povo.

Entre ou­tros as­pectos, a moção sa­li­enta que «há 62 anos que Cuba mostra ao mundo, nas mais graves e se­veras con­di­ções de pri­vação, a von­tade so­be­rana, co­lec­tiva e so­li­dária de um povo» e que «a von­tade e co­ragem re­sis­tente do povo Cu­bano tem ga­ran­tido a de­fesa ina­ba­lável da Re­vo­lução».

A AAPC afirma que «es­tará sempre com o povo cu­bano e com a sua Re­vo­lução, as­su­mindo o com­pro­misso de, com todas as forças dos mi­li­tantes pela paz, lutar contra este ig­nóbil Blo­queio.»

A AAPC elegeu novos corpos ge­rentes e aprovou um plano de ac­ti­vi­dades onde aponta o in­cre­mento da acção so­li­dária com Cuba, no­me­a­da­mente através da re­a­li­zação de ses­sões pu­blicas, da par­ti­ci­pação em di­versos eventos, pro­mo­vendo ini­ci­a­tivas contra o blo­queio im­posto pelos EUA, in­cluindo um En­contro Na­ci­onal Contra o Blo­queio, e de so­li­da­ri­e­dade, no­me­a­da­mente no apoio à Cam­panha in­ter­na­ci­onal pela can­di­da­tura da Bri­gada Henry Reeve ao Prémio Nobel da Paz.

 



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